sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Holanda registra teste positivo para mal da vaca louca

AMSTERDÃ (Reuters) - Uma vaca de 10 anos na Holanda testou positivo para a doença da vaca louca. É o primeiro resultado deste tipo em mais de dois anos, informou o governo holandês nesta sexta-feira.
O ministério responsável pela qualidade alimentar disse que o animal testou positivo para a encefalopatia bovina espongiforme, nome científico do mal da vaca louca, em um matadouro.
Foi o primeiro resultado positivo para a doença no país desde maio de 2008, informou o ministério em comunicado.
Um porta-voz do ministério disse à Reuters que a carne do animal foi retirada da cadeia alimentar após o primeiro teste positivo. Posteriormente, um segundo exame confirmou o resultado.
Todas as vacas enviadas a matadouros do país são testadas e esperam pelo resultado dos exames para, só depois, sua carne entrar no sistema.
A doença da vaca louca é uma preocupação particular porque provoca problemas degenerativos no cérebro de humanos que comem a carne contaminada.
Três pessoas morreram na Holanda por conta da doença Creutzfeldt-Jakob após ingerirem carne de um animal que testou positivo para encefalopatia bovina espongiforme. A última morte registrada ocorreu em janeiro de 2009.
(Reportagem de Ben Berkowitz)

Exportações de carne da Argentina caem pela metade


Cortes congelados e frescos foram os que apresentaram maior queda nas vendas externas de janeiro a julho deste ano

por Globo Rural Online, com informações da Agência Safras

Os embarques de carne argentina diminuíram quase pela metade nos primeiros sete meses de 2010. Segundo Miguel Schiariti, presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes da República Argentina (Ciccra), o volume dos envios de carne argentina ao mundo teve baixa de 47% entre janeiro e julho de 2010. 

A diminuição na quantidade de cabeças de gado no país (menos 15% em dois anos) coloca em alerta os empresários e trabalhadores do setor, que estão há dias em pé de guerra pela ameaça de demissão, por conta da diminuição do ritmo da atividade no país. 

Três das oito plantas que o frigorífico JBS-Friboi tem no país estão à venda e se presume que não encontrarão compradores facilmente, pelo risco que, reconhecem os empresários, tem a atividade na Argentina. A cada semana vêm à tona dados de novas reduções de produção em unidades frigoríficas. 

De acordo com a Ciccra, exportou-se menos quantidade de todos os cortes. Em relação às vendas externas de cortes congelados e frescos, totalizaram 87,346 mil toneladas, baixa de 52,4%. Além disso, foram exportadas 14,333 mil toneladas via cota Hilton (cortes premium que vão à Europa), queda de 25%. No caso de carnes processadas, como hambúrgueres, o volume foi de 16,152 mil toneladas, 22,2% menos em relação aos primeiros sete meses do ano passado.

Ovinomar alerta para carne sem inspeção

Ao menos 450 carneiros e cordeiros são vendidos sem inspeção da Vigilância Sanitária em açougues e mercados de Maringá. São 120 carcaças por semana. A informação é do Grupo Cordeiro e da Associação dos Criadores de Ovinos da Região de Maringá (Ovinomar).

De acordo com o presidente da entidade, Antônio de Paula, que é sócio de uma loja especializada em cordeiro na cidade, a venda da carne sem inspeção compromete a qualidade do produto. Segundo ele, no abate ilegal, o transporte é feito em veículo sem refrigeração e com animais doentes. 

"Quando o consumidor vai comprar a carne em alguma estabelecimento comercial, ele não consegue identificar qual é inspecionada e qual não é", diz.

Segundo Antônio de Paula, o quilo da carcaça de um animal inspecionado é vendido por R$ 14,50, já o produto clandestino é comprado pelo açougue ou supermercado por valor mais baixo, que varia entre R$ 9,50 e R$ 10,50.
Dificuldade
"O consumidor não consegue 
identificar qual é inspecionada e 
qual não é"
Antônio de Paula
Presidente da Ovinomar
"Não há recolhimento de impostos e, apesar de comprar mais barato, os estabelecimentos não repassam o valor mais baixo para o consumidor", disse.

O chefe do núcleo regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento no Paraná (Seab), José João Vituri, acredita que o reduzido número de abatedouros autorizados na região ¿ são dois, um localizado em Floraí, com inspeção estadual, e outro em Maringá, com fiscalização municipal ¿ seja o grande responsável pelos abates ilegais.

A Vigilância Sanitária informou, via assessoria de imprensa, que não recebeu denúncia formal sobre a venda de carne de cordeiro sem inspeção. Segundo o órgão, "não existem problemas" e os fiscais "não acharam nenhuma irregularidade" até agora.
 Carla Guedes

Governo argentino estuda saída para reabrir frigoríficos no país

BUENOS AIRES - O governo argentino estuda intervir para que a crise envolvendo frigoríficos no país não resulte no fechamento de mais unidades. O secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, quer que os empregados, com o apoio do governo, assumam as operações dos frigoríficos paralisados ou em risco de fechamento, informou o secretário-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores da Carne e Afins (Fetsicara), Sixto Vallejos. "Moreno nos prometeu esse plano para preservar as fontes de trabalho", disse Vallejos. Cerca de 20 frigoríficos deixaram de operar nesse ano e outros 12 se encontram em vias de baixar as portas. Em todo o país, 10 mil operários foram demitidos ou se encontram em férias coletivas, recebendo somente 75% do valor do salário. Entre as unidades paradas, três pertencem à Swift, subsidiária do grupo brasileiro JBS-Friboi. A companhia brasileira pretende vender as unidades que estão paralisadas.

Vallejos disse que na próxima segunda-feira representantes dos trabalhadores se reunirão com diretores da JBS e com Moreno para chegar a um acordo sobre o assunto. "Vamos discutir um acordo de gestão de propriedade participativa", explicou. O sindicalista afirmou que o governo e os trabalhadores "têm de encontrar uma alternativa para continuar trabalhando porque os empresários não se importam".

Ele detalhou que Moreno colocará em andamento um sistema de cota de distribuição dos animais para o abate, com o objetivo de garantir o funcionamento de todas as unidades no país. "Nenhum frigorífico tem condições de funcionar hoje com 100% de sua capacidade, mas se cada um receber uma cota específica de gado, todos podem operar com 60% de sua capacidade", acrescentou Villejos.

A assessoria de imprensa da JBS em Buenos Aires reiterou que a empresa não fará nenhum comentário sobre o assunto. A opção de executar uma gestão participativa surge diante das dificuldades da JBS de encontrar um comprador para suas unidades No mercado, comenta-se que não há interesse pelo negócio, já que as restrições às exportações e à oferta de gado provocaram uma profunda crise no setor.

