quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Avançam negociações para suspensão do embargo à carne


Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2012, 08:47:29Exportação
Técnicos brasileiros acreditam ter afastado a suspeita de que houve um caso de doença da vaca louca no país. Eles estão em Genebra, Suíça, onde participaram de reunião hoje (19), pela manhã, na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC). Os técnicos prestaram informações detalhadas à diplomatas de 25 países. O secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, que lidera a missão brasileira, disse que os representantes dos Estados Unidos, da Rússia, China, Indonésia, Austrália, do Japão e da Coréia do Sul sinalizaram positivamente às declarações do Brasil.
Em decorrência da suspeita de contaminação da carne brasileira pela doença da vaca louca (encefelopatia espongiforme bovina - EEB), seis países suspenderam importações de carne bovina. O embargo ao produto brasileiro foi anunciado pelos governos do Japão, da China, África do Sul, do Egito, da Arábia Saudita e Coréia do Sul. Ênio Marques assegurou às representações diplomáticas que a política brasileira é atender às exigências internacionais de saúde animal.
Os técnicos que acompanham o secretário confirmaram a presença da proteína causadora da doença, encontrada em uma fêmea que morreu em 2010, no Paraná. A identificação do vírus ocorreu há dois anos e foi considerado caso atípico da vaca louca, isolado, e o animal portador do vírus não desenvolveu a doença. Os técnicos garantiram que "o sistema brasileiro responde ao desafio que esta questão sanitária exige". Ainda segundo relatos do grupo, a receptividade dos diplomatas "foi positiva".
Para evitar que a restrição às importações de carne se estenda a outros parceiros comerciais, como a União Européia, além dos esclarecimentos na OMC, técnicos agrícolas e diplomatas mantêm contato com representantes das principais organizações envolvidas com saúde animal e órgãos reguladores dos países importadores. Segundo o Ministério da Agricultura, o governo tem disponibilizado toda a documentação relativa ao caso.
Na avaliação dos negociadores, houve "grandes avanços de entendimento nas instâncias técnicas". Agora o governo aguarda que a convicção sobre a segurança do produto brasileiro seja mantida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) e os países importadores da carne bovina suspendam o embargo.

Fonte: Exame

Brasil convoca compradores de carne bovina após embargos de seis países Brasil convoca compradores de carne bovina após embargos de seis países


Brasília, 18 dez (EFE).- O governo convocou uma reunião na quarta-feira em Genebra com representantes diplomáticos dos principais países importadores de carne bovina brasileira depois que seis nações suspenderam as importações por conta de um caso atípico do chamado 'mal da vaca louca'.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Enio Marques, viajou para Genebra para se reunir com representantes dos principais compradores da carne bovina brasileira e explicar a situação, além de descartar qualquer risco, disseram nesta terça-feira à Agência Efe fontes dessa pasta ministerial.
As mesmas fontes confirmaram que a Coreia do Sul se tornou o sexto país a anunciar a suspensão temporária da importação de carne bovina brasileira perante a confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), doença conhecida como 'mal da vaca louca', em um animal morto há dois anos.
O veto também tinha sido anunciado pelo Japão, China, África do Sul, Arábia Saudita e Egito, embora este último país só suspendeu a importação de carne procedente do Paraná, estado onde foi registrado o caso.
Os seis compradores incluíram o Brasil na lista de países com risco do mal da vaca louca, por isso que automaticamente suspenderam as importações.
O caso da doença, classificado pelo governo como 'não clássico' de EBB, foi confirmado por provas de laboratório realizadas em um animal que morreu no Paraná em 2010, segundo uma nota divulgada pelo Ministério da Agricultura em 7 de dezembro.
De acordo com a Secretaria de Defesa Agropecuária, as provas feitas em um laboratório britânico mostraram que a vaca possuía o agente que desencadeia a EEB embora o animal não tenha manifestado a doença e nem tenha morrido por conta da doença.
O 'mal da vaca louca' é transmissível aos humanos, casos nos quais recebe o nome de doença de Creutzfeldt-Jakob.
O governo considera que os países que suspenderam as importações as normalizarão quando receberem as respectivas informações técnicas sobre o caso e detalhes sobre os sistemas de vigilância veterinária do Brasil.
Segundo o Ministério da Agricultura, o caso isolado e atípico 'não representa nenhum risco para a saúde pública nem para a saúde animal'.
O Brasil é o segundo exportador de carne bovina do mundo, com vendas de 1,02 milhões de toneladas - entre carne 'in natura' e industrializada - nos primeiros 10 meses do ano.
Dos seis países que suspenderam as compras, só o Egito figura entre os grandes importadores do Brasil, mas, como seu embargo se restringe à carne procedente do Paraná, o alcance da medida é considerado irrelevante pelas autoridades.
A Arábia Saudita é o décimo maior comprador de carne bovina brasileira e os outros quatro países não são relevantes para as vendas do país.
Além da reunião convocada em Genebra para apresentar esclarecimentos em geral, o Brasil enviará missões oficiais a cada um dos países que comunicaram a suspensão das importações para oferecer informações sobre o caso.
A Associação Brasileira de Indústrias Exportadores de Carne (Abiec) considera que os embargos violam as normas da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e que o Brasil pode exigir justificativas dos autores da medida.

Fonte: Portal MSN - Noticias
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Seis países restringem importações de carne brasileira

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Uma vaca brasileira foi contaminada em 2010.
Lúcia Müzell
Até agora, seis países já impuseram restrições à importação da carne bovina brasileira devido à descoberta de que, em 2010, no interior do Paraná, uma vaca sofreu uma contaminação atípica de encefalopatia espongiforme bovina, mais conhecida como o mal da vaca louca. O animal não chegou a desenvolver a doença, mas a ameaça já foi suficiente para o Egito, a Arábia Saudita, a Coreia do Sul, o Japão, a África do Sul e a China suspenderem a compra da carne brasileira ou imporem restrições regionais, não aceitando mais a produção paranaense.
Este foi o caso dos egípcios, que são os terceiros maiores importadores e adquirem 11% da produção nacional. Os maiores produtores alegam que, enquanto a confiança estiver mantida face aos principais importadores, como a Rússia ou Hong Kong, não há com o que se preocupar. Já o Ministério da Agricultura destaca que o perigo foi descartado, conforme o secretário-excutivo João Carlos Vaz.
Os embargos impostos à carne brasileira são uma atitude compreensível, mas não refletem um risco real no manejo ou no consumo do produto, conforme Bernard Vallat, diretor da OIE, a Organização Mundial para a Saúde Animal. A entidade reafirmou que a carne bovina brasileira apresenta "risco insignificante" de contaminação pelo mal da vaca louca. O Brasil é o segundo maior exportador mundial, atrás da Austrália.
O professor Evaldo Alves, professor de comércio e negociações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, analisa para a RFI os riscos de a lista de países cancelando as importações do Brasil aumentar.