sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Esclarecimento

Em virtude do falecimento de meu pai ,  Evaldo do Nascimento , no dia 25/08/2010 em Campos do Goitacazes -RJ . Sendo o  velório  realizado ontem na Camara Municipal de Macuco -RJ (terra natal )   assim como o  funeral, resolvemos devido ao ocorrido ,  voltar a operar esse blog apenas na próxima segunda-feira.
Conto com o entendimento de todos.
Saudações,
Everaldo Oliveira do Nascimento

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

BRF quer zerar dívidas

Antes de realinhar os avicultores na criação de frangos, a Brasil Foods tenta zerar débitos do setor ligados à produção de perus. Para isso, oferece renda mínima, considerada suficiente para quitação de parcelas de financiamentos.
A empresa se prontificou a pagar pelo tempo em que os aviários permanecem parados. A atividade começou a ser reduzida há seis meses e os abates foram paralisados no início deste mês.
A indústria informa que, decorrido um mês do último abate, passa a remunerar o produtor com uma ajuda de custo de R$ 1,2 mil/mês por aviário padrão (1.200 metros quadrados). A medida visa evitar a demissão de funcionários e a favorecer a conservação das instalações. Trata-se ainda de garantir renda mínima para aqueles que têm na avicultura sua única fonte de recursos.
Os financiamentos antigos, que preocupavam os avicultores quando a desativação dos criadouros de perus começou a ser aventada, estão em dia, segundo a indústria. O dinheiro da renda mínima seria suficiente para os produtores quitarem as prestações. A previsão é que esses financiamentos sejam 100% quitados dentro de um mês.
Em relação à troca de equipamentos, a Brasil Foods se comprometeu a gerenciar a tarefa, assumindo 100% dos custos da mudança. O valor a ser empregado pela empresa em cada aviário será de aproximadamente R$ 70 mil. Conforme a empresa, todos terão um mesmo padrão de equipamentos que, além de novos, adotam tecnologia igual ou superior à do sistema de criação de perus. O total a ser investido no sistema produtivo deve passar de R$ 50 milhões.
Os novos contratos ainda estão sendo apresentados aos avicultores. O documento é repassado no momento da quitação das dívidas ligadas à criação de perus ou da troca de equipamentos, informa a Brasil Foods. A empresa vem levantando a situação de cada propriedade. Informa já ter percorrido 110 aviários em Castro e Piraí do Sul.
Gazeta do Povo

Boi mais caro


Real forte em relação ao dólar e preços firmes do boi gordo no mercado físico nacional - por causa da oferta apertada - levaram a arroba à maior cotação na moeda americana em quase dois anos, em valores nominais. Segundo levantamento da Scot Consultoria, ontem a cotação em dólar no mercado do interior paulista estava em US$ 50,28 - no dia 5 de setembro de 2008, havia alcançado US$ 51,12 a prazo. Em reais, os preços equivalem a R$ 89,00 e R$ 87,93, respectivamente.

Os cálculos da Scot foram fechados ontem no meio do dia, quando o dólar era cotado a R$ 1,77. Consideram o mercado de São Paulo que ainda é uma referência de preços, apesar de a pecuária ter perdido espaço para outras culturas nos últimos anos no Estado.

Historicamente, os preços em dólar da arroba do boi gordo no Brasil ficavam na casa dos US$ 28 a US$ 30, abaixo de mercados como Austrália e Uruguai, onde a cotação costumava ser maior já que a carne produzida tem qualidade superior à brasileira, observa Gabriela Tonini, analista da Scot.

Mas ontem, por exemplo, a arroba no Uruguai estava em US$ 48,90 e na Austrália, em US$ 41,40, de acordo com a Scot. "O real forte mudou a relação de preços", afirma ela.

Já houve momentos de boi mais caro em dólar em períodos recentes - no dia 1º de agosto de 2008, a arroba bateu os US$ 57,82 em São Paulo. Naquele momento, o valor em real era R$ 91,84 por conta da oferta muito ajustada de animais para abate, reflexo da mudança de ciclo de produção na pecuária de corte. Então, havia também uma grande procura por conta do consumo forte nos mercados internacional e doméstico.

A situação mudou com a crise financeira global, a partir de setembro de 2008, que abateu a demanda por carne bovina em países da Europa e também na Rússia. Nesse novo cenário - com frigoríficos em dificuldade financeira e pedindo recuperação judicial -, a arroba despencou em dólares, para US$ 32 no dia 2 de março do ano passado, segundo a Scot.
A razão para a atual firmeza no mercado é que ainda há poucos animais de confinamento disponíveis para abate pelos frigoríficos, num período em que a oferta de gado de pasto já acabou.

Além disso, a recomposição da oferta de animais está demorando mais do que se imaginava. Em 2005, houve um forte descarte de matrizes, o que reduziu a oferta de bezerros nos anos seguintes. Esperava-se uma recomposição do rebanho com a alta dos preços do boi. Mas a escassez continua. "O atual ciclo [de produção] pode se prolongar para 2011", avalia José Vicente Ferraz, do Instituto FNP.

Para ele, diante disso, mesmo com a maior entrada de animais criados de forma intensiva no mercado em setembro e outubro, os preços da arroba devem cair "muito pouco". Gabriela Tonini acredita que há pouco espaço para quedas.

A alta do boi já tem reflexos no bolso do consumidor e na inflação. O último IPCA-15 mostra alta de 1,4% no segmento de carnes bovinas, conforme dados consolidados da LCA Consultores. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe na segunda quadrissemana de agosto revelou variação de 0,98% nas carnes bovinas.

