sexta-feira, 22 de julho de 2011

Produtores argentinos vão impedir entrada de carne bovina do Brasil

Agência BrasilMonica Yanakiew

Suinocultores da Argentina prometeram bloquear, a partir da próxima quarta-feira (27), por tempo indeterminado, a ponte Rosário-Victoria, entre as províncias de Santa Fé e Entre Rios. Por essa ponte, que fica a 350 quilômetros ao norte de Buenos Aires, passa boa parte dos caminhões que transportam produtos chilenos e brasileiros. “Mas só vamos parar os caminhões com carne de porco”, assegurou à Agência Brasil Cristian Roca, chefe da área sindical da Federação Agrária Argentina. “Não queremos prejudicar o comércio do Mercosul, só queremos medidas do governo para proteger nossos produtores”.
“A Argentina sempre importou carne de porco do Brasil, mas nunca tanto como agora”, reclamou a sindicalista. “Nos primeiros seis meses de 2011, importamos a mesma quantidade de todo o ano passado.” Os pequenos produtores argentinos querem que a Argentina limite a importação de carne de porco processada do Brasil.
Segundo Roca, as crescente importações do Brasil fizeram com que o preço da carne de porco do produtor argentino caísse de 7 pesos (R$ 2,66) para 5 pesos (R$ 1,87) por quilograma (kg). Omar Príncipe, outro dirigente sindical da FAA, disse que os produtores locais querem limitar as importações a 2,5 mil toneladas mensais, mas que, no momento, a Argentina está comprando quase o dobro.
Boa parte da carne de porco produzida pela Argentina ou importada do Brasil e do Chile é destinada à fabricação de frios e embutidos, consumidos no mercado interno e exportados. Segundo Roca, os frigoríficos argentinos estão importando mais do Brasil porque o vizinho produz em grande escala e os preços são mais competitivos. “Mas o consumidor final, aqui, não está pagando menos”, disse Roca. “Os frigoríficos estão ganhando com a diferença e o governo não está protegendo o produtor local”, acrescentou. A Argentina importa do Brasil quase 70% da carne de porco que consome. Em 2010, importou o equivalente a US$ 100 milhões, 60% a mais que no ano anterior.

Abiec espera abrir novos mercados para carne ainda em 2011

Abiec espera abrir novos mercados para carne ainda em 2011
Estados Unidos, Indonésia e Turquia são alvos importantes
O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Fernando Sampaio, informou, em entrevista, que a entidade está na expectativa para a abertura de novos mercados à carne bovina brasileira ainda em 2011, caso dos Estados Unidos, para produtos in natura.
– Esperamos que até o final do ano os norte-americanos cumpram o acordo estabelecido com o país no acordo do algodão na OMC, encerrando o processo de consulta pública que viabilize a liberação de 14 Estados brasileiros para a exportação de carne bovina in natura – afirma.
No que tange à venda de carne industrializada para os Estados Unidos, retomada em dezembro do ano passado, após longa negociação no qual o Brasil apresentou garantias de um produto livre de contaminação por Ivemerctina, ao estabelecer um plano de controle de resíduos, Sampaio admite dificuldades na retomada dos negócios no mesmo ritmo de antes.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Prazo vence e Rússia segue com embargo

São Paulo - A Rússia simplesmente ignorou o prazo estabelecido com representantes brasileiros para definir a liberação da importação de carne dos 85 frigoríficos do Brasil. No dia 5 deste mês, o Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) pediu 15 dias para analisar os documentos levados por uma missão brasileira ao governo russo. O prazo terminou ontem e não houve nenhuma manifestação.
No início desta semana o DCI publicou informação do Diário da Rússia em que o o chefe do Rosselkhoznadzor, Sergei Dankvert, acenava com a data de 10 de agosto para uma decisão final sobre o fim do embargo.

