sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pif Paf vai crescer com aquisições

Empresa conclui em fevereiro compra de ativos em Minas e outros quatro estados. Expansão será de 22% só em 2012


Marta Vieira - Estado de Minas
Publicação: 12/01/2012 06:00 Atualização: 12/01/2012 07:32
Maior produtora de aves e suínos de Minas Gerais, a Pif Paf Alimentos quer definir em no máximo um mês e meio a sua associação a fundos de investimentos que já demonstraram interesse em dar musculatura financeira à empresa mineira para bancar um ambicioso plano de expansão, que passa por aquisições no setor. Sócio-proprietário e diretor-superintendente da Pif Paf, Luiz Carlos Mendes Costa disse nessa quarta-feira que a intenção é estabelecer, até o fim de fevereiro, o planejamento para compras dos ativos em análise, parte deles negócios em recuperação judicial. A estratégia foi escolhida como o caminho mais curto para o grupo conquistar o terceiro lugar no mercado disputado palmo a palmo pela BR Foods e a Marfrig.


Frigorifico Pif Paf em Visconde de Rio Branco
“São dois gigantes, mas, na região em que a Pif Paf atua (Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo), estamos brigando bem”, afirma Mendes Costa. A empresa mineira manteve as ligações com fundos de investimentos aos quais se associou na tentativa de adquirir, em dezembro, os ativos da BR Foods colocados à venda, conforme determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovação da fusão entre Perdigão e Sadia. Quem imaginava que a Pif Paf havia saído frustrada, ao ser derrotada pela proposta da Marfrig por esses ativos, se enganou.

Segundo Mendes Costa, pelo menos três fundos, cujos nomes ele mantém em sigilo, estão em fase de conversas bastante afinadas com a empresa, depois de conhecerem a sua estrutura de produção e a logística de distribuição, para acertar a injeção de recursos na companhia, talvez na proporção de 30% do seu capital. Junto às negociações, está sendo construído um plano de aquisições para viabilizar o crescimento da Pif Paf. Estão sob análise empresas menores, mas com potencial, em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e no Mato Grosso do Sul.

O orçamento para as aquisições ainda está em discussão. A Pif Paf conta com a assessoria da empresa paulista de gestão e consultoria financeira Trust9. Operando à plena carga, a produtora mineira quer elevar em 22% só neste ano o seu faturamento, que alcançou R$ 1 bilhão no ano passado. O salto da receita será proveniente da consolidação de um frigorífico inaugurado em maio de 2011, em Palmeira de Goiás, a 70 quilômetros de Goiânia. O empreendimento começou a operar com capacidade para abater 150 mil aves por dia, que deverá dobrar, gerando 1,1 mil empregos.

Na definição da compra de ativos no setor de aves e suínos, o superintendente da Pif Paf afirma que a empresa vê boas oportunidades também em alguns casos de ativos envolvidos em sucessão de gestões familiares e aqueles passíveis de oferta. “Existe um buraco negro abaixo das empresas líderes em que temos oportunidade de ganhar espaço”, afirma Mendes Costa.

Salto

A Pif Paf almeja aterrissar desse voo dentro de quatro anos, garantindo a terceira posição, com um faturamento na casa dos R$ 5 bilhões ao ano. O passo seguinte será a abertura de capital em bolsa de valores. Processadora de aves, suínos, massas e vegetais, a empresa mineira produz 300 itens entre elaborados de carnes, pizzas, lasanhas, pães de queijo e embutidos. São cinco unidades industriais e oito fornecedoras de matérias-primas concentradas no interior mineiro – Visconde do Rio Branco, Viçosa, Leopoldina, Patrocínio, Pará de Minas, Pitangui, São José da Varginha e Bela Vista de Minas – e em Goiás


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Bruno Bertolossi

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BRF Foods, Aurora e Marfrig serão consideradas aptas a exportar

Duas plantas de cada uma dessas empresas serão indicadas pelo Ministério da Agricultura para exportar carne suína aos EUA


A BRF Brasil Foods, a Aurora e a Marfrig serão comunicadas até o final desta semana pelo Ministério da Agricultura que duas plantas de cada uma delas serão indicadas pela Pasta como as primeiras unidades aptas a exportar carne suína para os Estados Unidos. A informação é de uma fonte ligada a todo o processo de liberação do mercado norte-americano para a carne brasileira.

Nesta terça-feira, o Ministério da Agricultura informou que, inicialmente, seis unidades de três empresas localizadas em Santa Catarina seriam liberadas para exportar para os EUA. Trata-se do único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação. Na ocasião do anúncio, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), Luiz Carlos de Oliveira, disse haver potencial de dez unidades autorizadas até o final do ano.

