sábado, 25 de outubro de 2014

Preço da carne bovina subiu 10% e vai subir ainda mais

Frente a alta, consumidor recorre a cortes de segunda e a opções menos caras, como o frango

24/10/2014 - 09:49
Jornal A Cidade - Gabriela Virdes

Weber Sian / A Cidade
Açougue no Mercado Municipal, no Centro: cortes de carnes bovinas já subiram 10% de agosto para cá e altas devem continuar (foto: Weber Sian / A Cidade)
É hora de o consumidor preparar o bolso porque o preço médio das carnes bovinas subiu em média 10% e a previsão é de novos aumentos até o fim do ano.
Os açougues de Ribeirão Preto têm registrado altas desde agosto. E segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, os aumentos de preços são resultado da menor oferta, devido principalmente à seca, que vem prejudicando as condições das pastagens e, consequentemente, a engorda dos animais ao longo do ano.
Paulo de Almeida, açougueiro no Açougue do Mercadão, no Centro, afirma que os cortes nobres é que sofreram os maiores reajustes. O quilo da alcatra e do contrafilé, que em agosto custava R$ 21,90, era vendido ontem por R$ 24,90. Já o coxão mole passou de R$ 16,90 para R$ 18,90, um aumento de mais de 10%.
Outro fator que pressiona os preços é o avanço do consumo. “Os consumidores têm reclamado do preço, mas não deixam de comprar”, diz Almeida. “Ou ele migra para outro tipo de carne mais barata, como o frango, ou diminui a quantidade comprada”, completa.
Na manhã de ontem, o aposentado Dorival Guidoni conferia os valores de cortes bovinos no Mercadão. “O preço está um absurdo, não dá para comprar mais carne de primeira”, afirma. Como alternativa à alta dos preços, ele compra um corte de segunda, frango ou ovos. “Deu para sentir no bolso o aumento.”

Consumo de fim de ano deve forçar reajuste de até 20%
O consumidor deve esperar por novos reajustes de preços da carne bovina. “Entre novembro e dezembro, normalmente há o reajuste das carnes entre 15% e 20% devido às festas de fim de ano”, diz o açougueiro Paulo de Almeida, do Açougue do Mercadão.
Para o comerciante Edilson Caetano da Silva, a maior alta nos preços das carnes está por vir. “Deve haver um reajuste maior após as eleições”, comenta.
Mas, como alternativa para economizar, Silva indica a compra da peça inteira. “Sai mais em conta”, observa.
Análise - Sem alívio de preço
A tendência histórica para o setor é de recuperação de preços no último trimestre no ano, com a economia e consumo mais aquecidos. Um ponto a ser ressaltado é o quadro macroeconômico adverso que temos hoje no país, que pode contribuir para um fim de ano mais ameno em termos de preços. Mas, um ponto positivo é o preço do frango, comparativamente baixo, atuando como proteína concorrente. De qualquer forma, não imaginamos que devemos ter um alívio nos preços nessa reta final de 2014, justamente em função da escassez de bois, que deve perdurar nos próximos meses. Já que os reajustes têm origem na escassez de oferta de animais para abate, causada por dois motivos: um momento de oferta restrita em função dos altos níveis do abate de fêmeas nos últimos anos, somado a uma situação climática extrema (seca) em 2014. Vale ressaltar que, em 2014, o consumidor ainda vem sendo poupado de maiores altas, que ficaram retidas na indústria e no atacado, justamente em função da dificuldade de repassar aumentos de preço no varejo. Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria

Consumo de fim de ano deve forçar reajuste de até 20%
O consumidor deve esperar por novos reajustes de preços da carne bovina. “Entre novembro e dezembro, normalmente há o reajuste das carnes entre 15% e 20% devido às festas de fim de ano”, diz o açougueiro Paulo de Almeida, do Açougue do Mercadão.
Para o comerciante Edilson Caetano da Silva, a maior alta nos preços das carnes está por vir. “Deve haver um reajuste maior após as eleições”, comenta.
Mas, como alternativa para economizar, Silva indica a compra da peça inteira. “Sai mais em conta”, observa.

Análise - Sem alívio de preçoA tendência histórica para o setor é de recuperação de preços no último trimestre no ano, com a economia e consumo mais aquecidos. Um ponto a ser ressaltado é o quadro macroeconômico adverso que temos hoje no país, que pode contribuir para um fim de ano mais ameno em termos de preços. Mas, um ponto positivo é o preço do frango, comparativamente baixo, atuando como proteína concorrente. De qualquer forma, não imaginamos que devemos ter um alívio nos preços nessa reta final de 2014, justamente em função da escassez de bois, que deve perdurar nos próximos meses. Já que os reajustes têm origem na escassez de oferta de animais para abate, causada por dois motivos: um momento de oferta restrita em função dos altos níveis do abate de fêmeas nos últimos anos, somado a uma situação climática extrema (seca) em 2014. Vale ressaltar que, em 2014, o consumidor ainda vem sendo poupado de maiores altas, que ficaram retidas na indústria e no atacado, justamente em função da dificuldade de repassar aumentos de preço no varejo. Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria

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domingo, 19 de outubro de 2014

Argentina: consumo de carne caiu 6% no país em 2014

O consumo por habitante de carne bovina da Argentina ficou nos primeiros nove meses do ano em 58,9 quilos em média, o que implicou em uma queda de 6% com relação ao mesmo período de 2013, de acordo com dados da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados do país (CICCRA). Por sua vez, de acordo com suas estimativas, a produção de carne bovina caiu em 5,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A CICCRA afirmou que a indústria frigorífica “continua sofrendo os efeitos da política anti-pecuária levada adiante pelo atual governo desde o ano de 2006, ao que se soma eventos climáticos que pioraram o presente e o futuro setorial”.
O relatório informou que as exportações de carne bovina tiveram uma contração menor que a da produção: de janeiro a setembro de 2014 totalizaram 144,9 mil toneladas de carcaça com osso, 4,9% menores que no ano anterior.
De acordo com dados do relatório, em setembro foram abatidas 1,05 milhão de cabeças de bovinos, o que representa uma queda de 1,6% interanual e foi a sétima queda em nove meses, enquanto nos primeiros nove meses foram de 9,099 milhões de cabeças, o que representa uma retração de 2,7% em relação ao mesmo período de 2013.
“Pelo 33o mês consecutivo, os abates de fêmeas cresceram enquanto o abate de machos diminuiu” e a participação das fêmeas nos abates totais ficou em 45,6% e é o valor mas elevado para o mês “desde o recorde alcançado em 2009 (47,9%)”.
Em nove meses, os abates de fêmeas ficaram em 4,16 milhões, ou seja, 4,7% a mais que no ano anterior, e sua participação se elevou para 45,7%.
Quanto à produção de carne bovina, caiu em setembro em 3,1% interanual e, em nove meses, caiu em 5,1%.
“Do total produzido, o mercado interno absorveu 92,8% no período analisado de forma que o consumo (aparente) interno caiu, produto da perda de poder aquisitivo do salario a um ritmo apenas maior que a produção total (-5,1% vs -5,09%), com o que a importância relativa quase se manteve em termos interanuais (ainda que tenha sido 5,5 pontos percentuais maior à verificada no mesmo período de 2002)”.
Fonte: La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
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Produto importado tem direito a mesmo benefício tributário que o nacional

19 de outubro de 2014
Por 
Os produtos vindos de países signatários do antigo Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) — hoje Organização Mundial do Comércio (OMC) — devem ter o mesmo tratamento tributário com relação aos similares nacionais. Assim, estes também gozam da redução da base de cálculo prevista para alguns produtos da cesta básica, conforme prevê o artigo 23, Capítulo II, Livro I, do Regulamento do ICMS do Rio Grande do Sul (RICMS-RS).
Com esse entendimento, a 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do estado concedeu liminar para autorizar um frigorífico a recolher o tributo estadual, incidente sobre determinadas carnes adquiridas do exterior, com base de cálculo reduzida. A decisão monocrática do desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro fez o percentual a ser arrecadado cair de 12% para 7%.
O Agravo de Instrumento foi interposto contra decisão que negou antecipação de tutela na ação declaratória ajuizada contra do estado, em que o frigorífico sediado em Santa Maria pleiteia a redução percentual.
‘‘Existindo acordo internacional ratificado por Decreto Legislativo, que se coloca no mesmo patamar hierárquico das demais normas, nos termos do artigo 59 da Constituição Federal, [é] perfeitamente aplicável o artigo 98 do Código Tributário Nacional (CTN), que determina que os tratados e convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhe sobrevenha’’, escreveu o desembargador-relator na decisão. O acordo do GATT foi aprovado pelo Decreto Legislativo 30/1994, sendo promulgado pelo Decreto 1.355 em 30 de dezembro de 1994.
O relator também citou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, relatada pelo ministro Teori Zavascki — hoje no Supremo Tribunal Federal — ao julgar Recurso Especial na sessão do dia 16 de dezembro de 2008: ‘‘O acordo do GATT tem prevalência sobre a legislação tributária superveniente’’.
‘‘Ademais, é importante registrar que os tratados internacionais ratificados pelo Congresso Nacional possuem validade e aplicabilidade, inclusive, para os impostos estaduais e municipais, sendo recepcionados pela atual Constituição Federal, uma vez que a União atua como sujeito de direito na ordem internacional, ausente violação ao art. 151, III, da Magna Carta’’, definiu o desembargador gaúcho. A decisão monocrática foi tomada na sessão de julgamento realizada no dia 10 de setembro.
Jomar Martins é correspondente da revista Consultor Jurídico no Rio Grande do Sul.
Revista Consultor Jurídico, 19 de outubro de 2014, 7h34