sexta-feira, 28 de maio de 2010

Fechamento de frigorífico em Iguatemi preocupa Dione Hashioka

A deputada Dione Hashioka (PSDB) esteve com o prefeito de Iguatemi, José Roberto Arcoverde, na manhã desta quarta-feira, 26 de maio, na Governadoria, quando colocou-se à disposição da prefeitura e da população do Município para as ações necessárias tando da Parlamentar quanto da Assembléia Legislativa visando evitar a demissão em massa dos funcionários do Frigorífico Vale Grande que abate cerca de 600 cabeças/dia.
O frigorífico responde por aproximadamente 700 empregos diretos e dois mil indiretos. “Isso pode resultar em um caos na Cidade considerando que esse total corresponde a cerca de 18 por cento da população local”, disse a Deputada.
Arcoverde está na Capital em busca de apoio para evitar a paralização total do Frigorífico e consequentes demissões, e já solicitou ajuda do Governador André Puccinelli, da bancada Federal, e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul.
“O Frigorífico solicitou na Justiça, a Recuperação Judicial, tentando evitar a falência devido às dificuldades financeiras da empresa”, disse Dione Hashioka, que está confiante na continuidade dos abates e manutenção dos empregos.

Capacidade de abate bovino de MT continua comprometida em 33,67%

Como diz um velho ditado do campo, a carroça empinou mais uma vez para os pecuaristas mato-grossenses. A capacidade de abate bovino de Mato Grosso continua comprometida. Segundo levantamento solicitado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária – Imea – 33,67% da capacidade de abate esta comprometida, apesar dos acordos firmados nas Assembleias Gerais de Credores, dos frigoríficos Independência, Arantes e Quatro Marcos, que enfrentam processos de recuperação judicial. A capacidade total de abate no Estado segundo registro no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), é de 38.056 mil cabeças/dia, e hoje, 12.815 animais não teem onde ser abatidos. Das 40 plantas, apenas 23 estão funcionando e 17 paradas.
Com o fechamento de três unidades do Frialto, a situação do pecuarista ficou mais delicada. O Frialto é responsável por 6,49% da capacidade de abate no estado, mas na região do Médio Norte ele corresponde a 58,26% e na região Norte é de 24,86%. “O fechamento dessas unidades do Frialto já reflete diretamente no preço da arroba do boi gordo, onde o pecuarista recebe de 2 a 3 reais menos pela arroba que nas demais regiões”, comentou o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Ele ressalta que “a situação só vai reverter quando políticas públicas sérias forem voltadas para os pequenos e médios frigoríficos, que precisam de linha de crédito para fluxo de caixa”.
A queixa de falta de recursos para os frigoríficos de menor porte é compartilhada pelo produtor rural e presidente da Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), Fernando Porcel. Indignado ele disse que “o BNDES libera recursos para os grandes frigoríficos sem limites, mas para os pequenos o procedimento é bem diferente. Nós conhecemos as barreiras de crédito enfrentadas pelo Frialto”. Porcel disse que estão todos apreensivos esperando a divulgação do plano de recuperação judicial do Frialto. “Enquanto isto, estamos vendendo nosso gado pressionados pelas contas que estão vencendo, depois dessas contas pagas, vamos ver o que vamos fazer”.
As noticias não são boas também para o setor quando o assunto é concentração de poder dos frigoríficos. O JBS tem 32,23% da capacidade de abate do estado, com 11 unidades, mas, quando a análise é feito por região esses números aumento de forma considerável. Na região de Arinos o JBS detém 66,27% da capacidade total de abate, na região Centro Sul 44,67% e na região Sudeste 42,83%. O Marfrig, com 2 plantes, é responsável por 10% dessa capacidade. Apenas os dois grupos, o JBS e Marfrig, deteem 42,22% da capacidade de abate no estado.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Marfrig não quer comprar Frialto

Ao contrário do que tem sido comentado nos bastidores do setor pecuário mato-grossense, o diretor de sustentabilidade do Grupo Marfrig, Ocimar Villela, nega o interesse na compra do frigorífico Frialto. Segundo ele, a diretoria do Marfrig esteve reunida para avaliar os comentários divulgados pela imprensa desde o início desta semana e foi esclarecido que não há nem negociações nem interesse na aquisição das 8 unidades pertencentes ao Frialto.