A lista oficial das plantas deverá ser publicada apenas na semana que vem, conforme informou ontem a Agricultura. A notícia da autorização dos Estados Unidos foi dada ontem mesmo pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, por telefone, ao governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD). Por causa do status diferenciado com relação à febre aftosa, Santa Catarina poderá vender carne suína in natura. Os demais Estados que são livres da doença, mas ainda precisam vacinar o rebanho, poderão vender apenas carne processada.

Além de autorizar a compra dessa carne, os EUA liberaram também o governo brasileiro a indicar quais as unidades estão aptas a fazer a comercialização. Com o aval americano, conhecido como comprador exigente, a expectativa é que outros mercados abram as portas para o Brasil ainda este ano. A principal aposta é a Coreia do Sul. Com grande mercado doméstico e considerado um player mundial, os Estados Unidos compram, mas também vendem carne de porco.

Brasileiros vão vistoriar frigoríficos no Paraguai

Ministério da Agricultura mandará fiscais para verificar locais para impedir entrada do vírus de febre aftosa no país}


O Ministério da Agricultura decidiu vistoriar frigoríficos paraguaios habilitados a exportar carne para o Brasil. Segundo o ministério, em nota, a medida visa a impedir a entrada do vírus de febre aftosa no País. Durante oito dias, a partir de amanhã (12), dois fiscais federais agropecuários do Departamento de Saúde Animal (DSA) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) vão inspecionar os frigoríficos.

O principal objetivo da missão é verificar se os estabelecimentos estão cumprindo os requisitos sanitários exigidos para a exportação de carne maturada e desossada para o mercado brasileiro. Ao todo, cinco plantas dos Departamentos de Assunción e Concepción serão visitadas. No período de 15 a 21 de janeiro, uma nova missão do Comitê Veterinário Permanente do Mercosul (CVP) também deverá viajar até o país vizinho.

O Brasil, que preside a entidade atualmente, contará com dois representantes na comitiva. O foco da visita será buscar soluções e ajudar o Paraguai na identificação e implementação das melhores estratégias futuras para erradicar a febre aftosa no seu território. Desde setembro de 2011 está proibida a entrada de animais e seus produtos que possam veicular o vírus da febre aftosa.

As importações de carne bovina maturada e desossada e produtos termo processados estão autorizadas, desde que cumpram os requisitos exigidos pelas autoridades brasileiras. Apenas as compras de carne bovina oriunda do Departamento de San Pedro - onde dois focos foram notificados nos últimos meses - estão suspensas temporariamente pelo Brasil.

No momento, a entrada dos produtos no Brasil é permitida somente por meio da localidade de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, onde os caminhões são desinfetados com produtos viricidas. As cargas devem estar acompanhadas de certificado sanitário internacional expedido pela autoridade competente que comprove o atendimento dos requisitos brasileiros.

Aurora inaugura embarques regulares de carne suína à China

Aurora Alimentos deve começar a construir nova fábrica no RS até o final do ano

São Paulo - A Coopercentral Aurora se prepara para embarcar o primeiro lote de carne suína para a China. Inicialmente serão exportadas, semanalmente, duas mil cabeças. Esse é o segundo frigorífico a embarcar carne suína para o mercado chinês. Em dezembro, a JBS anunciou o envio do primeiro lote para Pequim. As exportações para o país asiático ocorre no momento em que os suinocultores de Santa Catarina se preparam para investir na produção, de acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), que estima um crescimento na oferta de suínos de 20% até o primeiro trimestre de 2013, em função da recente abertura de mercado promovida pelos EUA.

"Já neste ano pode haver um crescimento de 10%, e no início do próximo ano, mais 10%", afirma o presidente da entidade, Losivanio Luiz de Lorenzi. "É tempo de colocar as matrizes na propriedade e prepará-las".

A expectativa do segmento é de que, com a decisão dos EUA , outras nações abram as portas para a carne brasileira. "Apostamos que o reconhecimento dos EUA irá se refletir em outros mercados, que poderão comprar mais do que os próprios EUA", diz o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton.

O suinocultor catarinense Francisco Canossa, do município de Seara, que está investindo R$ 550 mil em sua produção, aposta nesse crescimento da demanda externa. "Abriram-se novos mercados, o negóciotem que melhorar. Como Santa Catarina é livre de febre aftosa, deve sair na frente", ele avalia. 