Francisco Pessoa Faria, analista da LCA, afirma que a valorização da carne terá impacto no IPCA, mas ele espera que até o fim do ano a alta seja "devolvida". A razão é sua crença de que os números de confinamento de gado no país possam ser maiores do que o esperado, o que significaria mais oferta de bois para abate. A estimativa da LCA é que a carne bovina terá variação de 7,3% no ano, enquanto o IPCA deve ficar em 4,9%.
Valor Econômico

Indústria: Exportações da Marfrig caem 35% na Argentina.


Dificuldade na obtenção de licenças prejudicam volume de embarque no 2º trimestre de 2010.



Dados publicados no site Infocampo afirmam que entre abril e julho, as filiais da Marfrig na Argentina exportaram 8,1 mil toneladas de carne bovina, um recuo de 35% na comparação com o mesmo período em 2009, devido às restrições de exportação implementados pelo governo nacional. "Além do aumento de custos, a dificuldade na obtenção de certificados de exportação no segundo trimestre levou a uma pressão adicional sobre as margens", afirmou uma fonte ao site.
Depois de limitar as exportações em março passado, Guillermo Moreno, o secretário de Comércio Interior, prometeu em maio, a liberação de uma cota de exportação de 20 mil toneladas de cortes bovinos frescos por mês. Mas dados oficiais mostram que que não foi cumprido.
Mas a receita com os embarques teve um aumento de 9,4% , por causa de um reajuste de 68% no preço médio de venda, graças à redistribuição da Cota Hilton que deu ao frigorifico Quick food, controlado pela multinacional brasileira, a maior parcela da cota.
No mercado interno também houve redução no volume vendido pelas unidades locais da Marfrig. Foram 47,6 mil toneldas, 26% menos que no mesmo trimestre do ano passado. Mas o declínio também foi compensado por um aumento médio de 43% no preço.
Fonte: Infocampo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Caminhões roubados de frigorífico são encontrados abandonados em SP

Veículos estavam sem a mercadoria

24/08/2010 - 16:25

A Policia Civil de Valinhos confirmou, nesta terça-feira (24), que os três caminhões que foram roubados de um frigorífico da cidade na madrugada de domingo (22) foram achados nesta manhã abandonados na cidade de São Paulo, no bairro Grajaú.

De acordo com a investigação, depois de uma denúncia anônima, a Policia Civil da capital encontrou os caminhões em um terreno abandonado e comunicou a polícia de Valinhos. A carga roubada não foi encontrada e, por enquanto, nenhuma pessoa foi presa.
O caso
Uma quadrilha formada por 28 pessoas roubou mais de 100 toneladas de carne de uma empresa em Valinhos. No local, os assaltantes se apresentaram como policiais militares e disseram que estavam na empresa por uma suposta denúncia de pedofilia.
Após renderem cinco vigias e os trancarem em uma sala, três dos ladrões chamaram mais outras 25 pessoas, que ajudaram no roubo.
Eles levaram três caminhões da empresa e um veículo, além de vários computadores e o servidor com imagens do circuito interno.
Os vigias foram soltos na cidade de Itupeva.

Boi Gordo: Mesmo pagando mais frigoríficos seguem com escala curta.


Em São Paulo, industrias estão trabalhando com escalas entre 2 e 3 dias.



Em São Paulo os negócios ocorrem entre R$87,00/@ e R$88,00/@, à vista, livre do imposto, chegando em R$90,00/@, a prazo, também livre do funrural, em algumas ocasiões.
Com a dificuldade de comprar no estado e a necessidade da matéria-prima, algumas indústrias de São Paulo aumentaram o pagamento pelo gado das praças vizinhas. Foram registrados negócios em até R$85,00/@, a prazo, livre do funrural para os animais do Mato Grosso do Sul. Com isso, os frigoríficos locais subiram o preço para R$84,00/@, nas mesmas condições.
Destaque para o preço do boi gordo em Cuiabá-MT, onde houve alta de R$1,50/@. Com o pagamento de R$80,00/@, a prazo, livre do imposto, os negócios fluíram um pouco melhor e as escalas se alongaram para o final da semana.
Fontes: Scot Consultoria e Só Notícias.

Preços do couro verde caem no país

Autor: Globo Rural 

Apesar da oferta enxuta de couro verde, os preços do produto caíram no país, de R$1,40 para R$1,35 o quilo. De acordo com Hyberville Neto, analista da Scot Consultoria, um dos motivos foi a diminuição de compras pela Europa, típica desta época do ano. “Com isto, os compradores chineses também pressionaram o mercado, sabendo da diminuição da demanda”, afirma.

Outro fator foi a questão fiscal. A isenção do pagamento de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) na venda do couro verde reduziram os custos fiscais. “Os curtumes pressionaram pela redução da cotação do produto, devido à isenção”, diz Neto.

Por outro lado, a oferta de peles está pequena devido à queda dos abates. “Este é o fator que dá sustentação ao mercado, neste período de demanda menor para exportação”, explica o analista.
ainda segundo Neto, com a melhora nas vendas esperada para os próximos meses, o cenário é de firmeza para o preço do couro, após este ajuste. 

Rio

A pedida no boi inteiro hoje no Rio :
Traseiro R$ 6,80 kg
Dianteiro R$ 4,90
Ponta Agulha R$ 4,80

Alcatra  contra filet embora vendido ontem para distribuidor a R$ 10,70,  os frigorificos já pedem ente R$ 10,80 kg e R$ 11,00 kg .