OMC

Por seu lado, Moscou está negociando a entrada na Organização Mundial do Comércio com os principais parceiros, incluindo o Brasil, e um dos entraves é sobre medidas sanitárias. Os russos querem ter o direito de adotar medidas que chegam a ser mais duras do que as regras harmonizadas internacionalmente. 
Na questão sanitária, que levou Moscou a embargar as carnes de 85 estabelecimentos brasileiros, os russos não dão nenhuma garantia de que, se chegarem a um entendimento na OMC, vão suspender o embargo. Também não existem garantias de que, como já aconteceu no passado, eles suspendam as restrições e depois voltem a implementá-las
Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes (Abiec), Antonio Carmadelli, "a Rússia é o melhor parceiro do Brasil. É país que compra e paga, e quem compra e paga tem preferência". Atualmente, cerca de 40 carretas de carne bovina são exportadas para Rússia a cada dia, pelos cálculos da Abiec.


Governo proíbe importações de carne da África do Sul para o Congo

Kinshasa – O Governo da RD Congo proibiu a importação e a comercialização de produtos bovinos e aviários provenientes da África do Sul, anunciou um comunicado oficial divulgado quarta-feira em Kinshasa.

Segundo o Governo, esta medida foi tomada para proteger a população contra a epidemia de febre aftosa e de gripe aviária nas províncias sul-africanas de Kwazulu Natal e de Gauteng.

O Governo exorta a Bivac International a velar por que os produtos suspeitos não sejam embarcados com destino à RD Congo.

Instou igualmente os secretários-gerais para o Comércio, a Agricultura, a Pesca e Pucária, a Saúde Pública, a Economia Nacional e Ambiente a velar pela aplicação desta medida.

Bovinos nos EUA


As exportações americanas de carne bovina devem chegar a valores recordes neste ano, puxadas pelo forte consumo na Ásia, baixa oferta no mercado internacional e o enfraquecimento do dólar. O renascimento do setor nos Estados Unidos, depois do duro golpe provocado pelo surgimento da doença da "vaca louca" em 2003, acirra a competição com os produtores australianos, mas por enquanto tem pouco impacto para o Brasil.
"Estamos indo bem comparado com os anos anteriores, mas ainda estamos recuperando participação de mercado que perdemos com a BSE [sigla em inglês para doença da vaca louca]", afirma Jim Robb, diretor da Livestock Marketing Information Center, um centro de pesquisa do Colorado.
De janeiro a maio deste ano, as exportações americanas de carne bovina chegaram a US$ 2,086 bilhões, alta de 44% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Departamento de Agricultura compilados pela Federação dos Exportadores de Carne dos Estados Unidos. O volume de embarques cresceu 28%.
Segundo Robb, embora os valores exportados sejam recordes, os volumes embarcados estão apenas recuperando os níveis históricos. A doença da "vaca louca" surgiu em 2003 e, no ano seguinte, as exportações tiveram uma queda de 82%.
Muitos atribuem o impulso nas exportações ao enfraquecimento do dólar, mas analistas ouvidos pelo Valor afirmam que esse não é o fator principal. "Acho que dão mais peso ao enfraquecimento do dólar que o merecido", diz Brett Suart, co-fundador da Global AgriTrends, consultoria especializada em comércio agrícola mundial.
Um fator mais importante, afirma, é a queda na produção mundial de carne por quatros anos seguidos, algo inédito em muitas décadas. A Austrália enfrentou secas por oito anos, a pecuária se retraiu na Argentina devido à intervenção oficial, e a produção caiu nos EUA e no Canadá. Enquanto isso, o consumo cresceu, sobretudo na Ásia, puxado pelo aumento da renda.
Mas também há efeitos da desvalorização cambial americana. "A moeda que é mais importante para as exportações americanas é o dólar australiano", afirma Stuart. Cerca de 75% das exportações americanas vão para cinco mercados: Canadá, México, Coreia, Japão e Vietnã. Os EUA fornecem 44% da carne importada por esses países, enquanto a Austrália fornece 43%. "De março de 2009 para cá, o dólar australiano subiu quase 70% em relação ao dólar americano".
Stuart diz que o Brasil fornece muito pouco para esses cinco países - cerca de 1% das importações. Mais de metade das exportações brasileiras vai para Rússia, Irã e Egito. Os EUA vendem para a Rússia, mas os volumes não são tão representativos. Os EUA vendem sobretudo miúdos para o Egito. Apenas Hong Kong é um mercado relevante tanto para EUA e Brasil.
"Os Estados Unidos tomaram um pouco da fatia de mercado da Austrália na Coreia do Sul", afirma Robb. "Também tomou um pouco do mercado do Brasil na Rússia, mas não considero que seja algo muito grande".
Há pelo menos duas explicações para Brasil e EUA atuarem em mercados distintos: o rebanho americano é alimentado com grãos, por isso a carne tende a ter mais gordura, atendendo o gosto do consumidor asiático. No Brasil, é alimentado a pasto, produzindo uma carne mais magra. Além disso, alguns países asiáticos só adquirem carne de áreas livres de aftosa sem vacinação. O Brasil ainda vacina.
Embora as exportações estejam bem, são relativamente pequenas para a indústria americana. Apenas cerca de 10% da carne do país é exportada. Os EUA são também um grande importador, sobretudo da Austrália, que fornece carne para hambúrger. A recessão fez os consumidores trocarem o bife pelo hambúrger, que é mais barato.
Ainda há dúvidas sobre quanto tempo os EUA serão capazes de sustentar recordes de exportação. Robb acha que poderá haver uma desaceleração no último trimestre em virtude da queda da produção americana, que tende a elevar os preços. A alta de preços leva algum tempo para se refletir em aumento de rebanho. "Esse é um ciclo que produção que leva anos", afirma.
Stuart acha, porém, que o bom ciclo exportador poderá avançar em 2012 porque a oferta de carne bovina é apertada no mercado internacional, frente à demanda asiática, e o dólar americano tende a seguir fraco. "Vai haver boa demanda para a carne brasileira também", diz. "As exportações brasileiras só não cresceram tanto porque a demanda interna é forte".
Valor Econômico