Consumo per capita de frango no Brasil supera o dos EUA

A avicultura brasileira bateu recordes em produção, consumo e exportação em 2011, informou nesta segunda-feira (9) a anuncia União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Segundo a entidade, o consumo per capita de carne de frango cresceu 7,5% no ano passdao e, pela primeira vez, desde o início do levantamento, em 1988, superou o dos Estados Unidos.

Em 2011 o consumo per capita de carne de frango foi de 47,4 quilos, contra 44 quilos em 2010, de acordo com o balanço da Ubabef. Com isso, o consumo por brasileiro foi, em média, de quase quatro quilos mensais ou um quilo a cada semana. Nos Estados Unidos, o consumo per capita foi de 44,4 quilos, segundo os últimos dados do Departamento de Agricultura do país (USDA).

O consumo per capita de frango no Brasil foi o 7º maior de um ranking de 77 países elaborado pela Ubabef. Os Emirados Árabes lideram a lista, com um consumo de 67,2 quilos por habitante, seguido por Kuwait, Barein, Arábia Saudita, Jamaica e Catar.

Já o consumo per capita de ovos no Brasil, ano passado, chegou a 162,5 unidades, contra 148,8 unidades em 2010, com um crescimento de 9,2%.

Aumento de 6,8% na produção
Segundo o balanço da avicultura brasileira, os números da produção de carne de frango fecharam 2010 em 13,058 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 6,8% em relação a 2010 e um recorde na história do setor. Segundo o levantamento, 69,8% da produção foram destinados ao mercado interno.

"Com este desempenho o Brasil, terceiro maior produtor mundial de carne de frango, encurtou ainda mais distância que o separa da China, o segundo país no ranking, abaixo dos Estados Unidos", informou a Ubabef. A expectativa da entidade é de que 2012 termine com o Brasil na segunda posição do ranking mundial de produtores.

De acordo com projeções da USDA, a produção chinesa de carne de frango teria somado 13,2 milhões de toneladas em 2011, contra 16,757 milhões da norte-americana.

Exportações crescem 21,2%
As vendas externas de carne de frango somaram 3,942 milhões de toneladas, com aumento de 3,2% em relação a 2010, e uma receita cambial de US$ 8,253 bilhões, com incremento de 21,2%, um novo recorde, informou a Ubabef. O preço médio das vendas brasileiras foi de US$ 2.093 a tonelada, com um aumento de 17,4%.

Em 2011 as exportações totais da avicultura brasileira (carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético) totalizaram US$ 8,853 bilhões, com incremento de 19,7% em relação ao ano anterior. Este resultado também representa um novo recorde histórico para o setor. Em volume as exportações avícolas somaram 4,118 milhões de toneladas, com crescimento de 2,3%.

Em relação às perspectivas para 2012, a Ubabef prevê um crescimento menor, de até 2% tanto na produção quando nos volumes exportados.

Fonte: G1 

Brasil fecha 2011 com crescimento na produção de 6,8% na carne de frango


Em 2011 o consumo per capita de carne de frango foi de 47,4 quilos com crescimento de 7,5%. Foto: Divulgação