Apoio à "Carne Legal"

Sociedade civil divulga carta em prol da campanha do Ministério Público (PA)


 Em junho, o Ministério Público Federal do Pará lançou a campanha Carne Legal, que deu o que falar. Nela, o órgão incentivava o consumo de carne bovina de origem regularizada e certificada, em peças publicitárias polêmicas. Em resumo: que essa produção fosse feita fora de áreas de desmatamento e sem uso de mão de obra escrava
 
Houve até meios de comunicação levantando bandeira contra a atitude do MP (ancorados no discurso dos produtores rurais). A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) esbravejou e a senadora Kátia Abreu até moveu uma ação na Justiça contra a campanha.
 
Polêmicas à parte, uma carta assinada por vários representantes da sociedade civil e apresentada agora, traz dados numéricos para mostrar não só a validade como a importância desse tipo de iniciativa.
De acordo com o Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 700 mil quilômetros quadrados da cobertura florestal da Amazônia foram desmatados nos últimos 40 anos (para efeitos comparativos, o Estado de São Paulo possui 248 mil quilômetros quadrados).
 
Outro instituto, o do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), ressalta que aproximadamente 80% das áreas desmatadas naquela região do País são hoje destinadas à pecuária. Só no intervalo de 1996 a 2006 a área ocupada pelo pasto na Amazônia legal duplicou, chegando a 550 mil quilômetros quadrados (informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).
 
Num outro trecho da carta, o documento diz que a atitude da CNA contra o projeto Carne Legal só comprova que a campanha tocou no ponto fraco da parcela dos pecuaristas que desmata e escraviza. Entre os que assinam o documento estão pessoas ligadas ao WWF-Brasil, à Frente em Defesa da Amazônia (PA), agrônomos do INCRA, comissão Pastoral da Terra, entre outros participantes.

BB investe no boi


A Bolsa Brasileira de Mercadorias, controlada pela BM&FBovespa, fechou convênio com o Banco do Brasil para oferecer crédito agroindustrial à aquisição de matérias-primas por meio de operações nesses mercados. A linha de R$ 8 bilhões, que será anunciada hoje pelo BB, deve servir para alavancar o novo sistema eletrônico de comercialização de bois da bolsa. Até aqui em ritmo lento, o sistema receberá essa injeção para auxiliar frigoríficos médios e pequenos a superar a crise de liquidez.
"Como 90% têm que ser pago antecipado pelo frigorífico no nosso sistema, essa linha servirá para facilitar nosso volume de transações", resume o presidente do conselho da Bolsa, Joaquim da Silva Ferreira. O sistema eletrônico exige o depósito antecipado de 90% da aquisição do boi pelos frigoríficos em uma conta de liquidação operada pela bolsa. Os demais 10% são pagos após a retirada do gado da fazenda.
A linha terá juros de 12,5% a 13,5% ao ano e será oferecido prazo de 720 dias para quitação. "Serão condições atrativas porque o custo ficará abaixo do praticado no mercado", avalia Ferreira.
Para ter direito, a empresa terá que se cadastrar na bolsa, por meio de corretora associada. Depois, a bolsa emitirá um atestado de cadastro ao BB. Em seguida, o banco analisará a capacidade de crédito e o risco da operação. A empresa entrará no sistema da bolsa, comprará o gado ou registrará a operação no balcão. A bolsa emitirá uma nota de negociação e a empresa irá ao BB. Haverá um saque da conta-financiamento do frigorífico, que será enviado à conta da bolsa no BB. Cada operação terá uma retirada específica. Haverá uma taxa de negociação de 0,5% e um custo anual de adesão de 0,06%.
O dinheiro das operações via BB será vinculado à conta de liquidação. A bolsa será responsável pela quitação da compra diretamente com o pecuarista. O dinheiro não passará pela mão da indústria.
O modelo dará garantia ao pecuarista para evitar eventuais descumprimentos de contratos por frigoríficos. E reforçará a estratégia do governo de ajudar essas indústrias a superar a recente crise. Sem capital de giro, sobretudo para pagar a compra de gado, ao menos 10 frigoríficos entraram em recuperação judicial desde o início da crise financeira global de 2008. Os frigoríficos têm operado com capacidade ociosa e estão limitados pela baixa liquidez dos negócios, o que tem travado as operações de pagamento antecipado exigidas pela bolsa.
O convênio entre BB e a bolsa obrigará as empresas ao cadastramento. Só poderão ser feitas transações via operações fechadas diretamente na bolsa. O BB tem registrado "sobras" no crédito agroindustrial, e o convênio ajudará a elevar a demanda por esta linha. O BB deve conceder mais recursos à empresa que oferecer como garantia das operações recebíveis (duplicatas, promissórias rurais) dos clientes para quem vende a carne ) - como varejistas e atacadistas.
No longo prazo, o convênio BB-Bolsa ajudará os compradores diretos de outras matérias-primas. Granjas, beneficiadores, moinhos, cooperativas, agroindústrias e até produtores cuja atividade demande aquisição de outros produtos do setor terão acesso à linha. A nova parceria também deve ajudar a reduzir os custos para pecuaristas. Hoje, o frigorífico desconta até 5% do pecuarista como forma de financiar a captação de recursos no mercado. Com o convênio, o custo do dinheiro deve cair.

Rigor na Ubabef




Tendo ingressado no mercado internacional como exportadores de frango há apenas dois anos, a Rigor Alimentos vem se destacando pela qualidade de seus produtos, pontualidade e profissionalismo no quesito Exportação.

