sábado, 21 de agosto de 2010

Frigorífico Panke vai vender no Brasil

SANTA CRUZ > CERTIFICADO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA ABRE CAMINHO PARA NOVOS MERCADOS

O Frigorifico Panke, de Rio Pardinho, já pode comercializar seus produtos em todo o Brasil. Na última quarta-feira, ele recebeu o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), o que confere um novo status ao abatedouro de aves do interior de Santa Cruz do Sul.

Fundado em 2002 por Hardi Lúcio Panke, o frigorífico iniciou com o abate de 200 animais por dia, com licença para comercializar dentro dos limites do município. Gradativamente, foram realizados investimentos para se adaptar às exigências dos órgãos de fiscalização, culminando com a liberação do Sisbi. Isso permite a exportação para qualquer cidade do Brasil. “É um sonho que se concretiza, tanto para minha família como para os nossos colabores”, frisa o empresário.

Hoje, ele conta com 16 funcionários e abate 500 frangos por dia. No entanto, os equipamentos instalados permitem o abate de três mil por hora. Com o selo, explicou que a produção será ampliada de forma gradativa, o que também abrirá novos postos de trabalho. Salientou que, nos últimos meses, já recebeu pedidos de outros municípios gaúchos e, inclusive, do Nordeste e do centro do País.

O Comércio e Indústria de Aves Especiais Ltda. de Rio Pardinho é fiscalizado por técnicos da Prefeitura de Santa Cruz do Sul e auditado por fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As regras, segundo o proprietário, são bastante rígidas. “Mas são importantes, ainda mais quando se busca ampliar o mercado.”

PRODUÇÃO

Além de aumentar o abate, a empresa pretende, nos próximos meses, implantar uma incubadora para a produção de pintos, uma fábrica de ração e criar um sistema integrado com os produtores, o que vai gerar uma nova alternativa de renda para o meio rural. Hoje, por falta de oferta em Santa Cruz, os frangos são adquiridos fora. A intenção de Panke é que sejam criados no interior do município.

Por serem diferenciadas, as aves são abatidas com peso médio de três quilos, obtidos em um período de sessenta a setenta dias, o que garante uma carne mais consistente. O frigorífico ainda oferece galinhas especiais para galinhada. Os produtos são encontrados em 170 pontos de venda do município.

Reforço na diversificação

Para o secretário da Agricultura de Santa Cruz, Ademir João Santin, a certificação recebida pelo abatedouro reforça a proposta de diversificação implantada pela Prefeitura na área da agricultura familiar e abre a possibilidade de novos negócios em nível de região, Estado e País. Avaliou que, com a ampliação do mercado, o frigorífico vai aumentar sua produção, gerando o aumento de empregos e renda para o meio rural e urbano.

Ele ressaltou a importância do acompanhamento direto nos abatedouros locais dos fiscais do Sistema de Inspeção Municipal (SIM), através do técnico Moises Mora e das veterinárias Lúcia Weiss, Amanda Hellfeldt e Jaqueline Hoffman. São eles que observam se as regras exigidas pelo ministério estão sendo cumpridas.

Panke prefere não divulgar o valor dos investimentos realizados, mas salienta que os equipamentos de abate e armazenamento são de primeira linha. Ainda aproveita para agradecer o empenho da Prefeitura de Santa Cruz, através da Secretaria da Agricultura, do consultor e médico veterinário Tiago Pretto, e em especial de sua família e colaboradores.

José Agusto Borowsky

zeaugusto@gazetadosul.com
Foto Gazeta do Sul