Números do frango


De acordo com as informações divulgadas pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco), a produção brasileira de carne de frango alcançou 1,089 milhão de toneladas em junho de 2011. O resultado representa um aumento de 11,8% sobre o mesmo mês de 2010.
Descontada a exportação, o mercado interno ficou com disponibilidade de 757,899 mil toneladas no mesmo mês, segundo a entidade avícola. Aumento de 16,9% em relação a junho de 2010.
No acumulado dos últimos 12 meses, a produção atingiu 12,712 milhões de toneladas, cerca de 8,8% maior que a verificada em igual período anterior. Já a disponibilidade interna, na mesma comparação, teve um aumento de cerca de 8,6%, informa a Apinco. Veja a tabela elaborada pela Jox Assessoria Agropecuária.

Brasil - Produção, Exportação e Disp. Interna de Carne de Frango 
(em toneladas)
Mês
Produção
Exportação
Disponibilidade Interna
Total
Julho
1.067.354
360.526
706.828
Agosto
1.056.971
347.921
709.050
Setembro
997.524
337.637
659.887
Outubro
1.070.510
333.406
737.104
Novembro
1.030.498
319.802
710.696
Dezembro
1.112.104
315.318
796.786
Janeiro
1.088.307
295.399
792.908
Fevereiro
950.589
296.585
654.004
Março
1.048.702
341.055
707.647
Abril
1.078.983
325.263
753.720
Maio
1.121.019
338.523
782.496
Junho
1.089.220
331.321
757.899
Total 12 Meses
 12.711.781
  3.942.756
8.769.025