Depois da aquisição de mais duas novas unidades de abate no Estado de São Paulo, a Rigor Alimentos, a partir de Agosto, passou a fazer parte como membro associado da Ubabef, respeitada entidade de apoio ao desenvolvimento das exportações do frango brasileiro. “Foram dois anos onde todos os departamentos da empresa  se empenharam ao máximo para transferir ao produto exportado os métodos e especificações exigidas internacionalmente, garantindo a qualidade necessária e merecida pelos nossos clientes no exterior", comenta Carlos Eduardo De Grossi, Gerente de Negócios Internacionais da Rigor Alimentos.

Pauta da reunião de preços sugestivos informados pelos vendedores na semana


Para imprimir basta clicar na imagem .Obrigado a Eliane (BGA-RJ)  pela gentileza em me enviar a tabela.

Cotação boi a vista - MT em 20-08-2010

Data: 20/08/2010 Fonte: IMEA


Cidade Valor a vista

Diamantino 79.42

Araputanga 78.67

Pedra Preta 77.63

Juara 75.75

Barra do Bugres 79.42

Pontes e Lacerda 78.50

Juina 76.50

Barra do Garças 75.63

Primavera do Leste 78.04

Matupa 74.92

Caceres 79.42

Rondonopolis 77.75

Nova Canaa do Norte 74.98

Canarana 78.00

Sinop 75.09

Apesar de multa, JBS USA vê vantagem em adiar IPO para 2011

São Paulo - Mesmo que tenha de pagar uma multa de 300 milhões de dólares, o JBS avalia que pode ser vantajoso realizar a oferta pública de ações (IPO) da unidade dos EUA somente no ano que vem, quando a companhia estiver apresentando resultados melhores que os atuais, afirmou o presidente da empresa brasileira nesta segunda-feira Joesley Mendonça Batista.


Pelo acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que se comprometeu em investir 2 bilhões de dólares na empresa por meio da subscrição de debêntures conversíveis em ações do JBS USA, o frigorífico será obrigado a pagar 300 milhões de dólares ao banco se o IPO não for feito até o final de 2010.

Os 300 milhões de dólares equivalem a um juro de 7,5 por cento ao ano que o BNDES poderá cobrar em dinheiro da companhia, uma forma de remunerar o investimento do banco --com o IPO realizado, o investimento seria pago com dividendos.

"Quanto mais passar o tempo, eu acho que a empresa (JBS USA) vai se valorizar mais do que os 300 milhões de dólares... estamos apresentando bons resultados, enquanto tiver isso, eu quero postergar, porque vou converter (as ações) a um preço mais favorável", declarou Batista a jornalistas.

"Se fôssemos fazer o IPO no início do ano era sobre o número de 2009..., se for fazer em 2011, provavelmente vamos ter o ano todinho de 2011, o que significa que o preço dos 300 milhões de dólares vira uma fração", afirmou ele.

As debêntures foram emitidas por ocasião do anúncio da compra da Pilgrim's Pride, ao final de 2009, que agregou ao JBS uma grande operação de carne de frango, a segunda do mundo em capacidade de produção. A companhia brasileira tem participação majoritária na empresa norte-americana.

Itabuna terá novo frigorífico em 2011

Itabuna vai ganhar um novo frigorífico público. A unidade terá capacidade para abater 100 animais por dia e o processo de licitação será iniciado ainda neste ano. O frigorífico será construído às margens da BR-415, no trecho Itabuna/Ibicaraí.


Localizado depois do bairro Nova Ferradas, o abatedouro será construído numa parceria da Secretaria Estadual de Agricultura com ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, sendo inaugurado no início do próximo ano.

O frigorífico será construído com base numa planta padrão desenvolvida pela Adab, Agência Estadual de Defesa Agropecuária, respeitando as exigências da Portaria 304 do Ministério da Agricultura.

O documento regula o abate de bovinos, caprinos e ovinos, proíbe abate clandestino, impõe normas à construção dos equipamentos e câmaras de refrigeração. Além de Itabuna, a unidade vai atender municípios como Itapé e Buerarema.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Vantagem paulista

A opção por São Paulo se dá devido à minimização dos custos advindos das vantagens do estado. Segundo Juliana, que desenvolveu o modelo em sua tese de doutorado pela Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, uma das vantagens do Estado é a proximidade com o porto de Santos. “O porto é o maior exportador de carne bovina no Brasil. Mesmo com seus problemas, ele ainda tem a melhor infraestrutura”, comenta. A pesquisa Modelo locacional dinâmico para a cadeia agroindustrial da carne bovina brasileira foi orientada pelo professor José Vicente Caixeta Filho, do Departamento Departamento de Economia Administração e Sociologia da Esalq.


A economista destaca que o porto de Santos, apesar de apresentar o maior custo portuário, tem mais contêineres e melhor infraestrutura para refrigeração da carne, o que é essencial para não se desperdiçar o produto quando ele se encontra no porto.

Assim, com a localização do frigorífico mais próxima ao porto acaba sendo mais econômico em termos de custos de transporte da carne. Tanto o transporte da carne bovina até os portos como o transporte da matéria-prima até os frogoríficos são feitos atualmente, preponderantemente, pelo transporte rodoviário.

Outra vantagem de São Paulo é sua grande população, o que beneficia o aproveitamento da carne remanescente. “Nem toda carne bovina produzida é destinada aos mercados externos, parte remanescente é destinada aos mercados internos para consumo, no qual o município de São Paulo se destaca.”

A pesquisa também detalhou outros aspectos, todos visando as melhores condições de custo e logística da exportação do produto, considerando o transporte e a instalação dos frigoríficos. No modelo, Juliana mostra que não são necessários muitos frigoríficos para se atender ao mercado externo. “Seriam suficientes 15 frigoríficos para se atender a demanda externa. Hoje, no Brasil, temos por volta de 29 frigoríficos habilitados à exportação nos moldes considerados no modelo, mas não sei se todos esses estão de fato exportando”. Destes 15, nove deveriam estar instalados no estado de São Paulo, segundo o modelo.