Os números finais da produção de carne de frango durante 2011 fecharam em 13,058 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 6,8% em relação a 2010 e um recorde na história do setor. As informações são da União Brasileira de Avicultura (UBABEF),  que apresentou as estatísticas consolidadas do setor avícola.
Com este desempenho o Brasil, terceiro maior produtor mundial de carne de frango, encurtou ainda mais distância que o separa da China, o segundo País no ranking, abaixo dos Estados Unidos. De acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção chinesa de carne de frango teria somado 13,2 milhões de toneladas em 2011, contra 16,757 milhões da norte-americana.
Outros segmentos da produção avícola
A produção de carne de peru foi de 305 mil toneladas em 2011, contra 337 mil toneladas em 2010. Já a produção de ovos totalizou 31,5 bilhões de unidades (1,9 milhão de toneladas), com crescimento de 9,4%, exibindo um desempenho inédito.
Consumo interno de carne de frango e ovos
Em 2011 o consumo per capita de carne de frango foi de 47,4 quilos, contra 44 quilos em 2010, com crescimento de 7,5% e registrando um patamar inédito. Isto significa que, no ano passado, o consumo de carne por habitante foi, em média, de quase quatro quilos mensais.
Desempenho das exportações avícolas
Em 2011 as exportações da avicultura brasileira (carnes frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos e material genético) totalizaram US$ 8,853 bilhões, com incremento de 19,7% em relação ao ano anterior. Este resultado também representa um novo recorde histórico para o setor. Em volume as exportações avícolas somaram 4,118 milhões de toneladas, com crescimento de 2,3%.
Nos outros segmentos os embarques foram de 193 mil toneladas, com uma receita de US$ 631,6 milhões.
Exportações por Estado
Santa Catarina, com 27% de participação, e Paraná, com 26,5%, lideraram as exportações de carne de frango em 2011 (em volumes). O Rio Grande do Sul respondeu por 18,9% dos embarques, e São Paulo por 7,4%, para citar os principais estados exportadores.
Carne de peru
As exportações totalizaram 141,2 mil toneladas, com uma redução de 10,5%, na comparação com o ano anterior. Já a receita cambial teve aumento de 4,7%, chegando a US$ 444,6 milhões. O preço médio das exportações de carne de peru foi de US$ 3.149 a tonelada em 2011, o que significa crescimento de 17% sobre 2010. O maior volume de embarques foi de industrializados (71.869 toneladas), enquanto o principal mercado comprador foi a União Europeia, com 74.737 toneladas.
Carne de pato, ganso e outras aves
Esse grupo respondeu por embarques de 1,64 mil toneladas, em queda de 61,2% em relação a 2010. A receita, de US$ 6,99 milhões, teve redução de 40,2%. O preço por tonelada foi de US$ 4.272, com aumento de 54%. As principais regiões de destino foram Ásia (1.208 toneladas), Oriente Médio (347 toneladas) e África (60 toneladas). E como os três maiores países compradores destacaram-se Japão (817,7 toneladas), Hong Kong (362 toneladas) e Emirados Árabes Unidos (111,5 toneladas).
Ovos in natura e processados
As exportações de ovos somaram 16,6 mil toneladas em 2011, o que representou redução de 40% em relação a 2010. A receita cambial, de US$ 28,2 milhões, teve uma redução de 31%. O preço médio foi de US$ 1.697 a tonelada, com incremento de 14,7%. África, com 11,2 mil toneladas, e Oriente Médio, com 3 mil toneladas, foram as principais regiões de destino. Entre os países, os maiores compradores foram Angola, com 10,6 mil toneladas, e Emirados Árabes Unidos, com 3 mil toneladas.
Perspectivas da avicultura para 2012
Com relação às perspectivas para 2012 o Presidente Executivo da UBABEF destacou que, devido às incertezas da economia mundial, as empresas do setor estão adotando uma postura conservadora, prevendo um crescimento de até 2% tanto na produção quando nos volumes exportados.

Mercado Rio de Janeiro carne com osso

Hoje no Rio as pedidas de alguns frigorificos  em média :

Boi castrado  com osso venda casada:
Traseiro ; R$ 8,50
Dianteiro : R$ 4,60
PA : R$ 4,50

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Embargo russo afetou pouco as exportações de carnes brasileiras

O embargo imposto pelo governo russo a vários estabelecimentos brasileiros não afetou como se imaginava as exportações brasileiras globais de carnes em 2011. Os embarques para a Rússia tiveram redução de 19,6%, mas, segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, foram compensadas pelo crescimento de 14,7% nas vendas para outros mercados.
Por segmento, os embarques para a Rússia tiveram redução de 1,1% na carne bovina, 50,5% na de frango e 39,4% na suína. No entanto, para outros mercados, houve aumento de 11,5%, 19,9% e 7%, respectivamente.
O embargo a diversas plantas frigoríficas brasileiras foi anunciado em junho de 2011 e desde então os governos russo e brasileiro não conseguiram resolver o problema. Porto acredita que a entrada da Rússia na Organização Mundial e Comércio (OMC), oficializada em 1º de janeiro, pode facilitar as negociações, já que a Rússia será obrigada a seguir regras internacionais.
Até agora, o governo russo vinha exigindo do Brasil, que segue o regulamento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), regras específicas da união aduaneira formada por Bielorússia, Cazaquistão e Rússia.
Negociações para superar impasse
O Ministério da Agricultura espera receber, ainda nesta semana, um relatório técnico detalhado da missão russa que visitou o Brasil no fim de novembro do ano passado para tentar resolver a questão do embargo às exportações de carne de vários frigoríficos nacionais. Segundo o secretário de Relações Internacionais do MInistério da Agricultura, Célio Porto, já foi pré-agendado um encontro em separado do ministro Mendes Ribeiro Filho com sua correspondente russa no dia 17 de janeiro, em Berlim.
Os ministros estarão na capital alemã para participar da Semana Verde Internacional de Berlim e, caso se confirme, será o primeiro encontro entre os dois. O embargo à carne brasileira foi anunciado pelo governo russo em junho e, desde então, muita desinformação e acusações foram disparadas pelos dois lados.
Porto disse que a Rússia tem tradição de suspender as importações com origem em estabelecimentos de todos os seus fornecedores “ao menor sinal de desacordo com suas regras”. No entanto, com a entrada oficial do país na Organização Mundial do Comércio (OMC) no dia 1º de janeiro, “a expectativa é que siga regras internacionais”, disse Porto à Agência Brasil.
“O grande problema do embargo russo à carne brasileira é a equivalência de sistemas”, explicou o secretário. O Brasil segue regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), enquanto o governo russo exigia que se cumprisse o regulamento específico da união aduaneira formada por Bielorússia, Cazaquistão e Rússia.

