sábado, 26 de setembro de 2009

Vila Rica irá receber primeiro frigorífico de ovinos do Estado com selo SIF

O município de Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá), situado no Consórcio Intermunicipal Norte Araguaia, irá receber investimentos da ordem de R$ 1 milhão devido à implantação de um frigorífico de ovinos. A indústria será a primeira do Estado com o Selo de Inspeção Federal (SIF) no ramo de ovinos. No entanto, a comercialização poderá atingir todo o território nacional. Além do Norte Araguaia, a região do Araguaia também será beneficiada por conta das posições geográficas que há entre as duas regiões. O recurso federal é proveniente do Território da Cidadania. A ação se deve graças à articulação da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura do MT Regional; dos dois consórcios que atendem à região; prefeituras e produtores da região. Acima tudo, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Segundo informações do zootecnista e superintendente da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura, Paulo de Tarso, a escolha do município obedeceu alguns critérios como baixo IDH; número de pessoas carentes; economia da região entre outros fatores. Ainda de acordo com Paulo de Tarso, nos próximos dias uma equipe técnica comandada por ele visitará todos os municípios vizinhos a fim de cadastrar os produtores da região. “Temos que viabilizar a matéria-prima para a produção. Esse é o nosso trabalho, que é fomentar e atrair o maior número de carcaças para o abate”, destacou o zootecnista. O município de Vila Rica irá participar com a contrapartida no valor em torno de R$ 140 mil. Para o prefeito e também presidente do Consórcio Intermunicipal Norte Araguaia, Nafitali Calixto, a iniciativa foi planejada desde o início do ano. Ele comentou que o projeto está em fase inicial, porém, não antecipou nenhum prazo para dar início às obras. “O nosso principal objetivo é proporcionar renda e emprego junto ao pequeno produtor de nossa região”, afirmou o prefeito de Vila Rica. Nesse sentido, Calixto observou ganhos para a agricultura familiar. Em relação à demanda de matéria-prima, o prefeito diz estar tranquilo, já que a região oferece boas condições de solo e vasto rebanho de animais. LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA Para Calixto, a produção será beneficiada em termos de logística já que o município encontra-se a 40 km do Pará, além da aproximidade com Estados da região Nordeste, como Ceará, Maranhão, Bahia, etc. Segundo informações do prefeito de Vila Rica, são fortes consumidores da carne de ovinos. Quanto às obrigações do Executivo, ele disse que terá empenho na doação do terreno, que atenderá às normas da vigilância sanitária, além de toda infraestrutura quanto à terraplanagem e acompanhamento das obras. Atualmente, Mato Grosso conta apenas com dois frigoríficos de ovinos, em Porto Estrela e Rondonópolis. Ambos possuem autorização para comercialização em nível estadual, que é o Selo do Serviço de Inspeção Sanitária Estadual (SISE/MT).

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Marfrig e Doux voltam a negociar

São Paulo, SP, 25 de Setembro de 2009 - Depois de comprar a

São Paulo, SP, 25 de Setembro de 2009 - Depois de comprar a Seara, unidade de carnes da americana Cargill, arrendar 12 frigoríficos dos grupos Margen e Mercosul e adquirir um curtume no Uruguai, tudo em pouco mais de uma semana, a Marfrig Alimentos negocia agora com a francesa Doux, que no Brasil controla a Doux Frangosul, de acordo com fontes do setor de carnes. As conversas já ocorriam enquanto a Marfrig acertava a compra da Seara. Desde então, a Doux vem negando as negociações. Procurada ontem, a Marfrig não se pronunciou por estar em período de silêncio por conta da oferta primária de ações que prepara para aumento de capital. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as negociações se intensificaram nos últimos dias e um acordo pode ser fechado em breve. Não está claro que operações da Doux estariam envolvidas no negócio, se apenas as brasileiras ou também as da Europa. A Marfrig já adquiriu a divisão de perus da francesa Doux em junho deste ano por R$ 65 milhões. No anúncio da compra da Seara, a Marfrig informou que emitiria ações para financiar a aquisição, que custou US$ 900 milhões. Ontem, enviou à Bovespa o prospecto da oferta. No dia anterior, o conselho de administração da Marfrig já havia aprovado o aumento do capital da empresa em até 232 milhões de ações, para um total de 500 milhões de ações. Se a operação atingir esse tamanho, a oferta poderá alcançar R$ 4,1 bilhões, considerando o fechamento de ontem das ações da Marfrig na bolsa, de R$ 17,64. Os recursos são mais do que suficientes para pagar a Seara. Restariam ainda mais de R$ 2 bilhões para serem investidos. Apesar das negativas recentes da Doux de que estaria à venda, o grupo francês vive dificuldades nos últimos anos pois perdeu competitividade. Isso tem feito dele alvo de interesse de compradores. No ano passado, o faturamento do grupo foi € 1,719 bilhão, 13,3% mais que em 2007.