Custo total e cenários

Após estudar as melhores condições para a exportação da carne bovina, o modelo sugeriu um custo total mínimo de R$2,3 bilhões, dos quais 76,3% foi devido ao custo de instalação dos frigoríficos. Em seguida, vem os custos com o transporte aos mercados externos, feito majoritariamente por vias marítimas.

Esses dados se referem a um primeiro cenário, no qual foram considerados os dez principais estados exportadores da carne bovina desossada congelada brasileira. Depois, o modelo desenvolvido considerou mais três cenários. No segundo, foram considerados os seis principais estados exportadores de carne bovina, excluindo-se os estados que fazem parte da Amazônia Legal, “porque muitos países são mais exigentes quanto a procedência da carne bovina”, justifica Juliana.

O terceiro e quarto cenários levaram em conta quais frigoríficos-abatedouros já instalados no País deveriam ser responsáveis pelo abastecimento dos mercados externos. Ambos consideraram as localizações atuais dos frigoríficos existentes nos seis principais estados exportadores do produto. Porém, o último cenário refere-se à projeção para 2015, com aumento de demanda externa futura por carne bovina brasileira.

Independentemente dos cenários, o Estado de São Paulo apareceu no modelo como principal localização dos frigoríficos que visam primordialmente o mercado externo.

Agência USP

Lançamentos Seara

O frigorífico brasileiro Marfrig está promovendo a convergência de seus produtos sob o nome Seara para otimizar os investimentos da companhia na reativação e internacionalização da marca.


No mais recente passo dessa estratégia, o grupo acaba de lançar cortes de carne bovina com essa bandeira, que originalmente só trabalhava com carnes de aves e suínos.

"O Marfrig tem tradição em trabalhar marcas no mercado de carne bovina, com Bassi e Montana", avalia o consultor Osler Desouzart, especialista no mercado de proteínas animais.

Com a integração de várias plataformas sob uma mesma marca, os pesados investimentos no nome ficam diluídos.

A Seara é patrocinadora oficial do Santos Futebol Clube, da seleção brasileira de futebol e da Copa do Mundo de Futebol desde antes da última edição do evento, na África do Sul, até a Copa no Brasil, em 2014.

Além da marca principal, nomes regionais do Marfrig como Moy Park (Europa), Pemmican (Estados Unidos) e Paty (Argentina) também tiveram seus logotipos expostos durante os jogos da Copa na África em que as seleções correspondentes entraram em campo.

No caminho da ampliação da linha de produtos, a Seara também está lançando pratos prontos, como pizzas, sanduíches e massas, na busca pelos nichos de maior valor agregado.

A Cargill, proprietária anterior da companhia, focou a Seara nas exportações de frango in natura. "Estamos lançando 120 produtos Seara", diz o diretor de relações com investidores, Ricardo Florence.

A companhia aplicou R$ 46 milhões em marketing no segundo trimestre deste ano, mas a metade desse valor é de investimentos não-recorrentes.

O balanço do trimestre indicou, em parte por causa desse investimento, um crescimento das despesas comerciais e com vendas muito acima do aumento da receita.

Essas despesas dobraram para R$ 458 milhões, ante o mesmo período de 2009, enquanto a receita cresceu pouco menos de 50% na mesma comparação.

Tyson no RJ


Após expandir sua atuação na região Sul do País e iniciar as exportações a partir das unidades de Itaiópolis (SC) e Campo Mourão (PR), a Tyson do Brasil inaugura, em julho, um centro de distribuição em São João do Meriti (RJ) focando especialmente o atendimento ao varejo do Rio de Janeiro. A estratégia comercial é o primeiro passo para o início da expansão de vendas da marca Macedo no Sudeste.


“O Rio de Janeiro é um ponto estratégico. Após avançarmos nos mercados da região Sul, o centro de distribuição no Rio de Janeiro nos permitirá explorar novas regiões e segmentos de mercado”, analisa Raphael Martins, diretor comercial da Tyson. Segundo o executivo, além da otimização e busca de maior eficiência nas três unidades da empresa – São José (SC), Itaiópolis (SC) e Campo Mourão (PR) –, o foco da Tyson passa a ser a ampliação nos mercado regional e nacional.

O centro de distribuição no Rio de Janeiro é o quinto da empresa no Brasil e trabalhará com todos os itens comercializados pela Tyson – cerca de 60. A gestão será feita pela própria Tyson.

Barreira da UE ao frango custa US$ 400 mi por ano ao Brasil

SÃO PAULO - Com as novas barreiras impostas pela União Europeia (UE), o Brasil pode perder, por ano, US$ 400 milhões em vendas de carne de frango para o bloco. Em maio deste ano, entrou em vigor um regulamento europeu, número 1.047, que muda o conceito de carnes frescas brasileiras e podereduzir em até 30% anuais a utilização de alguns produtos da avicultura na Europa. A mudança é válida apenas para as aves. Apesar do entrave com a UE, a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) informou que nos próximos anos o Brasil poderá ultrapassar a China no ranking de países criadores de frango. Os Estados Unidos são líderes da tabela.
Segundo Ricardo Santin, diretor do núcleo de mercados da Ubabef, a restrição da UE poderá resultar em impacto financeiro no País. Hoje, o frango brasileiro vendido aos europeus rende cerca de US$ 1, 2 bilhão. Para a entidade, a atitude dos europeus pode ser interpretada como uma barreira comercial disfarçada.