"Posso garantir que não existe nenhuma intenção de adquirir, nem mesmo negociações entre os Grupos", enfatiza Villela. Em contrapartida, uma fonte ligada ao proprietário do Marfrig, Marcos Molina, afirma que há intenção do proprietário em conhecer a proposta do Frialto.
O grupo Frialto, que possui 4 unidades em Mato Grosso, sendo uma em fase de construção, paralisou as atividades na última sexta-feira (21) alegando que seriam feitos balanços na empresa. Na terça-feira (25), os advogados do grupo protocolizaram um pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop para evitar perdas patrimoniais até que uma solução seja encontrada, seja por meio da tomada de crédito ou venda dos ativos.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, afirma que é difícil opinar sobre a situação de venda ou não da empresa porque se trata de especulação e que nada de concreto foi anunciado pelos envolvidos. Quanto à desvalorização da arroba do boi na região Norte do Estado, de aproximadamente R$ 2, caindo para cerca de R$ 70. Vacari defende que os produtores tenham calma e prudência na hora de comercializar. "É difícil falar para não vender, mas é preciso ter cautela, não aceitar as primeiras propostas e não vender à prazo".

Mercado

A alcatra e contra foi negociada para supermercados medio a R$ 8,50 kg a prazo, mas a maioria dos frigorificos pedem por esses produtos no minimo R$ 8,80 kg .
As ofertas estão me menores escalas e certamente esse valor será logo alcançado na semana vindoura , a não ser que a venda no ponto final seja um desastre o que seria atipico por ser tratar de inicio de mês

BOI NTEIRO A VISTA FOI VENDIDO COM 2 % DE DESCONTO:


5,88 x  4,02 x 3,82

Ou seja a prazo daria 6,00 x 4,10 x 3,90 = R$ 4,96 casado equivalente@ 74,40 a prazo

Rússia impõe restrição à importação de carne brasileira

O Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia (Rosselkhoznadzor) informou em seu site que "a partir de 30 maio de 2010 irá introduzir restrições temporárias ao fornecimento de produtos de origem animal de alguns frigoríficos brasileiros para a Rússia".
Segundo informações do serviço russo tais medidas serão aplicadas aos estabelecimentos de SIF 385, 545, 1156, 1778, 2019, 1926, 2500, 3712, dentre eles estão plantas da JBS S.A., Marfrig Alimentos S.A.
O BeefPoint tentou entrar em contato com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina para mais esclarecimentos, mas até o momento não obteve resposta. Conforme conseguirmos mais informações iremos disponibilizá-las no site.
As informações são do Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia (Rosselkhoznadzor), resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mercado

Ontem no Rio embora alguns frigorificos pedissem entre R$ 8,50 kg e até R$ 8,80 kg de alcatra e contra não houve negpcios para supermercados nesse preço.
Houve alguma venda ainda a R$ 8,30 kg a prazo  e como se aproxima o fim l do mês e os clientes no inicio  vão as compras, acredito que o preço deva melhorar com esse provavel aumento de consumo  e ainda com a diminuição de ofertas desse produto em função do ocorrido com o Grupo Frialto (recuperação judial - leia o artigo abaixo 25-05-2010) e ainda em diminuição das escalas de abate em alguma regiões do país.A partir de amanhã a situação do mercado  deve ser outra.

Marfrig compra frigorífico na Irlanda do Norte

O Marfrig anunciou - ontem a compra do frigorífico irlandês O"Kane Poultry, por meio de suas subsidiárias europeias, a Marfrig Holdings BV e a Moy Park. O negócio, comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi fechado em R$ 70 milhões (26 milhões de libras esterlinas). Metade será desembolsada agora e o restante em junho de 2011.
A empresa brasileira comprou a totalidade do frigorífico, sediado em Ballymena, o que inclui a fábrica de ração, incubadoras, granjas, unidades de abate, de processamento de aves e laboratório de pesquisas.
A O"Kane Poultry, segunda maior empresa da Irlanda do Norte, atrás apenas da varejista Tesco, tem condições de processar 120 mil frangos e 5 mil perus por dia. A aquisição vai aumentar em 15% a capacidade de produção da Marfrig no Reino Unidos. No ano passado, o faturamento da O"Kane foi de R$ 351 milhões.
Segundo Ricardo Florence, diretor de Planejamento e de Relações com Investidores do Marfrig, além do aumento da capacidade de produção e da base de clientes, a aquisição da O"Kane permitirá à empresa operar em um novo segmento, o de perus.
"Aumentaremos a capacidade de produção de frangos e passaremos a ter peru no nosso portfólio europeu, o que será complementar à operação brasileira Com isso, podemos pensar até na exportação da ave para o Reino Unido", explica o executivo.
Agora, incluindo a operação da O"Kane e da Moy Park, comprada em outubro de 2008, a Marfrig está presente em todas as principais redes de varejo do Reino Unido, como a Tesco e a Marks & Spencer - com marca própria e com a marca dos clientes. Sozinha, a O"Kane distribui nos supermercados em torno de 500 produtos diferentes, entre frescos e processados.
Quase a totalidade da operação europeia do Marfrig concentra-se no Reino Unido, mas também há uma pequena distribuição de produtos no norte da França e em parte da Holanda.
Florence evita dar detalhes sobre o plano de expansão da empresa na Europa depois da aquisição. "Temos o princípio da diversificação de risco por meio de negócios complementares com os quais já temos", diz o executivo.
O negócio entre a Marfrig e a O"Kane surgiu por meio da aproximação entre os executivos das duas empresas. "Percebeu-se que poderia haver sinergia entre os negócios e um ganho importante de escala. Agora, queremos aproveitar essas vantagens", afirma Florence.
Apesar da depreciação de alguns dos ativos na Irlanda - ainda consequência da quebra do banco Lemann Brothers, em setembro de 2008, e da crise global que se seguiu -, o diretor do Marfrig diz que o valor da O"Kane não estava depreciado. "Encontramos condições financeiras boas, mas foi pago o valor de mercado", explica.
Visibilidade. Para José Vicente Ferraz, sócio da consultoria Agra, o valor pago pelo Marfrig não chega a ser muito expressivo. O montante praticamente equivale a lucro que o grupo teve no primeiro trimestre do ano. "Mais importante que o tamanho da operação, foi a posição que a Marfrig comprou nas gôndolas dos supermercados europeus", avalia o especialista em agronegócio.
Perfil. O Marfrig é o quarto produtor mundial de carne e segundo maior exportador de frango. Por dia, são abatidas 30,2 mil cabeças de gado, 10,4 mil de porco, 10,4 mil de ovelhas, 30 mil de perus e 3,1 milhões de frangos.
O grupo é dono de 93 fábricas, distribuídos pela América do Norte e do Sul, Ásia, África e Europa. Seus produtos são encontrados em cerca de 100 países. Nos últimos três anos foram feitas 38 aquisições, dentro e fora do Brasil. Quase metade da receita, 46%, vem das vendas no mercado interno. A Europa representa 39% da receita.

Para lembrar

Empresa fez em 2009 sua maior compra
O Marfrig fez sua maior aquisição no ano passado, ao pagar cerca de US$ 900 milhões pela Seara. A empresa, uma das maiores indústrias de processamento de aves e suínos do Brasil, pertencia desde 2005 à americana Cargill, que havia comprado seu controle, por US$ 130 milhões, da Bunge. O valor do negócio envolveu o pagamento de US$ 706,2 milhões em dinheiro e outros US$ 193,8 milhões em dívidas, e incluiu nove unidades de abate, três plantas de produtos industrializados, nove fábricas de ração, seis granjas, um terminal no Porto de Itajaí e operações de distribuição e comercialização no exterior.







Frigorífico Pantanal é acionado na justiça

SÃO PAULO - O Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE-MT) acionou judicialmente o Frigorífico Pantanal, localizado em Juara (710 km ao norte de Cuiabá), por causa do não cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta (TAC). O acordo previa solução para problemas de saúde pública provocados pelo forte odor dos efluentes do frigorífico, que está instalado na zona urbana da cidade.
Na ação, os promotores pedem à Justiça que determine ao frigorífico um prazo de 10 dias para apresentação do projeto de instalação do sistema de tratamento de efluentes. Eles pleiteiam também que as obras comecem a ser executadas no prazo máximo de 30 dias e que os itens apontados no laudo pericial sejam acolhidos e executados no prazo de 60 dias. A ação foi proposta pelos promotores de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta e Elide Manzini de Campos, que atuam em Juara.
O promotor Paulo Henrique Amaral Motta explicou que o acordo com o frigorífico foi firmado em abril de 2008. Na ocasião, o MPE solicitou análise técnica no empreendimento, que constatou diversas irregularidades.

Prefeito e Famasul querem frigorífico de Iguatemi funcionando

Após o anúncio de fechamento e a demissão de 700 funcionários do Frigorífico Frialto, no município de Iguatemi, o prefeito José Roberto Arcoverde e o presidente do Sindicato Rural de Iguatemi, Marcio Margatto, com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), se mobilizam esta semana em Campo Grande junto às autoridades locais. A ação conjunta visa buscar alternativas para manter em plena atividade o frigorífico.
Na Capital, o prefeito se reuniu com o senador Delcídio do Amaral e os deputados federais Antônio Carlos Biffi e Waldemir Moka. As demais autoridades e ao governador do Estado, André Puccinelli, foi encaminhado um ofício solicitando a interferência dos parlamentares junto ao frigorífico.
O prefeito garante que será um impacto econômico muito grande para o município que possui cerca 12,5 mil habitantes e que estas 700 demissões irão afetar diretamente o cenário da região. “Buscamos uma solução rápida junto à Seprotur e Famasul para viabilizar condições precisas para o funcionamento do frigorífico”, diz. Ele ainda ressalta que durante conversas com um dos proprietários da rede, foi proposta uma audiência pública para que demais parlamentares e toda a sociedade participem da discussão.
De acordo com José Roberto Arcoverde o fechamento da rede foi uma forma de minimizar um problema que poderia se estender. “Foi uma surpresa para eu mesmo, porém a rede é bem quista e conhecida. O fechamento foi uma forma de eles garantirem o pagamento de seus fornecedores e funcionários, para que mais para frente não vire uma bola de neve. Acredito que conseguiremos rapidamente soluções viáveis”, conclui.
O presidente da Famasul, Eduardo Corrêa Riedel que está em Paris, durante a 78ª Assembléia Mundial da Organização Internacional de Epizootias (OIE), já se pronunciou a respeito, garantindo suporte aos produtores que podem ser prejudicados com o impacto causado pelo fechamento do Frialto. “Essa é a hora de incentivarmos ainda mais os produtores em aderir a campanha “Só à Vista”, oportunidade para vender seu gado somente à vista. O risco ainda é muito alto para quem vende seu gado á prazo e que futuramente poderá não receber por conta de dificuldades financeiras que algumas redes frigoríficas estão passando”, salienta.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sinop: Grupo Frialto pede recuperação judicial

O Grupo Frialto, composto pelas empresas Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S/A, Agropecuária Ponto Alto S/A e Urupá Indústria e Comércio de Alimentos acaba de confirmar, oficialmente, ao Só Notícias, que ingressou na justiça de Sinop, ontem, com pedido de recuperação judicial. O Frialto tem frigoríficos em Sinop (onde há cerca de 700 funcionários), Matupá e Nova Canaã do Norte e nos Estados de Rondônia (Ji-Paraná) e Mato Grosso do Sul (Iguatemi) e um centro de distribuição em Jundiaí (SP). "Foi a alternativa encontrada para assegurar a continuidade operacional das unidades frigoríficas em atividade. O objetivo é preservar o valor de seus ativos enquanto as negociações com os credores, já iniciadas, são realizadas, de modo que a reestruturação financeira possa acontecer de maneira organizada e assim reestabelecer uma adequada estrutura de capital, equacionando de forma equilibrada o atendimento de seus credores e a capacidade de pagamento da empresa. O Grupo Frialto conta com a assessoria do escritório de advocacia Felsberg e Associados, especializado em processos de recuperação judicial", comunica o grupo.
O grupo Frialto expõe ainda que a "lei nº 11.101, de fevereiro de 2005, que regula a Recuperação Judicial, permite a reestruturação de empresas economicamente viáveis que passem por dificuldades momentâneas, buscando preservar empregos e os interesses dos credores. Pela lei, a empresa fica protegida contra ações e execuções durante 180 dias, período necessário à elaboração, apresentação e aprovação do plano de recuperação judicial junto aos credores".
A nota finaliza dizendo que o "Grupo Frialto informa aos seus funcionários, credores e ao público em geral que o Plano de Recuperação Judicial estará disponível a todos assim que for apresentado".
De acordo com uma fonte de Só Notícias, o principal motivo para solicitar a recuperação foi falta de apoio financeiro por parte dos bancos. Não foram mencionados valores. O Frialto emprega, em todas as suas plantas, cerca de 4 mil pessoas. A previsão é nos próximos 20 dias sejam retomadas, aos poucos, as atividades de abate. Oficialmente, o grupo não confirma o número de funcionários que será dispensado. Uma parte foi demitida e outra está com licença remunerada.
Os rumores do pedido de recuperação fiscal do Frialto iniciaram na semana passada e, de lá para cá, o preço da arroba do boi caiu cerca de R$ 2. Haveria, a curto prazo, outras consequências na economia da região, especialmente municípios onde a pecuária é expressiva como Juara e Tabaporã, de onde saíam milhares de animais para serem abatidos em Sinop e Matupá.
O Frialto tem capacidade para abate de 4 mil cabeças/dia e está habilitado para exportar produtos para toda Europa e possui em sua lista mais de 20 outros países compradores como: Hong Kong, Egito, Kuwait, Rússia, Ucrânia, Líbano, Vietnã, Montenegro, Ghana, Emirados Árabes, Moldova, Singapura, Peru, Venezuela, Kazaquistão, Palestina, Líbia, Gabão, Bahrain, Argélia, Irã, Abidjan e Luanda

Frialto paralisa abates

Problemas de liquidez eclodiram no final da semana passada e já impuseram perdas de R$ 2 sobre a arroba do boi gordo na região

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O maior grupo frigorífico mato-grossense, o Frialto, suspendeu ontem os abates de bovinos em todas as suas unidades espalhadas em cinco estados brasileiros. De acordo com fontes do mercado estadual, com problemas de liquidez e sem conseguir capital de giro (financiamento), o grupo, no curtíssimo prazo, não enxerga alternativas que possam reoxigenar a empresa e assim retomar a linha de produção. O valor da dívida não foi revelado.
Somente na unidade de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá), sede do grupo, 730 cabeças deixarão de ser abatidas. A conseqüência imediata é o alongamento das escalas de abates – o que indica mais oferta que demanda – e o achatamento do preço da arroba. De sexta-feira até ontem, por exemplo, a arroba ficou R$ 2 mais barata na região, passando de R$ 74 para R$ 72.
Como explica o presidente da Associação dos Criadores do Vale do Arinos (que engloba municípios do norte de Mato Grosso), Fernando Conte, o Frialto não conseguiu quitar os pagamentos junto aos pecuaristas que venderam animais nos último três dias. O que deveria ser quitado na quinta-feira (20), sexta-feira (21) e ontem estava em aberto e sem previsão por parte do Grupo. “Tivemos reunião com a diretoria e nos foi pedida paciência. Entendemos que há boa vontade em acertar os pagamentos. Os animais que estavam prontos para o abate ontem foram devolvidos. A diretoria deixou claro que não tem intenção de dar calote em ninguém”. Porém, a situação do Frialto traz a recente lembrança de que mais um frigorífico em MT possa estar na iminência de falência ou de iniciar um processo de recuperação judicial. “Tememos também a concentração no segmento. O Frialto era o mais importante grupo em atuação no norte de Mato Grosso e para o sul do Pará, representando 40% do mercado do Vale do Arinos. Se de fato o Frialto sair de cena, há alternativas para comercializamos o boi, porém ficaremos restritos ao frigorífico Pantanal ou ao Friboi”, observa Conte.
IMPACTO – O Diário tentou sem sucesso contato por telefone com a assessoria do grupo em São Paulo e com o proprietário Paulo Bellicanta. Nos bastidores o que se diz é que havia uma conversa para a venda dos ativos do Frialto ao grupo Marfrig. Porém, a negociação teria dado errado e a diretoria do grupo mato-grossense teria sido pega de surpresa com a negativa, e por isso a paralisação repentina seria o plano B acionado às pressas. “O Frialto fechou as portas para tomada de decisão, fazer um levantamento e assim enxergar a situação. Pediram aos pecuaristas uma semana de prazo”. Ontem, durante quase todo o dia, Bellincanta esteve em reunião em Cuiabá relatando a situação e buscando ações a curto prazo.
A Associação dos Criadores do Estado (Acrimat) está solidária e vai tentar, juntamente com o Frialto, buscar uma saída. “A paralisação das unidades, é claro, nos deixa tristes e preocupados com o jeito como as coisas caminham, como, por exemplo, para a concentração de várias unidades nas mãos de poucos grupos, o que vem sendo registrado desde o ano passado, quando várias plantas lançaram mão dos planos de recuperação judicial”, explica o superintende da Acrimat, Luciano Vacari. Conforme a entidade, caso o Frialto seja vendido ao Marfrig, a empresa e o JBS/Friboi seriam responsáveis por 70% dos abates de bovinos em Mato Grosso.
Vacari faz questão de dizer ainda que o Frialto sempre foi uma boa empresa para se negociar. “Tiveram sempre um posicionamento de mercado muito bom, sempre pagaram em dia, até mesmo após a crise mundial que afetou o segmento. Por isso vamos ajudar e ver o que pode ser feito”.
A assessoria de imprensa do Marfrig, localizada em São Paulo, negou que haja negociações junto ao Frialto.
O superintendente criticou mais uma vez a política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de dificultar a concessão de crédito aos pequenos e médios frigoríficos, como é o caso do Frialto. “E isso vem facilitando as fusões no mercado e ampliando o nível de concentração de poucos grupos”.
DADOS - Todas as unidades do Frialto localizadas em Mato Grosso, Rondônia, Goiás, São Paulo e no Mato Grosso do Sul abatem por dia mais de quatro mil cabeças, com exceção da unidade de Jundiaí, que é um entreposto, e as unidades de Taboaporã (MT) e de Itaberaí (GO), que, conforme o site do Frialto, parecem ser unidades em construção. Todos os matadouros/frigoríficos são certificadas para exportação por meio do Selo de Inspeção Federal (SIF). Os cortes tinham como destino, em geral, União Européia, África do Sul, Albânia, Argélia, Argentina, Chile, Croácia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Irã, Ilhas Maurício e Noruega.