Rússia suspende entrada de carne bovina de frigorífico americano do JBS

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informou que a unidade do grupo brasileiro em Grand Island, no estado americano do Nebraska, não poderá mais exportar carne para a Rússia a partir do próximo dia 7.
As autoridades não especificaram o motivo, mas um porta-voz do JBS nos Estados Unidos disse que o problema estaria relacionado a uma "questão de patógenos", ou seja, causadores de doenças.(Brasil Econômico)

Independência pede suspensão de pagamento e Acrimat quer garantia


Suspensão do pagamento das parcelas aos pecuaristas credores por 04 a 06 meses até conseguir um novo aporte financeiro e cancelamento do pagamento da parcela de setembro. Essa será a pauta de mais uma Assembléia Geral de Credores – AGC – convocada pelo Independência S.A.e a Nova Carne Indústria de Alimentos Ltda., ambas em recuperação judicial desde 2008, para o dia 08 de setembro de 2010, em primeira chamada, e dia 13 de setembro de 2010, em segunda chamada, em São Paulo.
A proposta apresentada pelo frigorífico e aceita pelos pecuaristas no dia 05 de novembro de 2009, foi de pagamento à vista de R$ 100 mil e os com crédito superior, receberiam R$ 100 mil de entrada e saldo dividido em 24 parcelas, pagas a partir de março deste ano, e corrigidas pela taxa Selic. “Eles pagaram apenas 6 parcelas e já estão voltando atrás do combinado e sem dar ao pecuarista nenhuma garantia”, disse o superintendente da Associação dos Criadores e Mato Grosso – Acrimat, Luciano Vacari. Ele participou de uma reunião nesta quinta-feira (02) em São Paulo, a convite da diretoria do Independência, juntamente com demais entidades representativas dos produtores, onde foi comunicada essa decisão
Varaci ressalta que “é impossível aceitar o que eles estão pedindo sem uma garantia, pois já demos nosso voto de confiança e veja o que recebemos: mais um pedido de espera, até conseguirem um aporte financeiro”. Nesse caso, o superintendente da Acrimat acredita que o pecuarista tem duas saídas: “aceitar mais uma vez o que o frigorífico pede e torcer para receber, ou pedir a falência da empresa, já que eles descumpriram o acordo firmado em assembleia geral”. A Acrimat avisou que vai se reunir com os pecuaristas credores para discutir a situação e se preparar para mais uma AGC e buscar a garantia de pagamento das parcelas que faltam. Das 24 parcelas, apenas 6 foram pagas. A parcela de setembro já não será paga.
Os credores do frigorífico Independência estão em cinco estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Goiás. Ao todo são 1.524 pecuaristas e uma conta a receber na ordem de R$194 milhões. O Independência, quando entrou com o pedido de Recuperação Judicial tinha uma dívida de R$ 55.665.367,90 com 494 produtores de Mato Grosso. Depois da AGC, 75% dos pecuaristas tiveram suas dividas quitadas.
As informações são da assessoria de imprensa da Acrimat.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Notas da JBS


A JBS informou que sua subsidiária Vigor vai pedir consentimento aos detentores de Notas da empresa com vencimento em 2017 para revisar determinadas provisões estabelecidas no contrato (indenture) desses papéis.
   
A revisão tem como finalidade permitir que a JBS incorpore a Vigor e, a partir daí, assuma o compromisso de pagamento dos papéis. Para isso, a JBS precisa ajustar os compromissos (covenants) estipulados no contrato com os credores da Vigor para evitar que eventuais restrições previstas nesses papéis limitem sua flexibilidade financeira.
   
No entanto, a empresa observa que a implementação das alterações propostas não está condicionada à incorporação da Vigor pela JBS. As notas possuem valor principal de US$ 100 milhões, juros de 9,25% ao ano e vencimento em 2017.
   
A solicitação do consentimento terá validade até as 17 horas (horário de Nova York) de 24 de setembro. Os detentores de notas que entregarem seu consentimento até as 17 horas de 13 de setembro receberão um "fee" de consentimento mais elevado, afirmou a JBS.
   
As alterações propostas englobam as definições de alteração de controle (Change of Control) e de detentores permitidos (Permitted Holders); as disposições que tratam da oferta de compra de Notes pela Vigor (Offer to Purchase); e a restrição de venda de ativos (Limitation on Asset Sales). Segundo a JBS, todas as mudanças requerem apenas anuência da maioria dos detentores das Notas. As informações partem do Valor.
Agência Safras

Marfrig compra fábrica de legumes e vegetais na Argentina

Fábrica pode processar oito mil toneladas de alimentos por ano

Buenos Aires, Argentina, 2 de Setembro de 2010 - A Marfrig, por meio da subsidiária argentina Quickfood, reforçará sua atuação na área de produtos congelados no país vizinho. O frigorífico brasileiro adquiriu uma fábrica de legumes e vegetais congelados da Arcor por US$ 3,4 milhões e assumiu ontem as operações.
A fábrica comprada pela Marfrig pode processar oito mil toneladas de alimentos por ano e emprega cerca de 100 trabalhadores em Arroyo Seco, na Província de Santa Fé, a noroeste de Buenos Aires. O negócio envolveu um pagamento à vista, já feito, de US$ 715 mil - o restante será financiado em três anos.
A Quickfood já comercializava, com marca própria, verduras e legumes congelados pela Arcor, empresa mais conhecida pela produção de balas e guloseimas. A planta em Arroyo Seco processa vegetais como brócolis, ervilha, vagem, batata e espinafre, entre outros.
Conforme explicou ao Valor o diretor de assuntos públicos e relações com o mercado da Quickfood, Miguel Gorelik, a aquisição permitirá reforçar a presença desses produtos não só no mercado interno, mas aproveitar os canais de comercialização abertos pelas exportações de carne. Por isso, a ideia é vender legumes congelados a países da região, como Chile e Uruguai, incluindo também o Brasil, e a mercados mais distantes. "Se você pensar em carne e vegetais, pode parecer um negócio estranho. Mas estamos falando, na realidade, de alimentos congelados", comentou o executivo.
A Marfrig chegou à Argentina em 2007 com a compra da Quickfood, uma das marcas mais tradicionais do país. Desde então, aumentou sua participação acionária na companhia dos 70,51% iniciais aos 81,48% de hoje. A família Baumele, que vendeu a empresa, continua participando da gestão. A Quickfood fatura cerca de US$ 600 milhões por ano e detém a marca de hambúrgueres Paty, que possui 65% do mercado local e vende 1,6 milhão de unidades/dia.
Por ter a maior parte de sua produção destinada ao mercado interno, a Marfrig não teve suas operações na Argentina significativamente afetadas pela atual crise da carne. A JBS, que controla a Swift, revelou no domingo a intenção de vender três de suas oito plantas no país. O governo argentino poderá oferecer financiamento público para adquirir as instalações da JBS, mas a dificuldade enfrentada pela maioria dos frigoríficos complica um desfecho positivo.
(Valor Econômico) (Daniel Rittner)