Redação Avicultura IndustriaL

Aumenta o número de bovinos com suspeita de contaminação radioativa no Japão

TÓQUIO, Japão, 21 Jul 2011 (AFP) -O Japão detectou um novo grupo de quase 850 vacas que podem ter sido alimentadas com feno contaminado radioativamente, fazendo que com que o número de bovinos sob suspeita chegue a 1500, segundo um resultado de uma pesquisa conhecida nesta quinta-feira.
Ao menos 835 novos bovinos suspeitos de estarem contaminados foram enviados das províncias de Iwate (norte), Akita (norte), Gunma (centro), Niigata (costa oeste), Gifu (centro) e Shizuoka (centro-sul), segundo a imprensa.
Anteriormente já havia sido detectado um lote de 650 bovinos distribuidos em fazendas nas regiões de Niigata, Fukushima (nordeste), Yamagata (centro) e Saitama (região de Tóquio).
O governo japonês proibiu na terça-feira a venda de carne de gado criado em Fukushima, quatro meses após o acidente nuclear na região.
De acordo com informações, os 650 animais foram alimentados com feno contaminado com césio radioativo e vendidos em todo o país, o que gerou um alarme entre os consumidores.
"Demos ordem ao governador de Fukushima para parar com as vendas na região", afirmou Yukio Edano, porta-voz do Governo.
Provocado pelos terremoto e tsunami gigantes que destruíram a região, o acidente nuclear da central de Fukushima Daiichi - o mais grave já registrado no mundo desde Chernobyl, em 1986 - causou o vazamento de resíduos radioativos para a atmosfera, solo e águas ao redor da usina.
O desastre provocou ainda a evacuação de mais de 80 mil pessoas que residiam em um raio de 20 km ao redor da central.
bur-pn/cn

Comprador de Independência será definido amanhã

DA REDAÇÃO 21/07/2011 00h02
 
As propostas de cinco grupos interessados em adquirir o Independência serão abertas e analisadas pelos credores em assembleia geral amanhã, dia 22. Estão na disputa as empresas: Alfredo Kaefer Cia e Ltda., de Cascavel (PR), empresa do deputado federal homônimo do PSDB-PR, também proprietário do frigorífico de aves Diplomata; Aristides de Almeida Vilhena, de Alphaville (SP); Curtume Viposa S/A Indústria e Comércio, de Caçador (SC), pertencente ao grupo Seleme; Ducargo Logística Ltda., de São José dos Pinhais (PR) e Rios e Associados S/C Ltda., de Anápolis (GO).
Elas lutam pelos ativos do frigorífico Independência, em recuperação judicial desde maio de 2009. 
De acordo com o edital de leilão dos ativos do Independência, o comprador terá de fazer um aporte mínimo de R$ 150 milhões em uma nova companhia que deterá os ativos e assumirá as dívidas do frigorífico. Os pagamentos aos pecuaristas e fornecedores terão de ser feitos de forma integral, como estabelecido no plano original, cujas quitações deverão ser retomadas em até 30 dias úteis após a homologação do resultado da alienação judicial. De um total de 24 parcelas, foram pagas até o momento apenas seis.
O documento ainda definiu que a alienação judicial não poderia ser feita por valor inferior ao da avaliação das unidades produtivas, de R$ 706.922.643,88. Na lista de unidades produtivas que serão leiloadas estão três plantas industriais, sendo uma em Nova Andradina e uma em Campo Grande, ambas em Mato Grosso do Sul, e outra em Senador Canedo, em Goiás, além de um curtume (Nova Andradina), dois armazéns (Santos e Barueri, no Estado de São Paulo), quatro terrenos espalhados em Mato Grosso (Juína, Pontes e Lacerda e Confresa), Mato Grosso do Sul e Tocantins (Paraíso do Tocantins) e imóvel em Barueri (SP).

Frigoríficos querem mudar imagem da carne brasileira

A cadeia da carne está lançando um programa de contra-ataque ao que chamam de criação de uma "imagem negativa da pecuária", motivada por desmatamentos, queimadas e trabalho escravo em fazendas nos rincões de fronteira agrícola do país.

A ideia da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) é apresentar bons exemplos da atividade e contestar o que considerarem informações equivocadas divulgadas por grupos como o Peta, que milita pelos direitos dos animais.

Chamado de "Pecuária do Brasil", o programa será um complemento do Brazilian Beeff, usado para na promoção da carne brasileira no exterior.

Fernando Sampaio, diretor executivo e coordenador de Sustentabilidade da Abiec, está à frente do projeto. Leia, abaixo, entrevista que concedeu.

*

Imagem da carne
A Abiec sempre promoveu exportação, e o mercado interno ficou esquecido. O consumo de carne vem crescendo, mas quando se vincula poluição e desmatamento à pecuária, cria-se uma imagem negativa da atividade, que de certa forma sendo usado contra nós. Vamos criar uma força-tarefa para desmentir isso. Temos que combater essa imagem negativa que estão passando.

Desmatamento
O desmatamento não é culpa da pecuária. É muito mais do Estado, falta um processo de regularização de terrras. Há terras indígenas sendo demarcadas em cima de gente que já estava lá, mas sem título legalizado. São problemas básicos que devem ser resolvidos para que você tenha um controle melhor, e isso não pode ser atribuído à pecuária.

Contra-ataque
Temos informação para contra-atacar. Quando o Peta fala que um bife consome não sei quantos mil litros de água, temos informação para dizer que isso não é verdade. A nossa estratégia é informar. Se sair alguma notícia que a gente sabe que é errada, a gente vai responder.

Programa Pecuária do Brasil
Vamos complementar o Brazilian Beef com o Pecuária do Brasil. A primeira preocupação da campanha é desfazer mitos como o de que a carne faz mal, que contribui para o aquecimento global ou que que gasta quase 15 mil litros por animal.

Brazilian Beef
Sempre usamos o Brazilian Beef para vender a carne brasileira como a de um boi a pasto, natural, gostosa, e barata. Mas hoje os preços de boi no mundo inteiro estão se harmonizando. Então precisamos vender o conceito da carne brasileira. E para isso temos que contar a história da pecuária brasileira e desvincular essa imagem negativa que estão contando por aí.

Histórias positivas
Vamos gerar histórias positivas, casos de sucesso da pecuária. Vamos mostrar que a pecuária está gerando emprego e desenvolvimento, que não é aquela imagem do boi no mato queimado. Aquilo lá não pode se tornar a verdade para a atividade. A gente quer contar a história de todo o resto. Tem famílias que estão na pecuária há cem anos, tem propriedades aplicando tecnologia, melhorando a produtividade, investindo em genética, pecuarista que faz escolinha para crianças. O que a gente quer é que essa imagem do boi no mato queimado não se torne a história única imagem da pecuária nacional.

Bem-estar animal
Nenhum pecuarista tem interesse em fazer um animal sofrer. Boi que passa fome não dá dinheiro. Para a gente isso é óbvio, mas para o público em geral, não. Nosso interesse é fazer com que o bicho tenha a melhor vida possível no pasto e um abate humanitário, porque isso afeta a qualidade da carne. São coisas que a gente conhece, e que a gente quer fazer o público conhecer também.

Rastreabilidade
A gente tem controle sobre isso gado em áreas ilegais. O frigorífico não compra de quem está na lista suja do Ibama, do Ministério do Trabalho ou do Ministério Público. Os maiores frigoríficos têm monitoramento georreferenciado de seus fornecedores na região amazônica. Se o fornecedor está em conflito com terra indígena ou unidade de conservação, ele é excluído do fornecimento. O ilegal está excluído das vias normais de comercialização. O problema é que a gente sabe que ele continua vendendo para alguém.

Abate clandestino
O ilegal vai abater em um matadouro de fundo de quintal e vender em um mercadinho da região. Essa carne está indo para algum lugar, mas a indústria não tem como combater esse sujeito ou esse comércio paralelo de carne. Isso é uma questão de saúde pública.

Produção
No Brasil, podemos facilmente dobrar a produção diminuindo a área de pastos usando tecnologia simples que temos hoje, como manejo rotacionado, adubação de pastagem, inseminação artificial, genética, suplementação alimentar. São técnicas que, se fossem aplicadas em larga escala, podiam incrementar em muito a produtividade brasileira. Agora, para isso acontecer, é preciso ter duas coisas: acesso a crédito e educação. Informação, consientização e gestão econômica da propriedade. A pecuária antigamente era vista mais ou menos como uma poupança. O cara tinha boi no campo, e quando precisava de dinheiro, vendia. Hoje não, tem que gerar renda, ele participa de uma cadeia econômica importante. Só que muitos produtores pequenos ainda não enxergam a atividade desse ponto de vista empresarial. Eles têm que aprender a gerir a propriedade como uma atividade empresarial.

Agricultura
A pecuária tem cedido terras para a agricultura. A área de pastagem diminuiu, mas a produção de carne continua aumentando. Vemos isso em São Paulo e, principalmente, no Mato Grosso do Sul. Há muita área de pasto virando eucalipto, cana de açúcar e soja. Se não fosse a evolução da pecuária, a agricultura não tinha para onde expandir, a não ser em cima de floresta ou de cerrado.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Preço do suíno começa a reagir em São Paulo

Atualmente o valor está em R$ 58, enquanto no final de 2010 era R$ 68. 

O criador esperava por esta alta há bastante tempo.


O criador Alberto Broek, que está na atividade há mais de 60 anos, conta que o cenário começa a ficar animador porque o custo de produção é de R$ 56 por arroba, portanto R$ 58 para venda ainda não dá muito lucro. Há dois meses, o produtor chegou a vender o porco por R$ 38 a arroba e para equilibrar o preço, o peso dos animais vivos foi reduzido de 100 quilos para 80. Outra etapa de redução foi o descarte de 10% de matrizes, que foram enviadas para abate.
Um dos motivos da queda no preço foi o embargo russo à carne suína brasileira. Valdomiro Ferreira Júnior, presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suíno, explica que a alta do momento é em função da diminuição da oferta de animais, que obriga um realinhamento de preços, já que o ano passado o valor de venda chegou a R$ 68.
O milho era comprado entre R$ 18 e R$ 20 a saca de 60 quilos. Hoje o suíno é vendido por R$ 58 e o milho comprado por R$ 30, R$ 32 a saca. De acordo com Valdomiro, é necessário que o preço chegue a R$ 70 a arroba para que o produtor tenha ganhos e consiga pagar as contas adquiridas nos últimos oito meses.
Confira o vídeo com a entrevista completa e saiba se a fusão entre Sadia e Perdigão causa reflexos no setor.
 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Japão suspende distribuição de carne de Fukushima



O governo do Japão ordenou hoje a suspensão de todos os embarques de carne bovina de Fukushima para outras províncias japonesas até que a segurança do produto possa ser confirmada, disse a agência de notícias Kyodo News.
Autoridades se esforçam para ampliar as investigações em fazendas e distribuidores do país, a fim de determinar a dimensão da suposta contaminação de gados que foram alimentados com forragem de arroz contendo altos níveis de radiação, acrescentou a agência.
A decisão foi tomada após a descoberta de que 650 vacas suspeitas de terem sido contaminadas com césio radioativo - provavelmente proveniente da usina nuclear de Daiichi, depois do terremoto e do tsunami de 11 de março - foram enviadas para ao menos 38 das 47 províncias do Japão.
Para impedir uma contaminação ainda maior, a força-tarefa do governo central para o desastre nuclear ordenou que Fukushima suspenda os embarques de carne bovina de todas as partes da província até que as condições para a remoção da proibição sejam cumpridas.
Ainda que a província de Fukushima - da qual 554 vacas suspeitas de contaminação foram distribuídas - já tenha solicitado aos seus produtores que voluntariamente suspendam o transporte de carne bovina, a força-tarefa concluiu que é necessário interromper os embarques até que os preparativos para inspeções estejam em vigor e a segurança do produto possa ser constatada.
Também hoje, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, se desculpou pelo problema de contaminação, dizendo: "Eu me sinto responsável por não conseguir impedir que isso acontecesse e eu lamento extremamente."
Separadamente, o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano, pediu desculpas por não ser capaz de garantir que todos os produtores fossem informados da notificação do governo para não utilizar ração animal armazenada ao ar livre. Edano afirmou que os criadores afetados serão compensados pelos danos econômicos e psicológicos decorrentes dos últimos acontecimentos, e que o governo também pagará pelas perdas resultantes da queda nos preços da carne bovina.
O Ministro de Agricultura do Japão, Michihiko Kano, disse que o governo ampliará o alcance de uma pesquisa emergencial sobre o uso de forragem de arroz para cobrir todos os produtores do país, após níveis elevados de césio radioativo terem sido encontrados em Fukushima e outras dez províncias. As informações são da Dow Jones.