(Valor Econômico) (Alda do Amaral Rocha)

As conversas já ocorriam enquanto a Marfrig acertava a compra da Seara. Desde então, a Doux vem negando as negociações. Procurada ontem, a Marfrig não se pronunciou por estar em período de silêncio por conta da oferta primária de ações que prepara para aumento de capital.
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as negociações se intensificaram nos últimos dias e um acordo pode ser fechado em breve. Não está claro que operações da Doux estariam envolvidas no negócio, se apenas as brasileiras ou também as da Europa. A Marfrig já adquiriu a divisão de perus da francesa Doux em junho deste ano por R$ 65 milhões.
No anúncio da compra da Seara, a Marfrig informou que emitiria ações para financiar a aquisição, que custou US$ 900 milhões. Ontem, enviou à Bovespa o prospecto da oferta. No dia anterior, o conselho de administração da Marfrig já havia aprovado o aumento do capital da empresa em até 232 milhões de ações, para um total de 500 milhões de ações.
Se a operação atingir esse tamanho, a oferta poderá alcançar R$ 4,1 bilhões, considerando o fechamento de ontem das ações da Marfrig na bolsa, de R$ 17,64. Os recursos são mais do que suficientes para pagar a Seara. Restariam ainda mais de R$ 2 bilhões para serem investidos.
Apesar das negativas recentes da Doux de que estaria à venda, o grupo francês vive dificuldades nos últimos anos pois perdeu competitividade. Isso tem feito dele alvo de interesse de compradores. No ano passado, o faturamento do grupo foi € 1,719 bilhão, 13,3% mais que em 2007." name="texto" type="hidden">

Seara, unidade de carnes da americana Cargill, arrendar 12 frigoríficos dos grupos Margen e Mercosul e adquirir um curtume no Uruguai, tudo em pouco mais de uma semana, a Marfrig Alimentos negocia agora com a francesa Doux, que no Brasil controla a Doux Frangosul, de acordo com fontes do setor de carnes. As conversas já ocorriam enquanto a Marfrig acertava a compra da Seara. Desde então, a Doux vem negando as negociações. Procurada ontem, a Marfrig não se pronunciou por estar em período de silêncio por conta da oferta primária de ações que prepara para aumento de capital. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as negociações se intensificaram nos últimos dias e um acordo pode ser fechado em breve. Não está claro que operações da Doux estariam envolvidas no negócio, se apenas as brasileiras ou também as da Europa. A Marfrig já adquiriu a divisão de perus da francesa Doux em junho deste ano por R$ 65 milhões. No anúncio da compra da Seara, a Marfrig informou que emitiria ações para financiar a aquisição, que custou US$ 900 milhões. Ontem, enviou à Bovespa o prospecto da oferta. No dia anterior, o conselho de administração da Marfrig já havia aprovado o aumento do capital da empresa em até 232 milhões de ações, para um total de 500 milhões de ações. Se a operação atingir esse tamanho, a oferta poderá alcançar R$ 4,1 bilhões, considerando o fechamento de ontem das ações da Marfrig na bolsa, de R$ 17,64. Os recursos são mais do que suficientes para pagar a Seara. Restariam ainda mais de R$ 2 bilhões para serem investidos. Apesar das negativas recentes da Doux de que estaria à venda, o grupo francês vive dificuldades nos últimos anos pois perdeu competitividade. Isso tem feito dele alvo de interesse de compradores. No ano passado, o faturamento do grupo foi € 1,719 bilhão, 13,3% mais que em 2007.