EUA abrem mercado à carne suína in natura catarinense

Fonte: Valor Econômico
Por Alda do Amaral Rocha e Júlia Pitthan | De São Paulo e Florianópolis

Ruy Baron/Valor / Ruy Baron/ValorPara Camargo Neto, decisão pode acelerar abertura de Coreia e Japão a suínos

Os Estados Unidos autorizaram ontem a abertura de seu mercado à carne suína in natura de Santa Catarina, o que pode significar uma chancela para a entrada em outros mercados ainda fechados ao produto brasileiro, como Japão e Coreia do Sul.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou o Ministério da Agricultura brasileiro que reconheceu "a equivalência do serviço de inspeção de carne suína do Brasil" e autorizou a habilitação de frigoríficos de Santa Catarina, Estado livre de aftosa sem vacinação, para exportação de carne suína in natura ao mercado americano.
Segundo o ministério, as exportações começarão assim que os estabelecimentos brasileiros forem habilitados, o que deverá ocorrer ainda esta semana. Inicialmente, seis receberão autorização para exportar. O Ministério da Agricultura não divulgou os nomes, mas o Valor apurou que unidades da BRF - Brasil Foods, Marfrig e Aurora poderão vender carne suína in natura aos EUA. A assessoria da Aurora confirmou a informação, mas BRF e Marfrig não comentaram.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, que participou das negociações para derrubar a barreira à carne suína, disse que a abertura do mercado dos EUA ao produto in natura é um passaporte para a entrada em outros mercados, como Japão e Coreia do Sul.
Segundo ele, estimativas preliminares indicam potencial para exportar 10 mil toneladas de carne suína in natura aos EUA no primeiro ano, chegando a 40 mil toneladas em quatro anos. "O importante é a chancela para outros mercados. Os serviços de sanidade dos EUA e Europa são referência para outros países. [A abertura dos EUA] Pode acelerar Japão e Coreia", comentou.
Camargo Neto explicou que Santa Catarina deve vender cortes como costelinha, peito e barriga para os EUA. "Há demanda por esses cortes e os preços são bons".
Mario Lanznaster, presidente da Aurora, disse que não se sabe se a decisão terá resultado comercial, porque os EUA são exportadores de carne suína. O importante, afirmou, é o reconhecimento da qualidade da carne catarinense. "Com isso, os EUA estão dizendo que a qualidade da carne catarinense é igual à americana", disse. Segundo Lanznaster, Santa Catarina pode atender mercados que são clientes dos EUA, como o México e países da América Central.
Há cerca de dez anos, o Brasil tentava derrubar as barreiras à carne suína. No fim do ano passado, os EUA reconheceram Santa Catarina como livre de aftosa e de peste suína africana, o que abriu caminho para o Estado exportar carnes (suína e bovina) ao mercado americano.
A abertura foi acelerada dentro do acordo fechado entre Brasil e os EUA para evitar a aplicação de retaliações aprovadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios americanos ao algodão.
A possibilidade de vender carne suína in natura para outros países é um alento para o setor exportador, que ainda depende muito do instável mercado russo.
Em 2011, ano em que a Rússia impôs embargo a estabelecimentos exportadores de carne do Brasil, Hong Kong tornou-se o principal importador de carne suína nacional, mas até 2010 essa posição era ocupada pelos russos. De acordo com a Abipecs, o Brasil exportou 129.734 toneladas para Hong Kong em 2011, alta de 30,08% em relação a igual período de 2010. Para a Rússia, no mesmo período, o Brasil vendeu 126.449 toneladas, uma queda de 45,96% na comparação com 2010.
A queda nas vendas à Rússia afetou os números totais, mas de forma "menos dramática" que o setor esperava. Os embarques para todos destinos caíram 4,44%, para 516.419 toneladas. A receita com as vendas, porém, cresceu 7%, para US$ 1,43 bilhão, segundo a Abipecs.