Clever Pirola Ávila, presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), afirmou que 25% das exportações da avicultura brasileira vão para a Europa. Além disso, o País participa de 5% do consumo europeu de carne de frango. "O Brasil não pode ser tratado dessa maneira [pela UE]. Por isso, acionamos o conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior [Camex]", disse.

Na última semana, a Camex autorizou o Itamaraty a dar prosseguimento ao processo de consulta à UE na Organização Mundial de Comércio (OMC) a respeito das novas regras impostas pelo bloco para importação de carne de frango. Perguntado pela reportagem do DCI no que essa ação poderia resultar, caso o Brasil levasse a questão em diante, Ávila falou que "o processo é moroso. A União Europeia não ouviu o País e aplicaram este novo conceito [regulamento de maio]". De acordo com os produtores brasileiros, a barreira à venda de frango descongelado ao bloco tem causado perda ao setor. Em setembro de 2009, o bloco europeu regulamentou a venda de carne de frango nos países membros e autorizou apenas mercadorias nas categorias congelada, ultracongelada e fresca. A medida, de maio, impede que a carne seja descongelada para ser vendida ou usada na fabricação de preparados, o que inviabiliza parte das vendas brasileiras a esses países. Desta forma, assim que concluída a verificação das informações, o Brasil deverá ingressar com um procedimento de resolução de controvérsias no órgão internacional, que em uma primeira fase consistirá em consultas formais à União Europeia.

Segundo no ranking

Os principais criadores de carne de frango do mundo são: Estados Unidos, com mais de 15 milhões de toneladas; China, com 12 milhões de toneladas; e Brasil, com 11 milhões de toneladas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Segundo Santin, esse panorama poderá mudar em breve e a exportação brasileira de aves deve crescer de 3% a 5% em 2010.

"Houve aumento de demanda de alguns países e o Brasil conquistou novos mercados, como a própria China, neste ano. Há também a facilidade de produção de grãos, como o milho e a soja, para a alimentação das aves, além de tecnologia para produzir mais de 100 tipos de cortes da carne, que pode se adaptar às necessidades do importador", explicou. E completou: "Embora haja tendência de aumento de preços para a soja e milho, isso não atrapalha o setor da avicultura porque o Brasil tem acesso fácil aos grãos e não precisa importar".

Alex Lopes da Silva, especialista da Scot Consultoria, acredita que para o País superar os chineses deve aumentar o número de criadores e acrescentar tecnologia ao setor. O analista ainda lembrou que o preço do bovino em alta, torna o frango competitivo.

Dados da Ubabef apontam que as exportações de frango brasileiro entre janeiro e julho de 2010 somaram US$ 2,165 milhões de toneladas, quase 2% a mais que o total registrado no mesmo período do ano passado, quando foram vendidas US$ 2,124 milhões de toneladas. Em receita, houve incremento 16,6% no comparativo entre os sete primeiros meses deste ano e de 2009. No geral, foram US$ 3,756 bilhões entre janeiro e julho de 2010, contra US$ 3,222 bilhões do mesmo período do ano anterior.

domingo, 22 de agosto de 2010

Ladrões se passam por policiais e levam 100 toneladas de carne

Ao todo, 28 pessoas participaram da operação na madrugada deste domingo (22)


Mais de cem toneladas de carne foram roubadas de uma empresa de alimentos por um grupo de 28 pessoas, na madrugada deste domingo (22), no bairro Macuco, em Valinhos. Os ladrões se passaram por policiais militares, enganaram os vigias e invadiram o local. Eles fugiram com a carga em três caminhões do frigorífico. Um carro, computadores e o servidor com imagens do circuito interno do depósito tamém foram levados. Ninguém foi preso.


A operação começou quando três homens armados se apresentaram na portaria do estabelecimento com a alcunha de policiais militares, alegando que estavam lá para averiguar uma suposta denúncia de pedofilia. Depois disso, renderam os cinco vigias e os prenderam em uma sala. Outros 25 bandidos chegaram para ajudar no assalto. Após desativar os rastreadores dos caminhões, já carregados, o grupo escapou com a mercadoria. Os seguranças foram levados e abandonados em Itupeva.

Sociedade civil defende campanha Carne Lega

Campanha tem o apoio do Idec e da Repórter Brasil e visa ajudar o consumidor a saber a origem do seu bife



Representantes da sociedade civil lançaram essa semana uma carta em defesa da campanha Carne Legal, lançada no início de junho pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) e apoio do Idec e da Repórter Brasil com o objetivo de estimular o consumo de produtos bovinos de origem regularizada - ou seja, fora de áreas de desmatamento e sem uso de mão de obra escrava.

A manifestação surge como resposta aos ataques que campanha vem sofrendo, principalmente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), cuja presidente, a senadora Kátia Abreu, moveu uma ação na Justiça contra a Carne Legal.

A carta destaca que a campanha tem ajudado a promover a transparência na cadeia de produção da carne e outros produtos bovinos.

Veja abaixo a íntegra do documento:

CARTA DE APOIO À CAMPANHA CARNE LEGAL

No início de junho deste ano o Ministério Público Federal (MPF), com o apoio do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e da organização Repórter Brasil, lançou uma campanha de orientação aos consumidores. A ação, batizada de Carne Legal, defende que optar pela compra de produtos bovinos de procedência regularizada é uma das formas mais eficazes para combater o desmatamento, o trabalho escravo e outros crimes no campo.