As conversas já ocorriam enquanto a Marfrig acertava a compra da Seara. Desde então, a Doux vem negando as negociações. Procurada ontem, a Marfrig não se pronunciou por estar em período de silêncio por conta da oferta primária de ações que prepara para aumento de capital. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as negociações se intensificaram nos últimos dias e um acordo pode ser fechado em breve. Não está claro que operações da Doux estariam envolvidas no negócio, se apenas as brasileiras ou também as da Europa. A Marfrig já adquiriu a divisão de perus da francesa Doux em junho deste ano por R$ 65 milhões. No anúncio da compra da Seara, a Marfrig informou que emitiria ações para financiar a aquisição, que custou US$ 900 milhões. Ontem, enviou à Bovespa o prospecto da oferta. No dia anterior, o conselho de administração da Marfrig já havia aprovado o aumento do capital da empresa em até 232 milhões de ações, para um total de 500 milhões de ações. Se a operação atingir esse tamanho, a oferta poderá alcançar R$ 4,1 bilhões, considerando o fechamento de ontem das ações da Marfrig na bolsa, de R$ 17,64. Os recursos são mais do que suficientes para pagar a Seara. Restariam ainda mais de R$ 2 bilhões para serem investidos. Apesar das negativas recentes da Doux de que estaria à venda, o grupo francês vive dificuldades nos últimos anos pois perdeu competitividade. Isso tem feito dele alvo de interesse de compradores. No ano passado, o faturamento do grupo foi € 1,719 bilhão, 13,3% mais que em 2007." name="texto" type="hidden">

Marfrig e Doux voltam a negociar

São Paulo, SP, 25 de Setembro de 2009 - Depois de comprar a Seara, unidade de carnes da americana Cargill, arrendar 12 frigoríficos dos grupos Margen e Mercosul e adquirir um curtume no Uruguai, tudo em pouco mais de uma semana, a Marfrig Alimentos negocia agora com a francesa Doux, que no Brasil controla a Doux Frangosul, de acordo com fontes do setor de carnes. As conversas já ocorriam enquanto a Marfrig acertava a compra da Seara. Desde então, a Doux vem negando as negociações. Procurada ontem, a Marfrig não se pronunciou por estar em período de silêncio por conta da oferta primária de ações que prepara para aumento de capital. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, as negociações se intensificaram nos últimos dias e um acordo pode ser fechado em breve. Não está claro que operações da Doux estariam envolvidas no negócio, se apenas as brasileiras ou também as da Europa. A Marfrig já adquiriu a divisão de perus da francesa Doux em junho deste ano por R$ 65 milhões. No anúncio da compra da Seara, a Marfrig informou que emitiria ações para financiar a aquisição, que custou US$ 900 milhões. Ontem, enviou à Bovespa o prospecto da oferta. No dia anterior, o conselho de administração da Marfrig já havia aprovado o aumento do capital da empresa em até 232 milhões de ações, para um total de 500 milhões de ações. Se a operação atingir esse tamanho, a oferta poderá alcançar R$ 4,1 bilhões, considerando o fechamento de ontem das ações da Marfrig na bolsa, de R$ 17,64. Os recursos são mais do que suficientes para pagar a Seara. Restariam ainda mais de R$ 2 bilhões para serem investidos. Apesar das negativas recentes da Doux de que estaria à venda, o grupo francês vive dificuldades nos últimos anos pois perdeu competitividade. Isso tem feito dele alvo de interesse de compradores. No ano passado, o faturamento do grupo foi € 1,719 bilhão, 13,3% mais que em 2007.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Interconf: veja como foi o debate com frigoríficos