Mercado

Hoje foi vendido alcatra a prazo para uma grande rede de supermercados a R$ 10,70 kg . Houve também  mais cedo , venda  de alcatra a R$ 10,80 kg a vista e contra a R$ 11,00 kg  também a  vista em partes iguais.
Dianteiro sem osso, foi comercializado a R$ 6,80 a prazo.
Teve cliente  que comprou ontem, traseiro a R$ 6,90 e dianteiro de R$ 4,90 kg e que ligou cedo para o fornecedor, querendo barganhar um desconto de R$ 0,10 kg no traseiro.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Consumo de carne suína na mira

Foi assinado nesta terça-feira (31-8) acordo que prevê o investimento de 9 milhões de dólares para elevar a venda de carne suína no país. Com isso, Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Sebrae e Acsurs pretendem aumentar em dois quilos o consumo per capita em três anos. O projeto, parte do Programa de Desenvolvimento da Carne Suína, trata do marketing e das medidas a serem tomadas com esta finalidade. Entre as ações, estão palestras com nutricionistas, inserção do produto no cardápio de empresas e indústrias, enumerou o presidente da Acsurs, Valdecir Folador. Segundo o gerente do agronegócio do Sebrae, João Paulo Kessler, o programa beneficiará todo o setor.

Boi: apesar do ritmo mais lento, ainda é possível verificar preços em alta

1/09 
XP Agro - Está difícil abalar a firmeza do mercado, que é ditada pela curta oferta de animais terminados, consumo forte e exportações recuperando-se (níveis pré-crise).

Somente no último mês, o boi subiu R$6,21 sendo que, antes disso, havia demorado quatro meses para conseguir o mesmo feito, o que reflete sobre agosto os efeitos da entressafra. As últimas altas deixaram a arroba em bons patamares, os mais altos desde agosto de 2008.

E, apesar disso, o mercado teima em permanecer lá em cima, movimentado e especulado. Com o consumo aquecido, é possível que os preços se mantenham bastante firmes na primeira quinzena de setembro. Após tal momento, a demanda arrefecida somada à maior oferta de animais de cocho poderá mexer com o mercado.

Só Notícias

Inflação na carne segue até 2011

Bruno Bianchim Martim

Na balança dos açougues e nas gôndolas de supermercado, o aumento no valor da carne bovina registrado em agosto deve perdurar até o início de 2011. A entressafra – período em que faltam pastos para os animais por conta do tempo seco – é a principal responsável pela variação de preço, apontada na cidade como próxima dos 20% de aumento.

De acordo com a nutricionista e proprietária do Açougue São João, no Mercado Municipal, Débora Ubisses Puga, o segundo semestre do ano representa queda na produção pecuarista e maior custo na produção da carne de corte. De agosto a dezembro, a temporada sem chuvas desfavorece o setor.
“Com o tempo seco e a falta de pastos, os animais acabam ficando confinados. Isso encarece o produto final”, explica.

A ponta de alcatra, de primeira, registrou aumento de 8% este mês (de R$ 11,90, passou a custar R$ 12,90). O miolo de acém, que custava R$ 8,99 no início de agosto, agora equivale a R$10,90/kg. No açougue, a variação chega a R$ 1,50 para carnes de segunda e R$ 1 para carnes de primeira, os cortes nobres. “Até o fim das festividades de Natal e Réveillon, o preço deve se manter. É a oportunidade que os produtores têm para recuperar as perdas dessa entressafra”, argumenta.

O comerciante Álvaro Dias busca variar seu paladar na hora das compras. “Quando a carne vermelha sobe um pouco, acabo procurando outras alternativas, como a carne de frango e de porco”, comenta o vendedor. “Em casa não deixo faltar o alimento. É difícil encontrar algum produto que sobreponha o valor nutricional da carne”, explica Dias.

A queda no volume de vendas do açougue fica numa margem que varia de 10 a 30%. Cortes mais populares, como carnes cozidas e de panela, mantém o caixa equilibrado. “As carnes de segunda acabam sendo inflacionadas por essa menor procura dos cortes nobres. O mercado busca se equacionar”, afirma Débora.

Segundo a nutricionista, o clima quente requer cuidados extras com armazenagem do produto. “A carne perde mais água nesse período. É preciso que o consumidor se atenha a esse detalhe na hora das compras. As condições de pesquisa não devem se pautar somente no preço, e sim na qualidade. Os próprios açougues acabam sendo prejudicados com esse fator, já que necessitam ter mais atenção na armazenagem do produto”.

A Tribuna

terça-feira, 31 de agosto de 2010

JBS diminuirá presença na Argentina no abate de bovinos

Segundo empresa, ação é resultado da deterioração das condições do mercado na Argentina

São Paulo, SP, 31 de Agosto de 2010 - A JBS anunciou anteontem (29) que pode vender parte de suas unidades de processamento de carne na Argentina por falta de matéria-prima e em razão das restrições governamentais à exportação. Maior processadora de carne do mundo, a empresa está com as atividades paradas ou reduzidas em 3 das 6 unidades que mantém no país vizinho.


Segundo interlocutores do ministro do Comércio Interior, Guillermo Moreno, o governo argentino já procura investidores e se ofereceu como facilitador do negócio para evitar o fechamento dos frigoríficos de Pontevedra e Berazategui, na Província de Buenos Aires, e de San José, na Província de Entre-Ríos.

Em seu relatório do segundo trimestre de 2010, a JBS já havia alertado sobre a "deterioração das condições do mercado na Argentina" decorrente dos preços altos do boi vivo e das limitações impostas pelo governo.

Desde 2008, o mercado local de carne bovina apresenta um grande desequilíbrio causado pela intervenção estatal e pela estiagem que secou as pastagens há dois anos, segundo o consultor da Abeceb Mariano Lamothe.

Com dificuldades de alimentar o gado e desestimulados pelos preços baixos fixados pelo governo, os produtores começaram a abater vacas -que, em situações normais, são preservadas para a reprodução- e reduziram o rebanho argentino em 9 milhões de cabeças (15%) nos últimos três anos.



Rebanho Reduzido



O produtor Nicolás David, da Província de Córdoba, é um exemplo da retração do setor. Nos últimos cinco anos, abateu 58% das vacas e diminuiu o rebanho de 5.500 para 3.500 cabeças.

"Comecei a trabalhar com agricultura e só mantive o gado onde não consigo plantar", afirma David.

A pouca oferta fez o preço do quilo do boi vivo saltar de US$ 1 para US$ 1,90 e inviabilizou principalmente as exportações, taxadas em 15%.

"O governo gerou mecanismos que tiram a previsibilidade do exportador", diz o consultor Víctor Tonelli. Segundo ele, até 2012 o país deve continuar com oferta de carne insuficiente.