Como uma base de dados para o consumidor, foi lançado um site pelo qual é possível saber quais as empresas - entre frigoríficos, curtumes e outros - se comprometeram com o MPF a só vender itens cuja produção respeitou a legislação vigente. Em uma palavra, trata-se de transparência.
É um primeiro passo, o início da caminhada que necessariamente deve chegar à implementação de um sistema que certifique e garanta a origem da carne e de outros produtos bovinos.
A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) não quer esse mapeamento. A presidente da entidade, Kátia Abreu, ajuizou ação contra a campanha, alegando que a iniciativa não tem fundamento porque é impossível para a população certificar-se da origem da carne que consome. Ela reconhece que o problema existe e, em vez de ajudar a resolvê-lo, prefere atacar quem apontou um caminho.
Se a falta de informações sobre a legalidade desses produtos é evidente, o mínimo a ser feito é não denegrir quem se dispôs a encarar a questão.

Para a presidente da CNA, a campanha é baseada em dados não comprováveis. No Brasil real, que parece não ser o da CNA, segundo dados do Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 700 mil quilômetros quadrados da cobertura florestal da Amazônia foram desmatados nos últimos 40 anos (para termos uma idéia do tamanho do problema: o Estado de São Paulo tem 248 mil quilômetros quadrados), o que equivale a cerca de 15% da área total da floresta.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), aproximadamente 80% das áreas desmatadas são destinadas à pecuária. Só no intervalo de 1996 a 2006 a área ocupada pelo pasto na Amazônia legal duplicou, chegando a 550 mil quilômetros quadrados (informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).

Para abrir as porteiras para os bois, muitas vezes trabalho escravo é usado no desmatamento de áreas que se tornarão pastos. Mais de 50% dos empregadores presentes no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona empregadores flagrados com mão-de-obra escrava, conhecido como a "lista suja", criavam gado em suas propriedades.

Já sabemos: Kátia Abreu vai novamente tapar o sol com a peneira e negar a validade desses dados, que podem facilmente ser comprovados. E esse ataque covarde à campanha Carne Legal é só mais uma etapa da feroz batalha desempenhada pela presidente da CNA contra a legislação ambiental, em especial contra o Código Florestal, batalha que levou organizações ambientais a elegê-la Miss Desmatamento.

A violência da CNA contra a campanha Carne Legal só comprova que ela tocou no ponto fraco da parcela dos pecuaristas que desmata e escraviza: se o consumidor puder tirar do mercado os ilegais, ele o fará. Se o consumidor puder optar por comprar produtos que não estimulem o crime, inevitavelmente práticas como o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de terras públicas não terão mais sustentação econômica.

Assim, é preciso dar continuidade à campanha. Não aceitamos que essa discussão seja camuflada. São as vidas de trabalhadores rurais escravizados e a garantia de um meio ambiente sustentável para a nossa e para as futuras gerações que estão em jogo.

Reivindicando nosso direito à transparência, a instrumentos que nos permitam mudar essa realidade criminosa que se perpetua no campo brasileiro, registramos publicamente nosso apoio à campanha Carne Legal e a seus idealizadores, e nosso repúdio aos que tentam censurá-la.

Subscrevem esta carta:

Candido Cunha, agrônomo, Incra, PA
Carlos Ansarah, agrônomo, Incra, PA
Carlos Tautz, jornalistas, Ibase, RJ
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Nacional, GO
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Pará, PA
Esplar Centro de Pesquisa e Assessoria, CE
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), RJ
Instituto Observatório Social
Joao Alfredo Telles Melo, advogado, vereador pelo Psol, CE
Justiça Global, RJ
Karen Suassuna, WWF, DF
Padre Edilberto Sena, Frente em Defesa da Amazônia, PA
Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais, DF
Tarcísio Feitosa, ganhador do Prêmio Goldman Environmetal Prize 2006, PA
Tatiana Carvalho, agrônoma, WWF, DF
Toni Venturi, cineasta, SP

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Venda de carne de esquilo causa polêmica


Supermercado de Londres causa polêmica ao vender carne de esquilo
Folha Online
Um supermercado de Londres tem causado polêmica ao vender carne de esquilo cinza, animal comum nos parques e jardins da cidade e sucesso entre os turistas.
Por se tratar de animal silvestre, a comercialização tem recebido críticas de uma entidade de proteção animal, que classificou a venda como "massacre da vida selvagem". A loja, porém, defende que, além de ser uma carne magra e saudável, é mais sustentável ecologicamente do que a de vaca, por exemplo.
"Ao contrário do esquilo, que é caçado no seu habitat, o gado de corte precisa de extensas pastagens", afirma Andrew Thornton, proprietário do supermercado Budgens em Crouch End, bairro no norte londrino.
A marca Budgens é uma franquia do grupo The Musgrave, que tem 180 pontos de venda no Reino Unido. Por ser independente, o supermercado tem liberdade para escolher o que vai nas prateleiras.
Fora de estoque
Os esquilos são vendidos a 4,50 libras por unidade (cerca de R$ 12) e mal param no estoque. "Costumo vender 15 por semana. Se tivesse mais, venderia mais, só que têm estado em falta ultimamente", diz Thornton. Ele conta que começou a oferecer o produto há seis meses para atender a pedidos de clientes. Cada unidade tem 230g e serve uma pessoa.
Alertada por um consumidor, a entidade britânica “Viva!” lançou recentemente uma campanha de conscientização contra a venda da carne. Em nota, afirma que "os esquilos pertencem às árvores e não aos pratos e que é vital alertar as pessoas de que o seu consumo não é aceitável".
Para a empresa que fornece esquilo ao mercado, a Wild Meat Company, a ONG escolheu o animal errado. "O esquilo cinza, originário da América do Norte, foi introduzido no Reino Unido e acabou tomando o lugar do vermelho. Ele se reproduz facilmente e é visto como uma peste nas fazendas, come os frutos e, às vezes, os ovos de aves", afirma o caçador e sócio da companhia Robert Gooch.
A entidade rebate o argumento: "matar milhares de esquilos cinzas para aumentar a população dos vermelhos é irracional, desumano e fadado ao fracasso, porque eles se reproduzem rápido", afirma a zoologista e fundadora da “Viva!”, Juliet Gellatley.
A ONG afirma não ter conhecimento de outro supermercado que venda esquilo, mas diz que pode ser encontrado no cardápio de alguns restaurantes. "Essa moda de comer animal silvestre é desnecessária e cruel."
Apesar da controvérsia, Thornton pretende continuar vendendo os esquilos no seu supermercado. "Com a visibilidade que o assunto tomou, eu conseguiria certamente vender umas 200 unidades por semana. Pena que não tenha em estoque por enquanto."
O sócio da The Wild Meat Company explica que às vezes o esquilo fica em falta porque há outros animais a serem caçados, mas que logo a carne é reposta. A empresa, que não é a única a oferecer esse tipo de produto no Reino Unido, também comercializa outros animais, como faisão, pato, coelho, lebre, perdiz e cervo.