No último dia do Interconf 2009, foi realizada uma Mesa Redonda com representantes dos principais frigoríficos brasileiros, Miguel da Rocha Cavalcanti participou do encontro e transmitiu o debate através do Twitter,. Veja os melhores momentos.JBS anunciou compra da Pilgrim's e fusão com Bertin. Paulo H. Amorim brinca com José Batista Junior, do Friboi: "Eram os maiores do Brasil, do mundo. Agora são os maiores do sistema solar".A JBS se fundindo ao Bertin emprega hoje 125 mil pessoas, fatura US$ 40 bilhões, abate cerca de 16 milhões de cabeças no mundo, por ano. Entre Brasil, Austrália e EUA, hoje a JBS Friboi confina mais de 1 milhão de cabeças. JBS com fusão: 52% Friboi, 8% Bertin, 24% BNDES e 16% minoritários. Fernando Galletti de Queiroz, CEO do Minerva: "Perspectivas do mercado da carne brasileira no mundo são muito favoráveis". Murilo, CEO do Mataboi: "Questão ambiental vai acelerar aumento da produtividade da pecuária brasileira". Paulo Henrique Amorim brinca que Jr. do JBS está satisfeito com as perspectivas do mercado da carne no mundo ? Jr. do JBS: "Estamos fazendo isso para o Brasil. Nosso país será o controlador das 4 principais proteínas animais do mundo. O mundo inteiro está de olho no Brasil hoje (16), com essas duas grandes aquisições que fizemos (Pilgrim's e Bertin)". Ele acrescentou ainda que "a JBS tem metas estratégicas: plataforma global de produção de proteína, plataforma global de vendas e distribuição e branding". "Vamos criar um sistema de distribuição porta a porta de carnes, com vans com duas moças uniformizadas"."Cada um de vocês pode ser dono da JBS. Estamos abertos para vocês investirem", Jr. do JBS. Na mesa redonda final do Interconf, JBS domina as atenções da plateia. Bertin, Mataboi e Minerva brilham pouco nesse momento do evento. Fernando, CEO do Minerva: "Precisamos aproveitar a produtividade do Brasil e ampliar o confinamento. O Brasil tem vantagens competitivas que são únicas. Vamos crescer, ou com mais vacas, ou com mais confinamento." Murilo, CEO do Mataboi: "Estamos próximos do pecuarista, enquanto o JBS está muito ocupado com os bilhões" (Aplausos da plateia. Até o momento, apenas Jr. do JBS tinha ganhado aplausos)Murilo, CEO do Mataboi: "Criamos a opção de confinamentos para pecuaristas, em forma de parceria". Plateia pergunta o que o JBS oferece ao Norte do Brasil, para deixar de ser "destruidor da Amazônia" e "Rei do boi pirata" e Jr. do JBS afirma não saber a resposta para a pergunta e diz que não tem atividade lá. JBS tem plantas em Rondônia e Acre. Bertin tem 4 plantas no Pará. Cristiano Botelho fala do trabalho de sustentabilidade do Bertin.Fernando, CEO do Minerva: fala da exportação de gado em pé, como forma de melhorar remuneração do pecuarista. "Não podemos deixar ONGs ambientalistas ditarem o que faremos", complementa Fernando. (Aplausos da plateia) Murilo, CEO do Mataboi: "3 empresas abriram capital e outras tentaram focar em aumento do faturamento e não na operação".O mantra era "Cresça rápido" e não "Caixa é rei". Isso afetou a sustentabilidade de vários frigoríficos. Murilo, CEO do Mataboi: "Nosso maior interesse é ter parceiros confinadores e não apenas a própria empresa confinando". "Nosso objetivo é ter 10-20% de gado em confinamento próprio". Jr. do JBS: "Hoje temos um percentual muito baixo de gado em confinamento próprio, em relação ao total abatido". "Nosso foco em confinamento não é ampliar. Temos (o confinamento) para mostrar a clientes e saber mais sobre esse negócio". (O comentário não convenceu o público). Paulo Henrique Amorim pergunta sobre o varejo e brinca que não há nenhum varejista na plateia. Cristiano Botelho, do Bertin: "Varejo tem margens altas. A saída é exportar mais". Fernando, CEO do Minerva, investe em pequenos varejos e treinamentos. Pequeno varejo cresce no Brasil.Alguém da plateia comenta que falta marketing. (Aplausos) Fernando, do Minerva: "Rússia quis ser autossuficiente em suínos, agora tem que importar milho e soja". Murilo, do Mataboi: "Suínos e aves podem ser criados em pequenos espaços. Na pecuária, precisamos de grande área para cria". Paulo Henrique Amorim, brinca e depois pergunta para Jr. do JBS: "Com 17% do mercado, você pretende estrangular o pecuarista?"Jr. do JBS responde: "Não vamos estrangular o pecuarista, queremos ganhar juntos. O cliente vai pagar um pouco mais pela nossa carne". Paulo Henrique Amorim pergunta ao Fernando do Minerva, se ele prefere uma picanha de boi de 2 anos, ou de 4 anos.Fernando do Minerva não responde e passa a pergunta sobre pagar prêmio pelo boi de 2 anos. Murilo do Mataboi reponde: "Não temos competitividade para pagar grandes prêmios. Mas vai haver um boi ecológico". "Essa maior necessidade de área da pecuária de cria é uma vantagem do Brasil no mercado mundial". Fernando do Minerva: "Fora do Brasil, compradores tinham grande estoque. Países venderam na crise e não repuseram estoques, então, agora compradores têm menor estoque, o que dá vantagem ao Brasil". "Estamos focando em países em crescimento, em especial os que sofreram menos com a crise".Rússia é um dos países com maiores problemas. Nosso maior comprador passa por problemas, importa muito menos."Real valorizado, rublo desvalorizado. Na Rússia estão com baixo estoque, querem e precisam comprar, mas está caro", Murilo do Mataboi.Jr. do JBS: "Brasil é bastante similar a Austrália. Ambos foram pouco afetados pela crise". "Brasil e Austrália operavam mais na produção, no real, do que no "virtual", como nos EUA, por isso tiveram menos crise". Jr. do JBS disse ainda que enquanto os EUA não melhorarem, o mundo não "conserta". Em 2010, recupera. Em 2011 volta a operar no "real". Paulo Henrique Amorim: "Não gostava que o Brasil fosse comparado com os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China)". Fernando, do Minerva: "Não precisamos ter medo de país nenhum".Juan da Assocon finaliza: "O melhor de tudo nessa mesa redonda é que não brigamos, mas sim construímos". Em seguida ele agradece a participação de todos, inclusive de outros países.Fábio Dias, da Assocon: "Interconf 2009 foi melhor que 2008. E essa aproximação da cadeia é fundamental". "O produtor brasileiro corre muitos riscos. Aproximar a cadeia reduz riscos".Ricardo Merola, da Assocon: "Precisamos reformar o sistema de comercialização. Não queremos mais preço, e sim mais previsibilidade".