As unidades da JBS na Argentina, compradas a partir de 2005, são essencialmente exportadoras. O grupo brasileiro Marfrig, que também atua no país, enfrenta menos dificuldades por atuar mais no mercado interno.

Segundo analistas, não há compradores para as unidades da JBS. A insegurança jurídica do país assusta os estrangeiros e, se a venda ocorrer, deverá ser intermediada pelo governo em benefício de uma cooperativa de trabalhadores ou investidor local.

(Folha de São Paulo) (Mauro Zafalon)

Cresce a diferença do valor do frango entre o aviário e o supermercado

Curitiba, PR, 31 de Agosto de 2010 - O preço do quilo do frango pago ao produtor subiu 91% nesta década, mas não acompanhou os reajustes praticados pela rede de distribuição ao mercado interno, mostra levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. O frango congelado teve aumento de 111% no varejo no mesmo período. A diferença entre o preço recebido pelo produtor e o pago pelo consumidor cresce na hora que a carne chega no comércio. No atacado, a carne de frango congelada teve aumento de 86%, ou seja, não chegou a dobrar de preço como nos supermercados. A diferença é ainda maior quando se analisa a evolução da carne resfriada, que teve reajuste de 115% no comércio – 40 pontos porcentuais a mais do que no atacado e 24 acima da evolução no valor que chega ao bolso dos avicultores.


(Gazeta do Povo) (Redação)

Escassez de gado continua e arroba vai a R$ 92 em SP

Alta nos preços da carne bovina sustenta também a de frango

São Paulo, SP, 31 de Agosto de 2010 - O cenário na oferta de boi não mudou e os preços voltaram a subir. A arroba de boi pronto para o abate subiu ontem para R$ 92 no noroeste do Estado de São Paulo, conforme acompanhamento de preços do "Boletim Pecuário Diário" da AgraFNP.


E esse cenário pode não ter alteração nas próximas semanas, uma vez que as estatísticas indicam menos gado confinado do que se previa, segundo a Assocon (associação dos confinadores).

A alta nos preços da carne bovina sustenta também a de frango, que foi para R$ 1,70 o quilo da ave viva nas granjas paulistas. Já a carne suína, contrariando as demais, passou por um pequeno reajuste e recuou.

(Folha de São Paulo) (Mauro Zafalon)

Crise na pecuária argentina ajuda o Brasil a exportar, mas carne subirá

Demais grandes produtores - Austrália, Argentina e EUA - têm sérios problemas na produção

São Paulo, SP, 31 de Agosto de 2010 - A séria crise vivida pela Argentina no setor pecuário afeta o Brasil. De um lado, é bom para a consolidação do produto brasileiro no mercado externo -a Argentina, tradicional exportadora de carne de qualidade, pode deixar parte desse mercado para os brasileiros.


Ao entrar em mercados antes ocupados pela Argentina, o Brasil tem chance de mostrar o avanço da qualidade do produto nacional e receber mais por ele, o que já vem ocorrendo.

Uma participação maior do Brasil no mercado externo traz a chance de o país vender cortes diferenciados e com maior remuneração.

Essa melhora no valor da carne deveria, em tese, se converter também em remuneração para o pecuarista.

Isso está ocorrendo. Demanda interna aquecida e retorno das exportações, em um período de poucos animais para abate, elevaram os preços internos da arroba para R$ 92, ontem, no Estado de São Paulo, preço 15% maior do que o de há um ano.

De outro lado, o consumidor pode esperar, aos poucos, aumento real no preço da carne. À exceção do Brasil, que saiu de uma crise após a ocorrência da aftosa em 2005, os demais grandes produtores -Austrália, Argentina e EUA- têm sérios problemas na produção.

Esses problemas passam por limitação de áreas, como na Argentina, mudanças climáticas, na Austrália, e elevação de custos, nos EUA.

A situação no Brasil, no entanto, não é tão tranquila. A política de incentivos do governo a grandes instituições está deixando para trás uma série de pequenos frigoríficos de portas fechadas.

Em Mato Grosso, que tem o maior rebanho nacional, 13 dos 39 frigoríficos estão parados. A redução de unidades compradoras pode diminuir o poder de negociação dos pecuaristas.

Os números recentes da Argentina indicam a situação delicada do país. Líder em exportações de carnes durante décadas, os argentinos iniciaram os anos 2000 com redução nas vendas externas, mas vinham se recuperando.

As exportações de carnes frescas, que somaram 406 mil toneladas em 2005, recuaram para 212 mil em 2008, mas atingiram 361 mil em 2009. Nos sete primeiros meses deste ano, o volume está em apenas 87 mil.

Como carne na Argentina é sempre motivo de reunião ministerial, o país já estaria importando volume acima do normal do Uruguai.

(Folha de São Paulo) (Mauro Zafalon)

Carne de pato: Para crescer, Villa Germania se associa a Mercatto

Florianopólis, SC, 31 de Agosto de 2010 - Líder nacional no abate e comercialização de patos e com exportações para países da África e Ásia, a Villa Germania, com sede em Indaial, no Vale do Itajaí catarinense, prepara-se para entrar no mercado europeu.


O investimento de R$ 30 milhões previsto na ampliação da planta e certificação de produtos para a entrada na Europa é o próximo passo da empresa que fechou este mês a venda de 40% do seu capital para a Mercatto Investimentos. As empresas não revelaram o valor da transação. O diretor da Villa Germania, André Grützmacher, reforça que o negócio vai garantir o aporte para o investimento de R$ 30 milhões na empresa.

Em 2009, a Villa Germania faturou R$ 20 milhões e projeta, para este ano, atingir R$ 28 milhões em receita. Com a venda, Grützmacher e o sócio Marcondes Aurélio Moser vão manter 30% do capital da empresa. A Kaefer Agro industrial, empresa do Grupo Globoaves que faz parte do negócio desde 2005, também terá 30%. Outros 40% ficam com a Mercatto Investimentos.

Segundo Grützmacher, o projeto prevê a ampliação da capacidade de abate dos atuais 7,5 mil aves por dia para 25 mil patos diariamente. O processamento de frango caipira, galinha d'angola e coelho devem ser suspensos em um prazo de seis meses. A intenção é focar na carne de pato ou marreco, como é conhecido em algumas regiões.

"Vamos manter os outros produtos para garantir o mix e atender os nossos clientes, mas a intenção é só abater patos", diz Grützmacher. De acordo com ele, estão sendo estudadas algumas parcerias com frigoríficos locais para o abate dos outros animais. A Villa Germania vai ficar responsável pela marca e a comercialização dos produtos.

A venda para a Mercatto Investimentos vai permitir à Villa Germania retomar o processo de exportação para um dos mercados com maior potencial de consumo. Em 2004, a empresa iniciou o processo de certificação para exportações. Mas a crise no mercado de aves, em 2006, adiou os planos de Grützmacher de chegar à Europa.