Laço forte com Santa Catarina

Os corações de milhares de torcedores de Seara, no Oeste de SC, bateram mais forte do que os da média dos brasileiros durante a Copa do Mundo. A emoção foi mais intensa para Artêmio e Antônia Paludo, que hoje vivem em Florianópolis. Eles foram um dos casais fundadores da marca Seara, criada na cidade de mesmo nome em 18 de novembro de 1956.

Afinal, a maior realização de um empreendedor é ver a continuidade da empresa que desenvolveu, e quando ela ganha projeção mundial é um resultado além da imaginação. Mas além da imaginação foram, também, os desafios enfrentados nas primeiras décadas da companhia fundada pelos irmãos Aurélio e Artêmio Paludo, mais Teodoro Barbieri, com um investimento inicial de 15 milhões de cruzeiros.

Em 1980, 25 anos depois, a Seara foi vendida para a Ceval, que pertencia à Cia Hering, porque seus sócios não tinham recursos para abrir o capital da empresa na Bovespa. Mais tarde, em 1997, foi vendida para a multinacional Bunge. Em setembro de 2004, a empresa trocou de mãos outra vez, sendo vendida para a americana Cargill por US$ 130 milhões (R$ 230 milhões em valores atuais). E em 14 de setembro do ano passado, a Seara ganhou novo dono: foi adquirida pela Marfrig.

A ideia de fundar um frigorífico para gerar mais emprego e renda no município de 2 mil habitantes surgiu quando seu primeiro prefeito, Aurélio Paludo, foi pedir ajuda ao presidente Juscelino Kubitschek, em 1956. Conforme seu irmão, Artêmio Paludo, da conversa surgiu a proposta do frigorífico. Paludo foi aconselhado a pedir ajuda para o fundador da Sadia, Attílio Fontana. Este, temendo a concorrência, sugeriu Cascavel, no Paraná. Mas se a intenção era desenvolver Seara, a empresa deveria ser no município.

Os irmãos Paludo já tinham, na cidade, um moinho de trigo e uma loja de secos e molhados. Para fundar o frigorífico, preferiram o modelo de SA ao de cooperativa e convenceram quase 220 agricultores a se tornarem sócios do projeto. Com a constituição da companhia, os agricultores iniciaram a produção de suínos e a construção do frigorífico, que iniciou operações em 24 de junho de 1959, com 50 empregados e o abate de 54 animais.

Mesmo sem a infraestrutura ideal, a Seara seguiu avançando em novos mercados. Em 1975, iniciou exportações para o Kuwait. O navio vinha da Europa até o Porto de Itajaí e levava os produtos da Seara, Sadia e Perdigão. Quando chovia muito, seus empregados tinham que fazer malabarismos para transportar as cargas. Como a ligação com Concórdia, sem asfalto, tinha uma ponte baixa que ficava coberta com água quando chovia muito, eles precisavam atravessar uma estreita ponte pênsil com caixas nas costas para levar até o outro lado do rio. A estrada só foi asfaltada em 1979.

O sucesso resultou do forte envolvimento comunitário. Até ser vendida, a empresa nunca tinha enfrentado uma reclamação trabalhista. Enquanto Artêmio, junto aos outros diretores, administrava a empresa, sua esposa, Antoninha, trabalhava em ações sociais.

E por que vender a Seara? Os quatro irmãos tinham mais de 50% do capital. Como as companhias do setor estavam abrindo capital na Bovespa, eles tentaram o mesmo, mas não tinham dinheiro para atender as exigêncais do Banco Central. Outra coisa que pesou, segundo o empresário, foi a dúvida sobre a sucessão da empresa. Havia o temor de que os filhos dos fundadores tivessem dificuldades em dar continuidade ao negócio. Artêmio avalia que a decisão foi correta. Hoje, Seara tem quase 18 mil habitantes e a empresa continua sendo a maior da região.


"Não foi fácil começar. Não tínhamos luz, telefone e estradas asfaltadas. A energia chegou em 1962, com a construção da usina de Faxinal dos Guedes, mas não era uma oferta contínua. Caía muito. O telefone chegou em 1976 e o asfalto em 1979."
ARTÊMIO PALUDOUm dos fundadores da Seara

Por : ESTELA BENETTI