Marfrig comunica expansão no mercado de bovinos no Brasil

A Marfrig Alimentos comunicou nesta terça, dia 22, em fato relevante aos seus acionistas e ao mercado em geral que firmou Protocolo de Intenções com os Frigoríficos Margen S/A e Mercosul S/A, para o arrendamento de 11 plantas frigoríficas que, juntas, possuem capacidade de abate de 8,8 mil cabeças de gado por dia, e de uma indústria de charquearia com produção de 1,7 mil toneladas de produtos industrializados por mês. As unidades arrendadas estão localizadas nos Estados de Goiás, Pará, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. A conclusão destes arrendamentos está condicionada a autorizações legais e processo de due diligence nas unidades arrendadas. Em nota, a empresa diz que “essa operação elevará a capacidade de abate da Companhia para 22.350 bovinos/dia no Brasil e para 30.150 bovinos/dia no total da Marfrig Alimentos S.A., fortalecendo ainda mais o posicionamento no setor e mantendo a diversificação em sua produção entre diversas proteínas animais”. A companhia justifica a operação estratégica tendo em vista o momento de gradual crescimento na oferta de gado e melhoria do comércio nacional e internacional. No que diz respeito ao compromisso com o meio ambiente, a empresa garante responsabilidade: — A Marfrig reitera seu compromisso de não adquirir gado de fazendas incluídas na relação de áreas embargadas pelo IBAMA, agindo proativamente em relação a produtores que descumprem as legislações vigentes e providenciando imediatamente o seu descredenciamento na relação de fornecedores de animais para corte e que já adota práticas adequadas às legislações ambientais e trabalhistas vigentes, inclusive sendo signatária do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, assinado em 15 de outubro de 2008 — diz a nota.