Hoje, o mercado externo responde por 60% do faturamento da Vila Germania. No Brasil, onde estão 40% das vendas, os negócios estão divididos entre restaurantes, distribuidores e supermercados, cada segmento com um terço das vendas.

Fora do país, o Japão é o grande destino de peito e coxas desossadas. Para o Oriente Médio, embarcam aves inteiras, sem miúdos, congeladas. Na Europa, a Vila Germania quer atender com ambos os tipos de produtos.

A diferença entre o consumo de carne de pato na Europa e no Brasil é gritante. Enquanto o brasileiro consome 21 gramas em média, por ano, o europeu consome dois quilos. O consumo tímido revela um potencial para a carne de pato no mercado interno. Grützmacher diz que as vendas para o mercado interno dobraram de 2009 para 2010. A intenção para atrair a atenção maior do consumidor brasileiro é criar facilidades. "Vamos investir em uma linha nova de patês e de pratos prontos, que deve ser lançada em 2011", diz.

O projeto de ampliação prevê aumento no número de produtos integrados da Villa Germania. Hoje, a empresa importa as matrizes de pato de pequim e pato mullard. Os ovos são produzidos em Santa Catarina e, recém-nascidos, os patos são repassados para os 45 integrados.

As propriedades ficam no Planalto Norte Catarinense, onde a Villa Germania mantém uma fábrica de ração. Com cerca de 45 dias, as aves estão prontas para o abate. Dentro do projeto de expansão, o número de integrados deve saltar para 120 quando a planta estiver com capacidade para abater 25 mil aves por dia.



(Valor Econômico) (Julia Pitthan)

Mercado

A pedida de alcatra hoje R$ 11,20 kg e de contra R$ 11,50 ,  embora ainda teha oferta de alcatra a R$ 11,00 no prazo no mercado. Quanto ao boi inteiro com osso,  a pedida inicial  no traseiro R$ 7,00 kg , dianteiro R$ 5,00 kg e pa a R$ 4,80 kg . Devido a pouca oferta de boi para abate por diversos motivos e incio de mes esses preços devem se sustentar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MT: greve na justiça deve adiar acordos com o Frialto





O Grupo Frialto protocolou no dia 29 de julho na 2ª Vara da Comarca de Sinop (MT) seu Plano de Recuperação Judicial (PRJ) e se o prazo fosse cumprido, os credores teriam 30 dias para analisar e fazer objeções às propostas apresentadas, que deveriam ser entregues por escrito e protocoladas na Comarca de Sinop, até o próximo dia 30 de agosto. Depois disso, o juiz teria mais 150 dias para marcar a Assembleia Geral de Credores, que deveria acontecer até o final de 2010. Mas a greve da Justiça mato grossense irá forçar o adiamento desses prazos e atrasar possíveis acordos com credores.

"Todo esse tramite processual está sem nenhum efeito jurídico, pois a Justiça Estadual de Mato Grosso está parada há mais de três meses, sem previsão de volta", analisa o assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Armando Biancardini Candia. Para ele, mesmo que os servidores do judiciário retornem ao trabalho, fica difícil fazer uma previsão de convocação de Assembleia Geral dos Credores para este ano. "Assim que a justiça voltar a funcionar o tramite começa do zero e todos os prazos começam a ser contados a partir daquele momento. São necessários no mínimo 180 dias para o juiz analisar e definir datas processuais. Tudo indica que só em 2011 será possível resolver a questão do Processo de Recuperação Judicial do Frialto".

A dívida do Frialto composto pelas sociedades Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S.A., Agropecuária Ponto Alto LTDA. e Urupuá Indústria e Comércio de Alimentos LTDA é de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras, R$ 97 milhões com os pecuaristas, R$ 6 milhões trabalhista e R$ 8 milhões de frete.

O Frialto apresenta dois cenários para o pagamento dos fornecedores estratégicos, onde estão os pecuaristas.

Na primeira hipótese a empresa retoma suas atividades sem novos financiamentos. Neste cenário a proposta é de que após a homologação do Plano na Assembleia Geral dos Credores cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores, 10% do saldo devedor a cada credor 35 dias depois; 50% do saldo devedor seriam pagos em 11 parcelas mensais; e o saldo restante (40%) pago em 12 parcelas mensais, somando 2 anos para quitar o débito.

Na segunda hipótese, o frigorifico prevê a continuidade das operações com financiamentos no valor de R$ 50.000.000,00. Nesse caso, após a homologação do Plano na AGC, cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente5 dias depois; aos demais credores pagamento de 10% do saldo devedor 35 dias após o pagamento previsto aos que receberam integralmente; 10 dias após o desembolso do valor do financiamento, pagamento de 50% do saldo devedor; e o saldo restante pago em 11 parcelas mensais.

As informações são da Acrimat, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

JBS: concentração não prejudica produtor

O presidente da JBS, Joesley Batista, disse, na sexta-feira, que a concentração do setor de frigoríficos de carne bovina no Brasil não prejudica o produtor de gado. Pelo contrário. A uma plateia de estudantes, representantes do agronegócio e consultores, em seminário do Pensa, na Universidade de São Paulo (USP), Batista afirmou que a concentração permite que as empresas do setor cresçam, o que vai "beneficiar o produtor".

De acordo com o presidente da JBS, "quanto mais o setor se concentrou no Brasil, mais o preço do boi subiu". Ele disse que há alguns anos, a arroba do boi gordo estava na casa dos US$ 20 no Brasil. Atualmente, já supera os US$ 50.

Essa mudança de patamar é, segundo ele, um reflexo da internacionalização e da concentração no setor de frigoríficos. "Antes, quando havia um monte de pequenos [frigoríficos] se debatendo, só se vendia barato ao exterior. Isso mudou". No novo cenário, disse, é possível vender carne com preços mais altos ao exterior e, assim, pagar mais pelo boi ao pecuarista.

Após a aquisição de várias empresas no exterior, a JBS detém hoje 30% do comércio internacional de carne bovina e 50% das exportações brasileiras do segmento, segundo Batista.

Conforme o empresário, "a internacionalização mais do que dobrou o preço do boi". Em sua opinião, "não é só o câmbio" que explica a elevação dos preços da arroba em dólar. "O câmbio é só um dos fatores", argumentou.

Rui Prado, presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), que esteve no seminário, afirmou que a concentração preocupa os criadores do Estado, onde apenas duas empresas - JBS e Marfrig - têm 60% do abate.

Outra questão do encontro, em que Joesley Batista falou sobre a gestão da JBS, foi o desafio de digerir todas as aquisições feitas pela companhia e implantar a cultura da empresa nesses locais. O caso da Inalca JBS, na qual a brasileira vive uma disputa judicial com o sócio, foi mencionado. "Na Itália, temos que ter pessoas tão competentes quanto eu ou mais", disse. A JBS entrou na Câmara de Comércio Internacional de Paris contra o grupo Cremonini, pedindo a arbitragem sobre questões de governança. Batista não comentou o processo.

Argentina

A JBS S.A admitiu, em nota ontem, que pode vender "algumas unidades de produção" na Argentina por conta da atual escassez de bois para abate e da restrição às exportações de carne bovina pelo país. No sábado, a agência Reuters noticiou que a maior processadora global de carne bovina poderia vender três plantas de abate de gado na Argentina. A informação foi dada à Reuters por uma fonte que pediu anonimato.

Segundo essa fonte, a informação de que a JBS poderia se desfazer de unidades na Argentina foi dada pelo secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, durante uma reunião que teve na última sexta-feira com diretores dos principais frigoríficos de carne bovina do país.

Na nota divulgada ontem, após ser procurada no Brasil, a JBS disse que "devido à atual situação na Argentina (escassez da disponibilidade de gado e restrição das exportações), a companhia estuda reduzir a produção nesse país, ou até, a possível venda de algumas unidades de produção desde que o valor negociado reflita o preço real do ativo".

Segundo a Reuters, atualmente, as instalações da JBS na Argentina que poderiam ser vendidas, situadas em Pontevedra, Berazategui e San José, estão trabalhando de forma parcial, por conta da redução da oferta de bovinos para abate. Esse quadro de falta de animais provocou uma alta no preço da carne bovina e fez o governo limitar as exportações do produto.

Diversos frigoríficos atravessam dificuldades pelo recuo nas atividades e travam uma queda-de-braço com o governo argentino. Os produtores rurais responsabilizam as intervenções oficiais no mercado da carne bovina pela queda do rebanho. As prolongadas secas que o país viveu nos últimos anos também foram muito prejudiciais ao setor, observa a Reuters.

A matéria é de Alda do Amaral Rocha, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

www.beefpoint.com.br 

JBS estuda redução de produção ou venda de unidades na Agentina

Medida reflete atual situação naquele país de "escassez da disponibilidade de gado e restrição das exportações", como cita  comunicado do frigorífico brasileiro
Agência Estado  
SÃO PAULO - A JBS Friboi enviou ontem à noite um comunicado ao mercado sobre eventuais mudanças para a operação na Argentina, diante da atual situação naquele país de "escassez da disponibilidade de gado e restrição das exportações", como cita o comunicado. O frigorífico brasileiro estuda reduzir a produção na Argentina ou até vender algumas unidades, "desde que o valor negociado reflita o preço real do ativo", ressalta o diretor de Relações com Investidores, Jeremiah O’Callaghan, na nota.
Por enquanto, não há um anúncio específico, mas a empresa afirma que "manterá o mercado informado sobre qualquer fato relevante".
Na sexta-feira, uma fonte da JBS/Swift ouvida pela sucursal argentina da Agência Estado disse que estava, assim como os demais frigoríficos, com unidades paradas por falta de animais. A Sociedade Rural Argentina (SRA) calcula que as restrições às exportações de carne bovina e a retração da oferta de gado já tenham provocado o fechamento de 20 frigoríficos no país e outros 12 enfrentam situação crítica. A capacidade ociosa da indústria é de 40% atualmente. Nos últimos três anos o estoque de gado foi reduzido em 12 milhões de cabeças e a produção de carne caiu à metade. Na imprensa local, as notícias na semana passada davam conta de que das seis unidades do JBS/Swift, apenas duas estavam operando.

Mercado

No fim da semana passada foram negociados contra file no prazo a R$ 11,50 kg e alcatra a R$ 10,80 kg . Quanto ao boi inteiro, os preços foram traseiro R$ 6,80 kg , dianteiro R$ 4,90 kg e ponta a R$ 4,80 kg

Queda na oferta eleva preços e impulsiona ganhos de produtores

Após sofrer em 2009 com os efeitos da crise internacional, registrando grandes perdas de receita e volume exportado, a carne brasileira está novamente gerando lucros para indústrias e produtores. Com os preços pagos mais elevados devido à falta de oferta no mercado global, o setor vem recuperando as perdas do ano passado, e já cria expectativas otimistas para o futuro.
De um modo geral, a carne brasileira não tem conseguido obter volumes de exportação muito elevados em comparação com 2009. No primeiro semestre de 2010, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), as vendas elevaram-se apenas 4%, passando de 723.386 toneladas nos primeiros seis meses de 2009 para 755.910 toneladas em igual intervalo deste ano. Em março e abril chegou a haver queda em relação aos mesmos meses do ano passado (-1% em março e -8% em abril).
No entanto, se a expansão da quantidade de carne exportada ainda está lenta, os valores obtidos com as vendas externas estão muito superiores. As exportações totais de carne bovina brasileira no primeiro semestre alcançaram US$ 2,822 bilhões contra os US$ 2,280 bilhões do mesmo período de 2009, um crescimento de 24%. Com isso, o preço médio pago à indústria nacional passou de US$ 3.153,00 por tonelada para US$ 3.734,00 por tonelada nesse intervalo de tempo.
A expansão da receita obtida com o produto deve-se principalmente ao aumento dos preços internacionais. "Mesmo com o câmbio valorizando nossa moeda, o que prejudica a competitividade do produto brasileiro, a falta de oferta no mercado internacional vem contribuindo para manter os valores pagos num nível interessante", afirma José Vicente Ferraz, diretor da consultoria AgraFNP. 
Segundo a Abiec, embora o ritmo de exportações neste ano, se comparado com o de 2009, esteja acelerado, ele ainda apresenta lentidão para recuperar os números de 2008, quando o Brasil exportou 2,5 milhões de toneladas e obteve uma receita cambial de US$ 5,3 bilhões. A expectativa da entidade para 2010 é de que o crescimento da receita fique em torno de 20% em relação ao ano passado. Em 2009, foram registrados US$ 4,118 bilhões em vendas externas, com um volume de 1,245 milhão de
toneladas. 
Os resultados positivos registrados em 2010 já estão tendo reflexos também nos ganhos dos produtores. "O preço do boi no Brasil também se elevou, então hoje os frigoríficos pagam mais e vendem por um preço maior, e como em muitos países somos o principal fornecedor estamos conseguindo fazer repasse dos custos", explica Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

Consumo brasileiro também está em alta

A elevação dos preços da carne acontece em outro momento positivo do setor, quando o número de animais do rebanho nacional está se recuperando da queda provocada entre 2004 e 2007 pelo abate de matrizes, situação gerada pelas condições climáticas adversas e ganhos reduzidos dos produtores. Com mais oferta, os frigoríficos estão conseguindo suprir a demanda crescente, não só do mercado internacional, mas do consumo brasileiro. "O mercado interno está muito positivo, pois com os aumentos dos salários e da renda a população está consumindo mais carne", diz Gustavo Aguiar, analista da Scot Consultoria. 
No Rio Grande do Sul, a recuperação do rebanho tem levado a indústria a aumentar os abates, que deverão crescer 20% em 2010. Segundo Ronei Lauxen, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), o Estado está recorrendo menos à carne de outras regiões do Brasil para garantir seu abastecimento. "Em 2009, 30% do produto consumido aqui vinha de outras regiões, agora esse índice caiu para 15%", afirma. 
Para a indústria nacional, as perspectivas do mercado interno para o futuro são excelentes, mas é necessário expandir a produção. Atualmente, segundo Péricles Salazar, o consumo brasileiro de carne bovina é de 37 quilos per capita por ano. "Se aumentar em um quilo esse índice vai faltar boi para atender aos consumidores", aponta Lauxen.

Vendas de frango registram incremento em volume e receita

O volume de exportações brasileiras de frango chegou a 2,165 milhões de toneladas nos sete primeiros meses de 2010, número 2% superior ao volume registrado no mesmo período do ano passado (2,124 milhões de toneladas) pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef). Já a receita obtida com as vendas externas cresceu ainda mais, chegando a US$ 3,756 bilhões entre janeiro e julho, valor 16,6% maior que no mesmo intervalo de 2009.
O resultado deve-se, sobretudo, à recuperação dos preços internacionais. Atualmente, o preço médio da carne de frango no mercado mundial varia em torno de US$ 1,70. Embora ainda esteja abaixo dos US$ 2,10 alcançados em 2008, ele já representa uma melhoria em relação ao US$ 1,40 registrado durante o período mais forte da crise econômica. 
Segundo o presidente da Ubabef, Francisco Turra, as vendas do setor avícola brasileiro no exterior estão sendo retomadas de forma lenta e gradual. Já no mercado interno, a expectativa é de um crescimento moderado das vendas, que hoje giram em torno de 7,5 milhões de toneladas por ano. O consumo interno já apresenta patamares elevados em comparação com outros países. "A média mundial é de 13 quilos per capita ao ano e aqui chegamos a 41 quilos", compara.

Crise europeia afeta exportações suínas

Os efeitos da crise ao redor do mundo ainda se fazem sentir na cadeia da carne suína brasileira. As dificuldades econômicas enfrentadas por vários países europeus e a desvalorização do euro fizeram com que o produto da região ficasse mais barato para os russos, principais compradores do Brasil. A valorização do real também contribui para diminuir a competitividade.
A situação é refletida nos resultados das exportações dos sete primeiros meses de 2010, que apresentaram queda em volume, mas aumento em receita. "Isso mostra que o mercado externo pode oscilar bastante. Em outubro do ano passado, a notícia que divulgamos era exatamente o oposto: os volumes aumentavam e os preços caíam", lembra Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
No acumulado deste ano, as vendas externas de carne suína caíram 8,5%, passando de 342.587 toneladas de janeiro a julho de 2009, a 313.468 toneladas nos sete primeiros meses de 2010. Já em receita, o aumento das exportações foi de 7,68% em julho deste ano e de 12,57% de janeiro a julho, atingindo US$ 769,52 milhões. Grande parte desse aumento deve-se à elevação de 23% do preço médio da carne suína nos sete primeiros meses deste ano no mercado externo. A tonelada do produto chegou a US$ 2.455,00 (R$ 4.301,00) no período, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
No mercado interno, o setor está indo bem, apesar da queda em volume nas vendas externas. "Os negócios estão aquecidos e a demanda faz com que não haja estoques acima do usual", afirma Camargo Neto. De acordo com o presidente da Abipecs, o setor tem observado um aumento no consumo de carne suína, que vem sendo mais oferecida em restaurantes, além de ser mais procurada em supermercados, em função de preços competitivos em relação a carnes concorrentes e de um maior conhecimento do brasileiro sobre as qualidades do produto.
Em 2009, o consumo de carne suína no Brasil foi de 2.583 mil toneladas, um crescimento de 3,5% em relação a 2008 (2.497 mil toneladas). Para 2010, o consumo interno está estimado em 2.653 mil toneladas, um crescimento de 2,7% sobre 2009. Para atender a essa demanda, a Abipecs acredita que a produção brasileira deve crescer moderadamente, entre 1,5% e 2%. (MB)

Missão dos EUA chega amanhã ao País para inspecionar frigoríficos

SÃO PAULO - Missão de técnicos vindos dos Estados Unidoschega amanhã ao Brasil para comprovar se os níveis do vermífugo ivermectina presente na carne exportada pelo País estão dentro dos padrões norte-americanos.

Em 14 de maio foi detectado o excesso do produto contido na carne bovina enlatada venda a Washington. Por uma decisão do governo brasileiro, as vendas foram suspensas. Agora, a missão quer constatar de perto se houve avanços no caso.

A situação já preocupa os empresários de áreas afins e foi usada por uma organização não-governamental (ONG) norte-americana, a Food and Water Watch, como mote para retirar o Brasil da lista dos países com aprovação automática de exportação de produtos de carne. Mais do que isso, a ONG aproveitou o embalo para pedir que o departamento de agricultura (USDA) não considere mais Santa Catarina como estado livre de febre aftosa sem vacinação, status que recebeu em 2007 da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A alegação foi a de que poderia haver uma eventual expansão das importações brasileiras de carne fresca depois do problema com a carne enlatada. "Esse episódio prejudicou a credibilidade do Brasil e poderemos ter problemas na aprovação das fábricas de suínos pelos americanos", disse Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

Atualmente, o Brasil não vende o produto para os Estados Unidos, mas a expectativa é a de que, a partir do próximo mês, o país abra seu mercado para a carne suína nacional. Para isso, norte-americanos irão até o sul, onde se concentra a maior produção, para inspecionar as indústrias do setor.

Camargo Neto explicou que, em termos de volume, não se aguarda uma grande venda para os EUA, que são grandes produtores. O interesse nesse novo mercado é o de deixar uma porta aberta para futuras comercializações. Os produtos que devem ter mais saída nos EUA são, de acordo com o presidente da Abipecs, costela e bacon, por conta dos preços competitivos dos produtos brasileiros.

Francisco Jardim, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, assegurou que os exames realizados em novas peças de carne brasileira já foram feitos e apresentaram um padrão condizente com as exigências americanas. Ele evitou, no entanto, dar mais detalhes sobre o tema, alegando que o material será entregue à missão americana, composta por cinco agentes, quando chegarem ao Brasil.

Carne: EUA querem "morder"

nossas vendas 
Brasília - As exportações de carne do Brasil estão sob novo ataque protecionista nos Estados Unidos. O alegação agora é o excesso do vermífugo ivermectina contido na carne bovina enlatada exportada para aquele país, em 14 de maio. 
Por decisão do governo brasileiro, as vendas foram suspensas, mas os EUA aproveitou para exigir a comprovação de que os níveis do produto estão dentro dos padrões do país. Nesta terça-feira, representantes norte-americanos virão ao Brasil, para constatar de perto se houve avanços. 
A situação preocupa os empresários de áreas afins e foi usada por uma ONG norte-americana, a Food and Water Watch, como mote para retirar o Brasil da lista dos países com aprovação automática de exportação de produtos de carne. 

Cotação da arroba do boi já ultrapassa o patamar pré-crise

SÃO PAULO - As cotações da arroba do boi gordo já retomaram os patamares pré-crise. Para o mercado, a tendência continua altista. Em São Paulo, as negociações de bovino à vista, de acordo com índices do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na semana passada, chegaram a R$ 92,30. Em julho de 2008, segundo levantamento da Scot Consultoria, a arroba atingiu o pico de R$ 91. Em agosto do mesmo ano, a arroba valia R$ 90,16. "Mesmo com os animais confinados os preços não devem recuar", afirma Alex Santos Lopes da Silva, analista da Scot.

Segundo Silva, a escassez de oferta de animal terminado para abate também tem sustentado os preços da carne no varejo. "Na última semana, a valorização média da carne bovina, em São Paulo, foi de 3%", diz, reiterando que houve alta nos preços da carne por quatro semanas consecutivas. Em um mês, o contrafilé e a fraldinha valorizaram 15%.

Para Silva, a partir de setembro e de outubro, quando deve entrar no mercado o boi de confinamento, ainda é possível que ocorra uma ligeira valorização da arroba ou, no máximo, estabilidade nos preços. "As ofertas estão curtas, houve queda no número de animais confinados. Não me espantaria se houvesse alta mesmo com os bois confinados", diz.

De acordo com Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com a oferta, mesmo que restrita, de animais confinados, os frigoríficos terão algum fôlego para operar escalas. "Mas não vejo recuo nos preços. A arroba a R$ 80 é coisa do passado", diz, lembrando que as entregas de bois confinados já estão ocorrendo. "Em setembro e outubro vão apenas atingir seu máximo."

Estudo da Acrimat aponta para 2010 um volume de 450 mil bovinos confinados em Mato Grosso. Para o superintendente, embora sem quantificar, um volume considerável desses bovinos já foi abatido. "O que vai balizar as cotações será a manutenção do montante exportado. Vamos suprir a demanda do mercado externo e interno", afirma.

Segundo Vacari, isso será possível devido ao aumento na produtividade. "Estamos matando boi mais cedo graças à tecnologia e estratégia nutricional", explica.

De acordo com o superintendente, em 2007, em Mato Grosso, foram abatidos cinco milhões de cabeças de gado, com um rebanho menor do que possui hoje.

Para Vacari, além da recuperação nos preços da arroba, o setor no Brasil também já recuperou os índices de embarques antes da crise econômica mundial, em 2008. Segundo Vacari, a Argentina, Uruguai, Austrália, Estados Unidos e Nova Zelândia estão com problemas para atender a demanda por carne. "Com isso, já recuperamos mercados."

Outra vantagem para o pecuarista, com a arroba valorizada, está na relação de troca com o milho. O insumo que vinha sofrendo queda nas cotações nos últimos cinco meses, de acordo com Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot, reagiu neste mês devido ao aumento na comercialização no mercado interno.

Com isso, a relação de troca do milho com a arroba do boi gordo se manteve estável. O insumo, este mês está cotado em média a R$ 335 a tonelada, o que representa um avanço de 8,4% ante julho. "A alta do boi anulou a do milho."

De acordo com Filho, em São Paulo, são necessárias 3,75 arrobas de boi gordo para que o pecuarista adquira uma tonelada de milho. "Hoje o produtor precisa de 23% menos arrobas para a compra do insumo, se comparado a agosto de 2009."

João Carlos Werlang, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), espera ainda uma reação positiva nos preços do grão, pelo menos até a próxima safra. "Tudo vai depender da demanda."

Com a valorização da arroba e a falta de animais para abate, o preço da carne bovina acumula alta de 60% nas últimas temporadas.

Otto Manske explica que a alta nos preços varia de acordo com o corte Foto:Cleber Gomes

Otto Manske explica que a alta nos preços varia de acordo com o corte
Foto:Cleber Gomes

Produto está até 20% mais caro que no mês passado

O bife das crianças e o churrasquinho do fim de semana estão pesando mais nas finanças das famílias. A carne bovina está até 20% mais cara do que no mês passado. Supermercados e açougues já remarcam preços.

De acordo com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), é uma questão de sazonalidade. Neste período do ano, os pecuaristas seguram o fluxo de abate e, com menos oferta, o preço da carne tende a subir. Pelo levantamento da entidade, a elevação está entre 15% e 20%. Ao detectar esta tendência, os supermercadistas estão fazendo promoções para outros tipos de carne, como frango e porco.

Segundo o açougueiro Otto Manske, a alta varia de acordo com o corte.
— A costela subiu 25%. Está faltando gado. Acho que os preços podem subir ainda mais — diz o presidente da rede de supermercados Giassi, Zefiro Giassi.

O dono da distribuidora Resplendor, Adílio Fernandes, teme que, até setembro, o preço da arroba possa chegar a R$ 100. Hoje, em Chapecó, o preço da arroba do boi gordo chega a R$ 85.

— Os bifes subiram um pouco menos do que carnes como lombo e costela. Em média, o preço sobe entre R$ 0,30 e R$ 0,40 toda semana. Está mais difícil encontrar carne boa. Se continuar assim, é possível que tenha que aumentar em R$ 0,50 alguns preços nesta semana — afirma a sócia da Casa das Carnes, Ivonete Masselai.

Segundo o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), o preço subiu por conta do clima seco, que afeta a oferta.

— A alta é normal nesta época, por causa dos pastos secos. Mas desta vez, o preço subiu mais do que em 2009 — explica o pesquisador Sergio de Zen.

O dono do Frigorífico São João, Laércio José Espíndola, vê outro motivo.

— Os preços estão voltando aos níveis de dez anos atrás.

Substituição por frango é uma opção 
Quem quer reduzir o impacto da alta da carne bovina no almoço pode optar pelas carnes brancas. Segundo o dono da distribuidora Resplendor Alimentos, Adílio Joaquim Fernandes, o quilo do frango e do porco subiu menos de 4% nos últimos meses.

— Para compensar os nutrientes da carne vermelha podemos substituir pelas carnes de frango, porco e peixes, que apresentam basicamente os mesmos nutrientes da carne vermelha: proteínas de alto valor biológico, ferro, zinco — explica a nutricionista Priscila Karnopp.