CORRENDO ATRÁS DE BOI

Marfrig aumenta abate em 65% Após comprar a Seara e arrendar 11 unidades de abate, já fala em fusão com a Minerva Preocupada com a progressiva concentração, a Marfrig Alimentos, após anunciar a compra da Seara na semana passada, voltou as atenções para sua origem e retomou o processo de investimento no mercado de carne bovina. Com uma única tacada, a empresa aumentou em 65% sua capacidade de abate no Brasil, que agora passa a ser de 22,35 mil cabeças por dia. O grupo arrendou 11 unidades de abate, sendo cinco do frigorífico Margen, que estava em processo de recuperação judicial, e seis do frigorífico Mercosul, um dos maiores grupos gaúchos do setor. Com isso, o Rio Grande do Sul entra também no processo de concentração, até agora mais restrito ao Centro-Norte do Brasil. Mas a Marfrig não anunciou apenas a ampliação da capacidade de abate. Distribuição A empresa também comunicou uma parceria no segmento de distribuição com o Grupo Martins, dono da maior empresa de distribuição da América Latina. Em nota distribuída para a imprensa, a Marfrig não fornece detalhes do negócio. Informa apenas que a parceria é de cinco anos, prorrogáveis por mais cinco, e tem por objetivo expandir a atuação da empresa no segmento de varejo e food service. O terceiro anúncio do dia foi no segmento de couros, com a compra de 51% do grupo uruguaio Zenda, por US$ 49,5 milhões. No mercado, o movimento da Marfrig para arrendar as unidades foi considerado uma estratégia para não ficar "pequeno" em comparação à JBS, que na semana passada anunciou uma fusão com a Bertin, além da compra da Pilgrim"s Pride, nos Estados Unidos, que a elevou ao posto de maior indústria de proteína do mundo. Rapidez "Foi até mais rápido do que imaginávamos, mas tanto as conversas com o Margen quanto com o Mercosul já estavam circulando no mercado", afirma Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Com os recentes movimentos, as três maiores indústrias de carne bovina do Brasil passam a deter 30% da capacidade instalada para abate. Apesar de terem sido abatidas 40 milhões de cabeças no Brasil, a expectativa é de que o parque industrial tenha uma capacidade para 60 milhões. Desse total, 18% estão nas mãos da JBS, 9% com a Marfrig e 3% com o Minerva, mas esses números podem mudar novamente. Fusão Alguns rumores do mercado dão conta que Marfrig e Minerva estariam avaliando uma fusão de suas operações, para aumentar ainda mais sua capacidade de abate. Diante da nova realidade da indústria, os pecuaristas começam a demonstrar preocupação com o movimento do setor. Em Mato Grosso existe a estimativa de que em algumas regiões do estado exista apenas uma empresa atuando. "Em algumas regiões a JBS será soberana. No caso da Marfrig, a atuação é menor, tinha duas unidades e assumiu agora mais uma que era do Margen", disse Luciano Vacari, superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Ele já solicitou à entidade que seja feito um levantamento dos impactos que essas fusões e arrendamentos podem ser sobre a pecuária do estado.

Marfrig contra-ataca

A consolidação no setor de carnes no Brasil ainda não acabou. Depois do movimento sem precedentes de aquisições e fusões de grandes grupos visto nos últimos dias, outras operações, envolvendo empresas de menor porte ou em dificuldades financeiras, devem ocorrer, acreditam analistas e fontes do setor. Ontem, numa espécie de contra-ataque às investidas da JBS-Friboi, a Marfrig Alimentos, que já tinha comprado a Seara, unidade de carnes da americana Cargill, na semana passada, anunciou o arrendamento de 12 plantas dos frigoríficos Margen e Mercosul e a compra de 51% do grupo Zenda, que processa couros bovinos no Uruguai, por US$ 49,5 milhões. Também anunciou parceria com o grupo atacadista Martins, por cinco anos, para buscar ganhos na distribuição e logística dos grupos. Marfrig e JBS travam uma verdadeira disputa por ativos para crescer no mercado de carnes. Por cerca de quatro meses, a Marfrig negociou uma fusão com a Bertin, mas as conversas não vingaram e esta acabou sendo incorporada pela JBS, que também estreou em frango, com a compra Pilgrim's Pride, empresa americana em recuperação judicial. O avanço da JBS atiçou o apetite da Marfrig e acabou favorecendo empresas em dificuldades financeiras, como o Margen, em recuperação judicial, e o Mercosul, que buscava uma parceria. O Marfrig arrendou cinco unidades de abate do Margen, que haviam sido transferidas para a New M, empresa criada dentro do plano de reestruturação da companhia, aprovado em agosto. O arrendamento por cinco anos, com opção de compra, envolveu as plantas de Ariquemes (RO), Rolim de Moura (RO), Rio Verde (GO), Paranaíba (MS) e Mãe do Rio (PA). A operação também incluiu o arrendamento de uma unidade de produção de charque do grupo Margen, que estava excluída da recuperação judicial. A planta fica na capital paulista. O Valor apurou que a incorporação da Bertin pela JBS precipitou o último movimento da Marfrig para ampliar a capacidade de abate de bovinos no País. Com a Bertin, a JBS terá cerca de 20% da capacidade de abate nacional de bovinos, estimada entre 60 milhões e 65 milhões de cabeças. A Marfrig, após os arrendamentos, terá cerca de 11%, conforme cálculos da Scot Consultoria. Com as 11 unidades de abate arrendadas, a Marfrig elevará a capacidade em 8,8 mil animais por dia, para 22.350 bois, no Brasil. Com as unidades no exterior (Argentina e Uruguai) , a capacidade alcançará 30.150 cabeças. Num cenário de empresas "muito mais que grandes", companhias que eram consideradas de porte médio ficaram pequenas e devem procurar saídas para crescer por meio de fusões, acredita Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria. O analista cita como exemplos o frigorífico Minerva, que tem ações na bolsa, e o Mataboi, de capital fechado. "Para uma empresa pequena sobreviver nessa mercado de gigantes, o esforço terá de ser muito maior", observou Tito Rosa. Além dessa categoria, há as empresas em dificuldades financeiras, que buscam ser vendidas ou parcerias para se recuperar. Esse é o caso do Independência e do Arantes, ambos em recuperação judicial e também de capital fechado. Para essas empresas, porém, uma saída pode ser mais demorada, já que dependem da aprovação pelos credores de seus planos de recuperação judicial. Na visão de Tito Rosa, apenas o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade) poderia frear o atual movimento de consolidação. "É preciso ver como vão se comportar os órgãos de defesa da concorrência." A crise financeira global acelerou a consolidação no setor de carnes, especialmente em bovinos. Como lembra Tito Rosa, frigoríficos investiram nos últimos anos na ampliação da capacidade de abate num momento de oferta apertada de gado bovino no Brasil por conta do ciclo de baixa da produção. Esse quadro trouxe dificuldades para várias empresas, que foram pegas de calças curtas pela crise global. "A crise derrubou o valor dos ativos e das empresas e abriu oportunidades para quem estava mais sólido", afirma. Apesar de mais sólidas, empresas como JBS e Marfrig terão de buscar recursos para financiar os negócios. No caso da JBS, o presidente Joesley Batista admitiu que pode haver participação da BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, na capitalização da subsidiária americana, a JBS USA. O banco já tem fatia de 22,4% da empresa resultado da fusão entre JBS e Bertin. Já a Marfrig fará oferta primária de ações para financiar o pagamento da Seara, adquirida por US$ 900 milhões.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Marfrig arrenda 05 plantas do Margen

Uma semana depois de investir 900 milhões de dólares na compra da Seara, a Marfrig Alimentos arrendou cinco plantas do grupo Margen. A operação tem prazo de 70 meses, com opção de compra das unidades e inclui um confinamento. As plantas estão localizadas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia